Capítulo 3

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- Brenda Narrando -

Segunda chegou e com ela veio de brinde aquela chuvinha do final de semana, movimento foi super fraco e com isso fechamos mais cedo. Cheguei no ponto não deu dois minutos e o ônibus veio, cheguei em casa e os problemas começaram, mal abri o portão e o Nandinho apareceu desesperado.

- Amiga, a vó tá passando mal - falou rápido e eu corri

- Meu Deus - falei e fui pegar os documentos dela

- Tô indo na frente com ela e eu já liguei pro Alex- falou saindo junto com o bofe dele e por causa do nervosismo eu não conseguia achar as coisas.

Assim que eu consegui achar corri pro hospital e entreguei as coisas pra recepcionista, ficamos um bom tempo esperando até o médico aparecer.

- E aí? - perguntei nervosa

- Ela tá bem - falou e respiramos aliviados - Ela vai ter que ficar uns dias em observação - explicou mais algumas coisas

- Ela estava bem, está tomando os medicamentos certinhos - falei e o Nandinho me abraçou

- É uma doença difícil, felizmente ainda estamos conseguindo tratar aqui - falou me olhando

- Eu posso vê-la? - pedi e ele negou com a cabeça

- Vai pra casa, toma um banho, arruma as coisas dela e vem - falou calmo e saiu

- Vamos, amiga - falou me arrastando

- Por que meu Deus? Por que? - sussurrei saindo do hospital

Foram 3 dias no hospital, 3 dias terríveis, revezava com o meu tio e felizmente a minha chefe me liberou esses dias e quando voltei a trabalhar a mãe do Nandinho ficou tomando conta dela. Essa situação mexia totalmente com meu humor, estava no ponto esperando meu ônibus e como naquela noite o mesmo carro parou e o bofe grisalho me chamou.

- Oi - falei sorrindo fraco e entrei no carro

- Oi, sumiu - falou e eu encarei sem entender - Andei passando por aqui e você não estava - explicou

- Problemas - falei dando de ombros

- O que aconteceu? - perguntou parecendo preocupado

- Não quero falar sobre - falei sorrindo fraco

- Já sei - falou entrando numa rua e estacionou na frente de um Mc Donald

- Que isso? - perguntei quando ele saiu do carro e eu desci em seguida

- Minha filha sempre diz que comida melhora tudo - falou me fazendo rir

- Ela tem razão - falei e entramos

- Vai lá que eu mesmo pego - falou me empurrando pra mesa.

Ele fez os pedidos e eu mandei uma mensagem pro Nandinho explicando aonde eu estava e com quem.

- Espero que goste - falou despertando minha atenção

- Arrasou - falei sorrindo

- Ficou até animada - falou brincando e começamos a comer - Me conta sua história - pediu me olhando fixamente

- Não tenho uma história - falei baixo, confesso que amava a voz dele mas me sentia intimidada também

- Todo mundo tem uma história - falou óbvio e eu fiquei sem saída

- Me chamo Brenda, tenho 21 anos, trabalho em uma loja de roupa de marca e moro em Bonsucesso com a minha avó - falei sem entrar em detalhes

- Difícil de se abrir hein - falou terminando o lanche

- Pra estranho sim - falei direta e ele riu baixo

- Agora me conta você a sua história - falei bebendo meu refrigerante

- Não tenho - falou dando de ombros

- Todo mundo tem uma história - falei imitando ele

- Filha da puta - sorriu de lado e que sorriso lindo - Me chamo Marcelo, tenho 56 anos, sou empresário e tenho 3 filhos - falou de forma básica

- Difícil de se abrir hein - falei de forma debochada e me levantei indo jogar as coisas no lixo

- Vamos, doidona - me chamou e nós fomos em direção ao carro

Em menos de 10 minutos chegamos na minha casa, desci do carro mas dessa vez ele veio junto.

- Que foi? - perguntei me encostando no carro

- Gostei de você, não sei porquê - falou olhando nos meus olhos

- Você nem me conhece - falei rindo baixo

- Mas eu sei que você tem o coração bom - falou simples e alisou meu rosto

- Sabe? - perguntei arqueando as sobrancelhas

- Sei - falou baixo aproximando o rosto do meu.

Quando me dei conta já estávamos nos beijando, um beijo calmo, sem pressa. Um beijo muito bom. Ele explorava toda minha boca, uma mão estava por dentro do meu cabelo enquanto a outra apertava suavemente minha cintura, arranhei a nuca dele de leve e encerrei o beijo com uma mordida no lábio.

- Eu tenho que entrar - sussurrei e ele me deu um selinho demorado

- Se cuida, doidona - falou me soltando e eu me afastei

- Você também - falei sorrindo e fui entrar mas voltei e tomei a iniciativa de beijar ele, dessa vez com mais intensidade - Eu tenho mesmo que entrar - falei em meio ao beijo e ele sorriu de lado

- Tem? - perguntou me olhando tão intensamente que quase tive um orgasmo

- Tenho - falei me afastando - Tchau - falei e dessa vez eu entrei mesmo

Meu Coroa Onde histórias criam vida. Descubra agora