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𝓣 inha me preocupado tanto com a rejeição, que não havia me lembrado do mais importante: eu não sabia dançar. Darkless me puxou para o centro do salão, sua coroa de ouro e rubis brilhando conforme andava pelas luzes, e paramos exatamente no meio. Os casais ao redor se afastaram um pouco, e quando todas as mulheres tinham sido escolhidas, a música mudou para algo mais floreado, calmo. Darkless colocou uma das mãos em minha cintura e a outra segurou minha mão erguida no ar, entrelaçando nossos dedos. Pressionei minha palma livre contra seu ombro, maravilhada com a maciez do tecido de seu terno.
— Eu não sei dançar. — Sussurrei. — Não sei mesmo.
O Mestre abriu um mínimo sorriso, mas pude ver a diversão em seus olhos.
— Parecia mais preocupada com Julius Reed lhe tirando para dançar do que com dançar de fato. — O Mestre respondeu no mesmo tom baixo e usou a mão em minha cintura para né puxar para mais perto dele, colando nossos corpos. — *Eu* sei dançar.
E ele sabia. Darkless guiou nossos corpos pela pista, seu braço forte ao redor da minha cintura praticamente fazendo todo o trabalho. Apertei a mão dele que estava contra a minha com força quando ele nos girou.
— Obrigada pelo anel. — Sussurrei, com medo de levantar a voz demais e ser ouvida pelos outros vampiros, mesmo sob a música alta.
Darkless olhou para nossas mãos erguidas entre nós e passou o polegar sobre o anel de esmeralda em meu dedo indicador.
— Depois do que eu fiz… — Ele fez uma pausa, diminuindo o tom de voz. — É ridículo te dar um anel para tentar compensar o quanto te machuquei, mas pensei que gostaria de ter o par da pulseira.
Fitei seus olhos cor de céu, surpresa pelo genuíno pesar que encontrei em suas íris. Como um homem tão lindo, com atitudes tão adoráveis, poderia ser tão cruel? E principalmente, como eu poderia ter tanta vontade de acariciar o rosto dele e dizer que estava tudo bem?
— Você não quis… Se você quisesse me machucar, não teria me curado, e não teria dito que sentia muito. — Falei baixinho, repentinamente muito ciente de que nossos corpos estavam colados, de que para beija-lo eu só precisava ficar na ponta dos pés. Meu rosto corou ao pensar nisso e Darkless arqueou as sobrancelhas. Tentei inventar uma desculpa, mas quando olhei ao redor, vi que a dança estava evoluindo para outro nível. Estavam trocando os pares. Ao meu lado, estavam Elysha e Benjamin e Aleksander e uma loira que eu não conhecia, ele me olhou e se aproximou mais de mim e Darkless. Apertei a mão de Darkless com força. — Não me troque com Aleksander. Me mande para o noivo de Elysha, mas não me faça dançar com Aleksander.
Darkless olhou ao redor e quando todos ao nosso lado começaram a fazer o movimento para trocar seus pares, o Mestre habilmente se nos rodopiou entre eles, fazendo nossa vez passar e alguns casais errarem a troca. Pude ver o olhar de raiva no rosto de Aleksander e o sorriso confuso no de Elysha, mas rapidamente me voltei a Darkless.
— Você não pre…
Darkless me puxou para mais perto e abaixou a cabeça para sussurrar em meu ouvido:
— Nesta noite, nenhum outro homem colocará as mãos em você.
O leve roçar de seus lábios em minha orelha fez arrepios correrem por meu corpo e me segurei mais a ele para me impedir de encolher para afastar a sensação. Darkless continuou guiando a dança, e girou-nos outra vez antes de voltar a falar.
— O que Aleksander fez?
Respirei fundo. Não queria mesmo falar sobre aquilo, mas o olhar penetrante de Darkless me dizia que dessa vez ele não deixaria passar.
— Ele apostou com os amigos que conseguiria me fazer dar meu sangue a ele e quando não teve sucesso, tentou me compelir a acreditar que iria fazer porque tinha pensado na ideia e oferecido. O bracelete que me deu impediu a compulsão.
Darkless apertou seu braço ao redor da minha cintura tão fortemente que cheguei a arquejar. Seu rosto fora tomado por uma fúria genuína e eu senti o ar me faltar com a força com que me segurava.
— Darkless… — Tentei dizer enquanto ele olhava ao redor, fixando suas íris azuis em Aleksander, mas ele não me olhou ou parou de me apertar. Subi minha mão até seu pescoço e apertei minha palma contra sua pele macia. — Niklas… Você está me machucando.
Não sei se foi o toque ou minhas palavras falhas, mas ele aliviou o aperto em minha cintura e eu respirei profundamente para recuperar o ar.
— Filho da puta… — Ele xingou baixo e apertou os olhos quando o azul foi substituído por vermelho. Palavras em um idioma antigo que eu nunca tinha ouvido saíram da boca do Mestre e eu soube que eram xingamentos a Alex por sua expressão de ódio.
— Tudo bem. Está tudo bem. O bracelete me protegeu. — Tranquilizei, deslizando meus dedos sobre a pele de seu pescoço. — Não aconteceu nada.
— Não aconteceu nada porque você teve uma ideia absurda e me fez prometer que nunca mais leria seus pensamentos sem sua proteção, e aí, eu te dei uma pulseira para impedir isso porque me sentia culpado por lhe ferir. Se nada disso tivesse acontecido, aquele bastardo teria se aproveitado de você. — Havíamos parado de dançar e várias pessoas já começavam a olhar em nossa direção. Senti o coração acelerar ao perceber isso. — Jurei te proteger e eu te machuquei além de que, se não fosse por um objeto encantado, meu próprio súdito teria bebido do teu sangue.
— Volte a dançar. — Pedi baixinho. — As pessoas estão olhando.
Darkless me lançou um olhar penetrante e depois, olhou ao redor. Pude ver a confusão de Elysha, que estava dançando de forma descordenada para nos observar. Me surpreendendo, o mestre se afastou de mim. Pensei que ele iria embora, mas Darkless segurou minha mão e me puxou para longe da multidão, fazendo meu coração bater acelerado quando de mãos dadas comigo pela saída do salão, deixando para trás dezenas de pessoas esbabacadas.
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A Corte De Sangue - VAMPIRE HISTORY. | CONCLUÍDO
Vampiros"O azul daqueles olhos me dava mais medo do que o preto da mais profunda escuridão." Nada no mundo poderia preparar Lizzie Balmer para a revelação que teve aos dezessete anos: seu pai era um vampiro e depois de sua morte, sua irmã mais velha...