˗ˏˋ 𝒟𝒾𝑒𝒸𝒾𝑒 ˎˊ˗

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Havia alguma força intensa dentro de Luca que o ajudou a correr morro acima contra um grupo de pessoas em seu pé. Seus olhos, hora ou outra, escureciam pelo cansaço e ele sentia-se com pouco ar em seus pulmões, mas suas pernas continuavam firmes assim como sua mão que segurava a de Alberto com insistência.

— Luca, por aqui. - Alberto disse com a voz engasgada e o puxou para um corredor escuro entre duas casas.

Eles se espremeram entre duas latas de lixo e a visão das sombras se aproximando fez com que Luca quase esquecesse de respirar. Quando Ercole surgiu, olhos para frente procurando por eles ainda na outra direção, Luca tentou se inclinar para um lado, mas acabou perdendo o equilíbrio e balançando direto para sua frente, onde Alberto estava. Os dois escorregaram no chão, caindo novamente um em cima do outro, com a leve diferença que agora Luca estava em cima. 

Os dois se encararam por um momento, mas não houve tempo de reagir, porque passos se aproximavam deles. Ainda atrás da lixeira, Luca olhou com cuidado que Ercole tinha entrado no beco e os procurava em meio às tralhas e às sombras. Instintivamente, Luca colocou uma mão sobre a boca de Alberto e a sua, quase implorando para o universo que Ercole não ouvisse suas respirações.

O universo respondeu este pedido em uma forma felina que pulou encima das lixeiras entre Luca e seu perseguidor e chiou para Ercole que soltou um "ARGHHHH" assustado.

— Criatura fedida! - Ercole disse com repugnância, mas se afastou deles e saiu pelo beco.

O gato, por sua vez, encarou os dois garotos por um segundo sem nenhuma expressão e então desapareceu para dentro de uma janela aberta.

Depois de testemunhar seu rabo sumir entre as cortinas, Luca suspirou aliviado e voltou sua atenção para Alberto que o observava.

— O que? - ele perguntou inseguro tirando a mão da boca do amigo enquanto sentia seu coração acelerar.

Alberto soltou um risinho o que deixou Luca mais nervoso, porque Ercole podia ter se distraído, mas ainda havia outros ali perto.

— Xiuuu!! - Luca ordenou com o dedo indicador entre seus lábios, mas aquilo só pareceu encorajar uma risada de Alberto que tentou com força escondê-la, falhando em seguida.

— Não dá, Luca! - ele riu. — A sua cara. - mais uma risada.

Luca se irritou com aquilo, mas também achou alguma coisa engraçada naquela situação. 

— Olha quem fala! - ele sussurrou também sentindo uma risada formando em seu peito. — Acho que já sei porque aquele gato veio até a gente.

Luca retirou um esqueleto de peixe que tinha caído em cima de Alberto quando eles escorregaram.

— EW! - Alberto expressou com uma careta e depois surgiu com mais um sorriso no rosto. — Tira isso de mim!

Luca soltou um riso também, mas o barulho de passos e conversas fora do beco os assustou. Eles olharam na direção do som e viram que as pessoas ainda os procuravam, mas ninguém mais tinha entrado no beco.

— Nós não podemos ficar aqui por muito tempo. - Luca afirmou preocupado.

— Eu tenho uma ideia. - Alberto falou. — Tem mais um lugar que eu esqueci de mostrar pra você e pra Giulia anteontem. É aqui perto.

Aquilo Que o Tempo DeixouOnde histórias criam vida. Descubra agora