TEXTING ME

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POV ARIZONA

Tomamos um banho para relaxar e saímos para comprar algumas coisas para Callie, antes que o comércio fechasse.

Meu pais optaram por ficar no hotel. Além do cansaço, eles não estavam no clima para um passeio ao meu lado.

Eu não conhecia Paris, meus olhos arregalavam a cada paisagem bonita.

Callie me olhava de lado e parecia rir do quanto eu parecia uma criança impressionada com cada detalhe daquele lugar.

- Bonito, né? - Ela disse.

- Lindo! Você vem muito aqui? - Perguntei impressionada com um jardim que estava na nossa frente.

- Algumas vezes, a última vez foi na minha lua de mel, há alguns anos atrás.

Lembrei da existência de Erica e Christian e um certo nervoso tomou conta de mim.

Eu achava muito estranho a gente estar em Paris, eu olhava para todos os lados o tempo todo, com medo de estarmos sendo seguidas.

Callie entrou em uma lojinha e eu fiquei sentada em um banco na praça em frente à loja.

O fuso horário era bem diferente e lá já estava no fim da tarde.

Vi que do outro lado da rua tinha um cyber café. Pensei por alguns segundos se deveria ir lá tomar um café e checar meus e-mails enquanto Callie olhava as roupas que precisava comprar.

A curiosidade tomava conta de mim. Eu queria ver se havia recebido alguma mensagem, eu não teria paz enquanto estivesse obcecada pensando nisso.

Entrei no pequeno estabelecimento e pedi um café e acesso de 15 minutos a algum notebook.

Imediatamente uma senhora simpática trouxe para mim o que eu havia pedido.

Respirei fundo antes de acessar minhas redes sociais.

Primeiramente, vi algumas homenagens ao Richard e meus olhos encheram de lágrimas, era realmente triste.

Ao checar minhas mensagens, como era esperado, havia milhares do Christian. Ele estava realmente bravo e me ameaçava de todas as maneiras possíveis.

Apenas li todas e solicitei à senhora algumas impressões. Queria mostrar todas as ameaças para a polícia quando fossemos procurar.

Ao ver os sites de notícias, entendi a razão pela qual ele estava bravo comigo.

Me deparei com a seguinte manchete: "dono da Blue Jewelry deserda o filho..."

Antes que eu pudesse ler a reportagem na íntegra, fui surpreendida com mais uma mensagem na minha rede social.

"Você está online, sabia que não ia ficar sumida muito tempo."

Eu comecei a tremer e não respondi.

Imediatamente chegou outra.

"Vai ser um prazer te procurar e destruir a sua vida, exatamente como você fez com a minha."

Diversas mensagens iam chegando e cada vez o nível piorava.

Eu estava olhando fixamente para tela e com a mão no mouse, preparando impressão de todo o conteúdo daquela conversa unilateral.

Eu estava selecionando todas as mensagens, principalmente as que ele me ameaçava.

Eu estava prestando tanta atenção que assustei brutalmente ao sentir uma mão em meu ombro.

- Te achei. - Callie sorria para mim.

Eu assustei tanto, que acabei clicando em coisas que não devia e iniciei uma chamada de voz com Christian, sem querer.

Assim que percebi, antes mesmo dele atender, eu fechei a tela do notebook. Não queria preocupar Callie também.

- Meu Deus, você me assustou. - Eu disse com uma mão no coração.

- Vamos voltar para o hotel, amanhã cedo precisar sair daqui e é bom descansarmos.

Eu assenti e fui atrás dela, deixando, inclusive, as impressões para trás. 

- O que você estava fazendo no notebook? Você sabe que é perigoso ter qualquer contato com qualquer pessoa, não sabe? - Callie disse enquanto andávamos de volta para o hotel.

- Eu não tive contato com ninguém, eu apenas li algumas coisas. Vi uma matéria falando que Christian foi deserdado, mas não consegui ler tudo. - Falei apreensiva.

- Ele deve estar realmente bravo com você. - Ela tentou falar de uma maneira descontraída.

Já estava anoitecendo. Enquanto andávamos, senti a mão da Callie procurando a minha.

Oficialmente, andamos de mãos dadas em Paris.

Vez ou outra ela me olhava, como um ato de cuidado, averiguando como eu estava reagindo.

Quando chegamos no hotel, eu percebi que havia esquecido as impressões.

- Callie, precisamos voltar. - Falei nervosa. - Eu tinha pedido pra dona do café imprimir algumas coisas para mim e acabei esquecendo lá.

- Acho que já deve ter fechado, fomos tarde. - Ela falou apertando o botão do elevador.

- Callie, nós precisamos voltar. Eu consegui imprimir diversas mensagens do Christian me xingando para entregarmos para a polícia. - Eu praticamente gritava.

- Amanhã passamos lá, ok? Antes de irmos para Monte Carlo vamos lá pegar suas impressões. - Ela soava calma.

Com a calma dela, acabei relaxando também, afinal, não tinha o que temer, estávamos seguras ali. Eu estava desesperando a toa.

Pedimos comida e ela foi levar também para o quarto dos meus pais. Aquele dia eu realmente não estava disposta a discutir mais com eles. Eu sabia que eu tava errada e não queria ouvir isso novamente.

Comemos, tomamos banho e já deitamos, o fuso horário fazia nossa cabeça ficar confusa.

Após fecharmos as cortinas e apagarmos as luzes o quarto estava bem escuro e era dificil ver alguma coisa no ambiente. Tudo que eu sentia era a respiração quente e pesada da Callie no meu pescoço.

Sem pensar duas vezes, me virei e a beijei. Era tudo tão recíproco, era impossível não me apaixonar cada dia mais por aquela mulher.

Trocamos algumas carícias e dormimos, no dia seguinte chegaríamos ao nosso destino final.

RIDING (CALZONA)Onde histórias criam vida. Descubra agora