˗ˏˋ 𝒟𝒾𝒸𝒾𝒶𝓃𝓃𝑜𝓋𝑒 ˎˊ˗

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— Isso é um péssimo plano. - Luca falou.

— É um ótimo plano! - Giulia retrucou enquanto jogava mais uma roupa para fora da mala que tinha trazido. Ela já tinha separado três visuais diferentes, mas não parecia satisfeita com nenhum deles. — Você só está amargurado porque não faz parte dele.

Luca bufou. Ele havia cogitado que ir embora da biblioteca sem avisar Giulia diretamente enquanto deixava apenas o presente de Dália e um bilhete contando sobre o plano de visitar seus pais poderia chatear sua amiga, mas ele sequer havia imaginado que aquilo poderia motivá-la a se aventurar em situações tão arriscadas quanto um encontro com Diego.

— Giulia, sair com o Diego é perigoso. - ele tentou ser sensato. — Até mesmo Alberto não confia neles. Por que é que deveriámos confiar em qualquer coisa que ele vai dizer?!

— Luca, eu não estou confiando nele. - Giulia se virou do espelho para ele que estava sentado na única cama do quarto que dividiam. — Mas nós literalmente já vasculhamos todos os livros daquela maldita biblioteca e não encontramos nada! Está na hora de tentarmos outras alternativas. 

Giulia então voltou-se para sua mala e pegou um vestido azul escuro que claramente contrastava com seu cabelo. Quando ela o colocou em frente ao corpo e olhou o espelho, um sorriso confiante surgiu em seu rosto e ela encarou Luca.

 — Além disso, ele é um idiota. E eu já sai com idiotas. É só inflamar um pouco o ego deles que abrem o bico.

— Mas...

— Luca, só confie em mim, tá? - ela o encarou séria e depois se voltou novamente para o espelho sorrindo. — Ele não vai saber o que o atingiu.

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Luca encarou a Lua do jardim de sua casa. Ele estava sentado contra a árvore recém cortada e cantava baixinho uma música qualquer em sua cabeça enquanto respirava profundamente. O dia havia sido longo e ele estava cansado de ainda não terem respostas para todo mistério de Porto Rosso. Giulia estava lavando o cabelo naquele momento e uma fina fumaça de calor saia da janela pequena do banheiro no segundo andar. Hora ou outra, Luca encarava a janela lembrando-se novamente que sua amiga sairia com um cara suspeito amanhã. E ele não conseguia fazer nada para convencê-la a desistir dessa ideia.

Luca confiava em Giulia e sabia que ela era capaz de lidar com quase toda situação que encontrasse, mas ainda sim ele se preocupava. Eles não podiam confiar em Diego. Eles não sabiam o que os guardiões estavam procurando. Tudo que sabiam era que existia um culpado por alguma coisa. E provavelmente isso tinha haver com os monstros-marinhos não conseguirem voltar a sua forma aquática. 

O rapaz fechou os olhos e tentou não pensar em mais nada além dos sons ao seu redor. Mesmo com todo caos dos últimos dias, era estranhamente acolhedor como o som das ondas quebrando na praia e dos grilhos cantando ali perto faziam-no se acalmar. Luca ouviu passos se aproximando dele e soube na hora de quem eram. Só uma pessoa tinham passos pesados e confiantes como aqueles.

— Ei. - Alberto o chamou. — Tudo bem?

Luca abriu os olhos e o encarou olhando preocupado em sua direção. Ele abriu um pequeno sorriso cansado para mostrar que estava bem e Alberto respirou aliviado em retorno. Luca bateu de leve no chão ao seu lado chamando-o para sentar ali. Sem nenhuma palavra, Alberto obedeceu e Luca pousou a cabeça em seu ombro.

— Eu não consegui convencê-la. - Luca falou enquanto olhava sua mão se entrelaçar com a de Alberto. — Ela vai sair com ele amanhã.

Aquilo Que o Tempo DeixouOnde histórias criam vida. Descubra agora