BE MY WIFE

281 42 16
                                    

POV CALLIE

Fomos interrompidas pelo celular de Arizona que tocava insistentemente.

Ela se enrolou em uma toalha que estava ali perto e por fim, atendeu.

Eu mantive a distância necessária, ninguém poderia nem sonhar que eu estava ali.

Arizona me olhou com um certo desespero e pediu para eu eu não saísse dali.

Ela entrou no imóvel e voltou vinte minutos depois, extremamente arrumada.

Vestia um vestido azul um salto fino de um tom similar ao da sua pele. Visivelmente ela havia passado secador nos cabelos, pois estavam intactos e secos, diferentemente de mim, que estava ensopada e na área da piscina até aquele momento.

- Você precisa ir agora mesmo. - Ela disse quase que ordenando.

- Para onde você vai? - Questionei enquanto observava cada detalhe dela.

- Christian me ligou. - Ela disse.

Esperei ela continuar a falar.

- Richard está no hospital novamente, parece que a doença o sugou ainda mais nos últimos dias. - Ela parecia decepcionada.

Droga. Eu precisava falar com ele, ele não podia morrer.

- E você se arrumou toda para visitar ele no hospital?

Ela respirou fundo e pegou na minha mão.

- Callie... Christian está com medo dele morrer ainda na madrugada de hoje. Parece que o final de semana foi meio que uma despedida. Ele estava entre idas e vindas do hospital há um bom tempo.

Ela respirou fundo novamente.

- Christian me ligou e quer que a gente assine os papéis do casamento agora mesmo. Ele quer que o pai veja em vida que nos casamos, ele está fazendo de tudo para impressionar o pai e assumir a presidência, cumprindo tudo que foi determinado no testamento.

Meu chão abriu. Seria impossível falar com Richard naquele momento, ele não havia me contado qual era seu plano para impedir que Christian fizesse tudo que estava em seus planos e se Arizona se casasse com ele, estaria ainda mais ligada ao contrato, pois seria legalmente esposa dele.

- Então eu preciso que você vá embora agora, vou correndo para lá, o pessoal do cartório já está chegando também. - Ela disse com uma certa tristeza.

Eu não podia deixar isso acontecer.

- Arizona, não. - Supliquei. - Richard sabe de tudo. Ele te viu pulando a janela do quarto dos seus pais, acabou te seguindo e ouviu a parte da nossa conversa que você me contou do contrato.

Sua postura corporal mostrava que ela estava prestes a se desesperar.

Continuei.

- Aquele dia que eu desmaiei, eu fiquei nervosa porque ele me falou que sabia. Ele disse que estava do nosso lado e que tinha um plano para impedir Christian a conquistar tudo e para proteger vocês, mas ele não me contou qual era e agora ele tá no hospital e eu não sei o que fazer.

Pude ver que seu peito subia e descia rapidamente, seus pulmões praticamente imploravam por ar.

- E eu estou com medo de que Richard sinta medo de morrer e fale alguma coisa com ele que faça Christian vir até você. - Falei nervosa também.

Ela estava em uma situação deplorável aquele momento. Ela se dava alguns tapas e repetia para si mesmo o quão podre ela era por ter se submetido àquilo.

Eu a abracei.

- Eu sei que posso estar sendo doida ao falar isso, mas acho que deveríamos aproveitar que seus pais estão aqui e deveríamos fugir para algum lugar que ele não possa nos encontrar e depois falamos com a polícia. - Falei em um só fôlego.

Primeiro, ela hesitou. Ficou alguns segundos calada, acho que refletindo acerca das possibilidades.

- Você faria isso por mim? - Ela me perguntou com uma voz manhosa.

- Pelo visto, eu faria qualquer coisa por você. - Ri, mas com um certo nervosismo.

Eu tinha uma boa reserva financeira. Mesmo que Erica tivesse praticamente quebrado o nosso patrimônio, eu era uma pessoa organizada e tinha o suficiente para irmos para qualquer outro país e segurar as pontas por um tempo.

- O que vamos fazer então? - Ela estava tão nervosa que tremia.

- Vai arrumar uma mala com o essencial e não esquece seus documentos e nem dos seus pais. Eu vou ver se acho alguma passagem para algum lugar. Precisamos sair dessa cidade quanto antes, se ele desconfiar de algo pode pedir alguém da máfia para ir para a rodoviária e aeroporto.

Ela se levantou para ir fazer o que eu falei.

- E não esquece de agir normalmente com Christian agora. Antes de sair, vamos deixar os celulares aqui para evitar qualquer tipo de rastreio.

Ela concordou.

Consegui quatro passagens para Paris. Depois, meu plano era irmos para Monte Carlo, local pequeno e que dificilmente alguém nos acharia rápido, daria tempo de pensarmos em um jeito de seguir a vida.

Agradeci a Deus mentalmente por ter resolvido sair aquela noite e por ter passado na casa da Arizona. Felizmente eu também estava com meus documentos na bolsa, não passaria em casa nem para pegar roupas, teria que comprar novas assim que possível.

Parecia loucura eu fazer tudo aquilo por Arizona. A gente nem se conhecia há tanto tempo, mas a minha paixão por ela e o medo de que pudéssemos morrer me fizeram agir de tal forma.

Eu fui para a sala esperar ela e seus pais já estavam de pé. Teríamos que explicar para eles no caminho, não havia mais tempo. Se Arizona demorasse a ir encontrar Christian era capaz dele aparecer lá para buscar ela.

- Callie. - Arizona disse. - Ele já me mandou três mensagens perguntando onde eu estou. - Ela tremia tanto que quase não conseguia segurar o celular.

Chamei um táxi e rapidamente já estávamos dentro dele, rumo ao aeroporto.

É oficial, ela não iria se casar com ele, mas eu não tenho ideia do que aconteceria dali para frente.

Nosso sumiço daria certeza a todo mundo de que nós estávamos juntas e seria a ruína do Christian na Blue Jewelry.

RIDING (CALZONA)Onde histórias criam vida. Descubra agora