parte VIII

17 0 0
                                    

Antes.

Peter.

Terminamos de comer uma porção imensa de batatas e continuávamos ali, com fome. O tempo passava lentamente e não parecia que ia acabar até o momento que Sophie chegou ali.

Me virei na cadeira para conseguir enxergar ela melhor e então abri um sorriso em sua direção. 

- Meu amor! Que bom que você chegou, a gente estava pensando em ir para casa já, daqui a pouco o pessoal vai chegar lá... o jogo já deve ter terminado.

Observei o relógio e minha constatação ficava mais certa.

Ela se aproximou da mesa e eu estendi a mão para tocá-la mas só pude sentir o vento que ela fez ao passar por mim e se sentar ao meu lado.

- Ótimo... assim temos um tempo só para gente.

Ela estava visivelmente enciumada comigo ali. Sorri incrédulo e voltei a me apoiar na mesa. Ela encarou os olhos de Laurel e a fez entender o recado. 

Laurel se levantou, irritada, puxou sua bolsa da mesa, colocou metade do valor das batatas sobre a mesa e sorriu forçada para Sophie.

- Eu vejo vocês na festa então...

E ela saiu dali. Por um momento a minha vontade era fazer o mesmo que ela e ir embora.

- Sophie, quantas vezes já conversamos sobre essas atitudes. 

Ela ignorou, pegou um pouco da minha soda e revirou os olhos.

- Não quero falar sobre isso. - Largou o copo de volta na mesa. - Eu quero te entregar uma coisa antes de irmos para sua casa. 

Ela tirou do bolso um pedaço de guardanapo e desembrulhou na minha frente. Quando vi eu sorri e então puxei sua mão para baixo da mesa. 

- Você está louca... - Olhei para todos os lados para me certificar de que ninguém estava vendo. - Onde conseguiu tudo isso?

Contei pelo menos 10 balas de êxtase coloridas no envelope mal feito. 

- Isso, não interessa... oque importa é que vamos nos divertir muito hoje. 

Ela pegou uma pílula azul da mão e colocou na língua. Se aproximou de mim, colocou as mãos em meu rosto e me puxou para um beijo. Eu senti o toque acalorado de seus lábios invadindo os meus. Sua língua carregou com maestria a bala até a minha boca e assim ela terminou o beijo.

Paguei as batatas e saímos dali. Não houve muito para onde ir, meu corpo já não me deixava ir muito longe. No caminho de casa, estacionei o carro na escola e mais uma vez trocamos pílulas. Meu corpo não processava o efeito acelerado daquilo e logo nós dois estávamos sem roupa trocando calor no banco do carro.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas tempo suficiente para chegar na festa e ver minha casa lotada de gente.


Agora.


O capitão, camisa 19, fez com que o jogo terminasse mais rápido que eu esperava. Diversos pontos creditados ao namorado loiro da minha irmã. Foram pontos suficientes para eu enjoar de ver sua comemoração romântica, se é que posso dizer isso, para minha irmã.

Correr em direção a grade, levantar o capacete vermelho e depositar um beijo na mão da Estela. Ele fez isso muitas e muitas vezes. 

O jogo acabou e o frio na minha barriga aumentou consideravelmente. Sophie apareceu na metade do jogo, não fiz questão de perguntar o motivo da demora, mas ela logo notou minha inquietação e repousou comigo. Laurel e Estela foram na frente, para ficar longe de Sophie enquanto íamos para casa. Uma fila de carros se formava atrás de nós para a festa.

Destroyed SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora