Capítulo 4 - O Novo Caso

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Matt

— O senhor queria me ver? – Falo entrando na sala do tio Alex, que aqui era apenas meu chefe, o Senhor Bernoulli.

— Sim, Matthew! Por favor, sente-se! – Fala olhando para alguns papeis em sua mão. Fico tenso. Eu quase nunca o via, ou via a tia Naty, ultimamente nem em comemorações fora da agência, já que eu não queria arriscar ver a Louise tão cedo. Não que ela voltasse para festividades ou algo assim. Ela tinha ido para sempre, mas estar na casa deles não era algo que me fazia bem, mesmo depois de tanto tempo. Eu meio que tinha perdido o contato com eles, principalmente com a Chlöe, e como meu trabalho aqui era como um agente qualquer e meus casos não tinham tanta relevância, eu não tinha muito contato com os chefes também.

— Algum problema? – Pergunto depois de alguns segundos, que pareciam horas em silêncio.

— Temos algum problema? – Pergunta, finalmente abaixando os papéis e olhando para mim.

— Não sei, temos? – Minhas mãos começam a suar.

— Você parece mais nervoso, do que quando foi pedir para namorar a minha filha – Ele solta um sorriso e eu desvio meu olhar, ele deve ter percebido meu desconforto, pois tenta se retratar logo em seguida – Me desculpe! Não deveria ter falado disso.

— Tudo bem! Já faz bastante tempo, então não tem problema. Eu realmente estava nervoso naquele dia – Dou um sorriso sem graça – Mas o senhor me chamou aqui para o que exatamente?

— Claro! – Levanta-se dando a volta na mesa e se sentando na cadeira ao meu lado – Eu queria lhe dar os parabéns pessoalmente. – Estende a mão e eu seguro-a confuso.

— Parabéns? Pelo o que?

— Pela prisão do Australiano, seu primeiro grande caso. – Fala como se fosse obvio.

— Ah, isso! – Respiro mais aliviado – Obrigado! Mas foi uma força-tarefa em conjunto, eu não mereço todos os créditos. – Uma verdade. Aquele caso pode ter sido o maior da minha carreira até agora, mas caiu no meu colo por acidente quando ele se envolveu em um caso pequeno que eu resolvi, e só por isso eu assumi, mas tinha uma equipe que me ajudou a capturar o bandido. Fora o pessoal da Sede australiana que cuidava do caso antes de mim.

— Eu sei, mas você liderou! Por isso eu estou te parabenizando. E eu espero que você como um bom líder de equipe repasse as felicitações ao restante da sua equipe. E fale com eles para se prepararem, para próximos trabalhos em conjunto. Se vocês for escolher eles, é claro!

— Como assim? Escolher eles para o que?

— Seu pai queria dar a notícia a você, mas eu fiz questão de falar com você pessoalmente, apesar de tudo, somos uma família. – Levanta-se e vai em direção a um pequeno bar que tinha ali no canto de sua sala ao lado de duas poltronas e um sofá. – Quer uma bebida?

— Não, obrigado! – Ele serve um copo com o que eu acho ser whisky – Que notícia é essa que você quer me dar? – Insisto.

— Claro! – Volta a se sentar ao meu lado – Seu novo caso!

— Novo caso? – Eu já tive centenas de casos e nunca foi anunciado desta forma, por que ele queria me dar o meu próximo pessoalmente?

— Depois do seu sucesso pegando seu primeiro grande caso, eu e a Nataly concordamos que era a hora de te promover a líder de uma equipe especializada em casos classe A.

— Classe A? – Os casos na agência eram divididos por classes de perigo às nações, assim, um caso classe E era um caso mais simples, em que só nos envolvíamos se a polícia não conseguisse resolver, e se eles representassem riscos à segurança nacional. Os casos de classe D eram aqueles que representavam riscos a nossa identidade secreta. Os de classe C, área na qual eu trabalhava, já tratava de bandidos mais barra pesada, que atuavam dentro do país, e normalmente eram os chamados peixes pequenos, que normalmente trabalhavam para os peixes grandes, que também atuavam dentro do país, muitas vezes conhecidos pela sociedade, e de responsabilidade dos Agentes da classe B. Os de classe A, ao qual parecia estar sendo designado agora, tratava de ameaças maiores, bandidos que muitos não fazem ideia da existência, casos onde, não só a segurança nacional, mas também a segurança mundial corre riscos.

S.W.A. 3 - As Decisões Da Nossa VerdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora