parte IX

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Antes.

Laurel.

Assim que cheguei em casa naquela madrugada só podia ouvir os xingamentos de meus pais em cima de mim. Meu cérebro ainda estava processando tudo que aconteceu horas antes e eu não estava entendendo mais nada. Minha cabeça estava processando muitas informações. Corri para meu quarto com lagrimas nos olhos mas não tive paz.

- Você sabe que não pode nos aproximar da policia Laurel... quantas vezes falamos isso para você!

Eu estava irritada, angustiada, triste e ele me vem com isso?

- É sério pai? Você só pode estar de brincadeira com a minha cara. 

Apertei os dedos contra a palma da minha mão e esmurrei a parede.

- Quem tem que ficar longe da policia é você, você e aquele filha da puta do Hawnkov... eu não tenho nada a ver com isso... eu quero ficar longe de vocês.... tomara, tomara Deus que essa investigação do senado prossiga e ele te leve junto para o buraco!

Meu rosto estava fervendo, quente como carvão, as lagrimas que eu demorei para soltar agora evaporavam na chapa que minhas bochechas haviam se transformado.

- Sai! Sai do meu quarto! 

Empurrei meu pai para fora e bati a porta nas costas dele. Eu nunca tranquei uma porta tão rápido. Me sentei do lado da cama e chorei, chorei como nunca tinha chorado antes. Eu precisava da Estela comigo, precisava da minha amiga de volta mas eu sabia que eu não a teria agora. Mas insisti e liguei para seu telefone. 

Demorou um tanto para que ela atendesse aos toques que eu dei, mas finalmente atendeu e eu consegui ouvir suas lágrimas do outro lado da linha.

- Amiga, como estão?

Ela demorou para responder, eu sabia oque veria a seguir.

- Amiga, vão internar o Peter.

O silêncio reinou nos dois lados do telefone e depois de muito tempo ela continuou.

- Eles queriam prender ele, mas papai conseguiu facilitar as coisas. 

O bendito senador.

- E para onde vão levar ele?

- A gente ainda não sabe direito. Quando a gente chegou aqui decidiram levar ele pro hospital para se recuperar primeiro... mamãe foi acompanhar ele.

Eu respirei pesadamente e tentei ficar calma.

- Ele precisa depor antes de tudo... não sei quando vão fazer isso.

- Você já está em casa amiga? - Perguntei.

- Não, papai está conversando com o delegado agora... eu não sei se odeio mais a politica dele...

Concordei com a minha cabeça mas me mantive quieta. Até a pergunta que veio a seguir.

- Oque você contou para policia Laurel?

Meu peito subiu para a garganta e eu não consegui mais respirar facilmente.

- Eu não sei bem... minha cabeça tá girando ainda...

Ela não deu um piu, ela queria uma resposta exata.

- Eu acho que contei tudo oque houve. Contei para eles que sai da lanchonete e deixei ele e Sophie lá, te encontrei em casa e comecei a beber, trocamos alguns olhares com uns meninos, você me deixou pelo Asher - Engasguei. - Fiquei sozinha por um tempo perto da cozinha e então ouvi o burburinho lá de baixo, uns gritos na verdade, tentei me aproximar para ver mas fui encurralada e fiquei quieta do lado da porta da dispensa. 

Destroyed SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora