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𝓞 Mestre Darkless se aproximou de mim com um sorriso sinuoso, observando atentamente cada uma das minhas reações, e com lentidão segurou meu pulso. Seu toque fez uma corrente elétrica passar por meu corpo, mas não da forma lúdica, e sim, literalmente.
Segurando meu braço firmemente com a mão esquerda, o Mestre tirou do bolso de seu longo sobretudo um canivete dourado, que eu podia apostar ser feito de ouro. Elysha, ao meu lado, arquejou, percebendo antes de mim o que ele tinha em mente.
Ele iria mesmo me cortar com um monte de sugadores de sangue ao meu redor? Sério? Se queria me matar, que arrumasse jeito mais fácil!
E então algo realmente estranho aconteceu. Ele falou comigo, mas sua boca não se mexeu. Como se estivesse… Em minha mente.
“Amedrontada?”
Foi a minha vez de arquejar, tentei puxar o pulso para longe de seu aperto, mas sua mão permaneceu firme.
“Não me faça te machucar.”
— Saía da minha mente!
Pensei ter gritado em pensamentos, mas quando ouvi o arquejo coletivo das pessoas ao nosso redor, percebi que tinha mesmo gritado com o Darkless. Esperei uma repreensão, esperei que ele me jogasse longe, mas não veio. Distraída, só notei a lâmina cortando minha pele quando já era tarde demais, quando ele já tinha feito. Mordi com força o lábio inferior para não gritar de dor — e desespero — quando o sangue verteu, tão vermelho que parecia… O que? Quase ri. Vermelho como sangue. Lágrimas borraram minha visão, mas apertei os olhos para não derrama-las.
— Sentem o cheiro de seu sangue? — Darkless perguntou, mas continuei de olhos fechados, ouvindo o farfalhar da multidão que assentiam. — Ela é uma Relish.
Abri os olhos ao sentir que ele erguia meu braço e encarei, esbabacada, quando o Darkless levou meu pulso até seu rosto e literalmente, LITERALMENTE, lambeu a ferida que tinha feito com seu canivete. Mais surpresa ainda, fiquei quando o corte começou a se fechar diante dos meus olhos, até desaparecer, deixando uma fina e quase translúcida cicatriz.
De jeito nenhum, pensei, impossivel.
Na minha mente, ouvi a risada seca e sem humor do Mestre e arregalei os olhos.
“Me deixa lisonjeado ser o vampiro "mais lindo que eu já vi na vida." Senhorita Relish.”
Arquejei novamente, estupefata e totalmente chocada com suas palavras. Darkless soltou meu pulso e eu me apoiei em Elysha, sentido meu coração bater forte no peito. Se todos os vampiros pudessem ler pensamentos, eu estava muito, muito ferrada. Elysha me segurou contra si, abrindo um sorriso que deveria passar confiança, mas seus olhos verdes também estavam arregalados. Se ela, que era da raça dele, tinha medo, imagine eu.
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Assim que saímos do Salão do Conselho, como descobri chamar, caminhei em passos duros para longe dos vampiros e de minha irmã. Aquilo tinha sido a maior bizarrice que eu já tinha visto na vida, e ter a mente invadida não era nada bom. Infelizmente, Elysha me alcançou rapidamente.
— Lizzie! Qual o problema? — Minha irmã perguntou me puxando pelo braço, fazendo com que eu parasse de frente para ela.
— Qual o problema?! — Gritei de volta, repentinamente muito irritada. — Você poderia ter me dito que vocês são capazes de ler mentes!
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A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDO
Vampire"O azul daqueles olhos me dava mais medo do que o preto da mais profunda escuridão." Nada no mundo poderia preparar Lizzie Balmer para a revelação que teve aos dezessete anos: seu pai era um vampiro e depois de sua morte, sua irmã mais velha...