15. Revelações.

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           𝓕elizmente, minhas roupas não tinham sido manchadas, e eu consegui lavar meu braço até não ter mais nenhum resquício de sangue. Darkless tinha desaparecido, e quando seu sangue mágico fez efeito no meu organismo, foi questão de tempo para que eu levantasse do chão e o procurasse, quando não o encontrei, me enfiei num banheiro e chorei por vários minutos até conseguir ter forças para me limpar e sair de sua casa, me emaranhando no roseiral logo em seguida. Mandei uma mensagem para Elysha, dizendo que tinha me perdido no roseiral e perguntando se ela poderia me buscar, mas ela não respondeu e eu tive que andar a pé por toda o caminho que ligava a casa do Darkless até os jardins da Corte. Felizmente, o céu estava nublado, então, o sol não foi um problema. O que foi um problema mesmo, foram as bolhas que notei em meus pés quando cheguei em casa e me joguei na cama.  

Eu tinha uma vaga noção de que os vampiros não tinham tanto autocontrole quando viam sangue exposto, mas Darkless parecia ser resistente, forte demais. Para mim, parecia absurdo que ele caísse na tentação de uma forma tão destrutiva como tinha feito. E o olhar de culpa que ele me dera antes de correr para longe, me dava certeza de que ele não queria ter feito o que fez. Mesmo assim, eu não conseguia me livrar do pavor que estava emaranhado em meu peito, nem da sensação de impotência. Darkless só tinha parado porque encontrou forças o suficiente para fazê-lo, mas se não tivesse, eu teria morrido ali, tendo meu sangue sugado até que não restasse nada, por que eu mesma não poderia ter feito nada para impedi-lo. 

Cansada pela caminhada, pela experiência de quase morte e por pensar tanto, acabei me afundando no colchão macio e entrando num sono pesado. Mas obviamente, nada era perfeito, e um sonho bizarro novamente começou. 

Eu estava na minha antiga casa, perambulando sozinha pelos cômodos apertados quando notei uma presença e me virei assustada. O homem que encontrei parado na sala deveria estar na casa dos quarenta anos e me parecia familiar com seus cabelos castanhos e olhos cor de mel. O engraçado é que ele se vestia de preto da cabeça aos pés, me lembrando do Darkless. 

— Sou Luke Balmer. — Ele disse numa voz gentil. — É um prazer te conhecer, Lizzie. 

Balmer… O sobrenome da minha mãe. 

— Imagino que esteja confusa, mas não se preocupe, irei explicar tudo. — Luke disse erguendo as mãos como se estivesse se rendendo. — Sou seu bisavô, e esse é um sonho criado pelos poderes que tenho. É difícil de explicar, mas posso faze-lo se você concordar em se encontrar comigo. 

— Meu… O que? — Quase ri. — Você tem idade para ser meu pai, no máximo meu avô. Bisavô? Não, não mesmo. 

— Eu também posso explicar isso, Lizzie. O não envelhecimento é um dos poderes que eu e você temos. 

— Eu e você…? 

— Sim. Eu e você, os filhos de vampiros com humanos. — Arquejei ao ouvir as palavras que saíram de sua boca. Luke se aproximou mais e segurou minhas mãos. — Eu não consigo sustentar esse sonho por muito tempo, pois estou fazendo um grande esforço para que Darkless não consiga o localizar em sua mente caso lhe toque. Quando você acordar, lembrará disso por três horas e então, irá esquecer. Você precisa se levantar e vir me encontrar o mais rápido possível, para que não se esqueça antes de me ver. 

— Eu… 

— Lizzie, eu vou te explicar tudo que você precisa saber. Eu sou sua família, nunca te faria mal. Você só irá encontrar respostas comigo. 

Se ele estivesse certo, eu não poderia perder a oportunidade. Precisava descobrir o que estava acontecendo comigo, precisava saber o que tinha de errado. Assenti energicamente e Luke apertou ainda mais minhas mãos. 

A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora