Capítulo 19 - A Aposta

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Matt

Há um mês Chlöe estava trabalhando comigo e minha equipe.

Estávamos cada vez mais próximos de conseguir mais e mais provas das intenções da organização dos Roosevelt com toda a história de Maurício e as teorias que meu pai e Chlöe trabalharam nas últimas semanas. Meu time continuava meio às cegas e Nick já havia percebido que tinha algo a mais, mas para a nossa segurança e a deles, ficariam assim. Tia Nataly tinha muito medo disso repercutir e acabar vazando, consequentemente causando um alvo nas costas de Chlöe, que havia sido a escolhida como método de entrada, assim como um dia meu tio foi.

Chlöe estava cada vez mais imersa nessa vida, me deixando cada vez mais louco e em conflito com o que sentia sobre isso. Eu sempre a vi como um bebê que eu precisava proteger, e agora ela era adulta e estava fazendo as coisas por conta própria, isso fazia um lado meu, que eu nem sabia existir vir à tona. O lado super protetor excessivo, que contava com um aliado, o tio Alex. Desde a entrada dela no caso nós ficamos com um pé atrás, não pela capacidade de ela lidar com a situação, mas porque ela parecia tão frágil e inocente... e só de saber que aquele babaca tinha destroçado o coração dela dava vontade de meter uma bala na cabeça dele. – Tenho certeza de que se eu fizesse isso o tio Alex daria um jeito de me encobrir -, e por isso ele me incumbiu de cuidar dela a todo custo dentro da agência, o que eu faria mesmo se ele não tivesse me mandado fazer. Decidi colocá-la para trabalhar junto a minha equipe, o que parecia uma ideia genial de início, eu a treinaria e ela estaria no caso apenas assistindo meu time trabalhar. Realmente um plano muito bom, pelo menos até eu ver que ela se dava bem com absolutamente todo mundo, principalmente com Theo e Nick, isso me incomodava extremamente.

E lá estava ela, vestida com meu moletom preto, que ela roubou nessa manhã quando chegamos, e um jeans surrado. Ela ria e parecia tão à vontade com as meninas, de uma forma que eu nunca a vi ser com a Louise. Ela estava menos tensa e não parecia se preocupar em acertar tudo, na verdade ela adorava perguntar e aprender com todos aqui, e parecia que era mútuo o sentimento, porque todos nessa sala tinham o prazer e a empolgação de ensinar as coisas pra ela.

Confesso que ficava meio triste por estar deixando de ser o centro das atenções dela, mas gostava de ver ela crescendo e aprendendo várias outras coisas, e ainda continuávamos treinando juntos. Devo admitir que ela realmente aprendia rápido. Apesar da pouca altura ela era forte e muito inteligente, fora que sabia direitinho como distrair alguém.

— Precisa de um balde aí? – Nick chega ao meu lado e escora na minha mesa. Eu apenas reviro os olhos.

— O que você quer? – Falo mexendo em uns papeis que estavam espalhados na minha mesa sem muita paciência – Não deveria estar se preparando para ir ao bar?

— E você não devia estar me repassando as informações, chefinho? – Debocha.

— Se você é um incompetente que não consegue decorar de primeira, não é minha culpa! – Falo mais alto me estressando com o deboche dele.

— Sabe o que eu acho? – Ele sorri e olha para Chlöe, que passa os olhos rapidamente por nós e sorri – Você está caidinho por ela.

— E você descobriu isso com a sua bola de cristal? – Eu estava a um passo de dar um soco naquele rostinho lindo que ele amava tanto.

— Nem precisou. É só olhar para você e como você age com ela.

— Um mês que você está falando essas baboseiras. Troca o disco! – Sento novamente separando as informações que ele precisava para hoje a noite.

— Eu tenho uma tese! – Reviro os olhos.

— Eu vou atirar em você se continuar com essa palhaçada. – Abro a gaveta da minha mesa onde minha arma estava.

S.W.A. 3 - As Decisões Da Nossa VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora