WHEN I WIN, I LOSE

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Este capítulo pode acarretar algum gatilho: contém arma e tiros.

POV ARIZONA

Senti as mãos quentes de Christian percorrerem a minha cintura, com um ar autoritário e de posse.

Callie assistia aquilo com um certo nojo. Acho que ela estava realmente com nojo de mim. Seria difícil para ela entender que eu fiz o que eu fiz, apenas tentando ganhar tempo para proteger ela e os meus pais.

Logo após, Erica também entrou no quarto e fez o mesmo com Callie, a tomou para si como se ela fosse um troféu.

Eles estavam se sentindo vitoriosos. A cada passo que dávamos naquele hotel, eu sentia que a morte estava mais próxima.

Callie não me olhava a nenhum momento, ao contrário de mim, que o tempo todo tentava olhar para ela.

Seu olhar era vazio e frio, o tempo todo para frente.

Realmente acho que magoei muito ela. Imagino que ela pense que fez tudo por mim e que agi somente na ingratidão e a traindo o tempo inteiro.

Passamos pelo saguão do hotel, e eu já estava sem esperanças, mas a vida resolveu dar uma reviravolta.

O hotel estava cercado de policiais.

Olhei para Callie surpresa e ela continuava a me ignorar. Pela sua reação, provavelmente ela quem havia nos salvado novamente.

Minha consciência pesava uma tonelada.

Christian, em uma atitude de desespero, ao ver tantos policiais, me puxou para mais perto de si e colocou a arma na minha cabeça.

- Se alguém der um passo, eu atiro. - Ele falava me segurando firme.

Eu podia praticamente ouvir o meu coração, de tão forte que ele batia.

Erica não estava armada, então Callie conseguiu sair com facilidade de seus braços e já estava próxima aos policiais.

Eu estava aliviada por ser eu ali nos braços do Christian. Eu não me perdoaria nunca se ele a usasse como refém.

O tempo parecia não passar. Ele me segurava com muita força.

Erica e Callie estava conversando com alguns policiais e outros estavam conversando com Christian, tentando negociar com ele a minha liberdade.

Seu braço apertava a região do meu pescoço e junto à minha ansiedade, aquilo estava me fazendo sentir que meu ar acabaria a qualquer momento.

Novamente, a vida deu uma reviravolta.

Erica se aproximou de Christian, falando algo em seu ouvido. Eu não pude entender suas palavras, mas de alguma forma, ela o distraiu, fazendo com que o policial conseguisse me tirar rapidamente dos braços dele.

- Filha da puta, você me distraiu! - Ele disse revoltado com Erica, disparando um tiro em sua direção.

O tiro passou de raspão e ele não parecia satisfeito, ele andava com fúria nos olhos e atirava para todos os lados.

As pessoas ao redor estavam desesperadas. Eram gritos, pessoas se escondendo, pessoas correndo.

Eu estava imóvel, um policial me pegou no colo para conseguir me colocar dentro de uma viatura e me proteger, fez o mesmo com Callie.

Parecia ser impossível controlar Christian de uma maneira sem violência, então deram um tiro em seu braço para tentar contê-lo.

Dali para frente, eu não vi mais o que aconteceu, só sei que colocaram ele em uma ambulância repleta de policiais.

Eu tremia muito e chorava muito.

- Srta. Robbins, estamos cientes da situação. A justiça daqui será competente para averiguar o que Christian e Erica fizeram neste hotel, mas certamente, depois de depor aqui, você também terá que depor lá, nos EUA é crime fraudar casamento e você quase fraudou. Provavelmente, vão querer conversar com você e entender o que aconteceu. - Um policial falou comigo.

Eu apenas concordei com a cabeça e o agradeci.

Erica saiu em uma viatura e algo naquela história me intrigava. Porque ela havia me ajudado? Alguns minutos atrás ela queria me matar e depois ela praticamente me salvou.

Muitas coisas teriam que ser averiguadas ainda, a história ainda estava nebulosa, mas o que me importava mesmo naquele momento era Callie.

Me aproximei dela.

- Graças a Deus que você existe. - falei soltando uma respiração funda. - Me impediu de casar e cometer um crime, me trouxe para cá para me salvar, salvou meus pais e ainda por cima conseguiu convencer Erica a me salvar.

- Eu não convenci Erica a fazer nada. A polícia negociou com ela condições melhores se ela agisse da maneira correta. - Ela falou séria, ainda sem me olhar.

- Callie, olha para mim. - Pedi. - Me desculpa, eu só queria te proteger.

Ela riu.

- Me proteger? Mentindo para mim, transando com seu ex e minha ex e escondendo tudo de mim? Você é péssima, Arizona.

- Eu queria ganhar tempo para que vocês pudessem fugir, eu já falei. Me perdoa. - Coloquei a mão no braço dela.

Ela tirou minha mão.

- Você podia ter me falado tudo que estava planejando, podíamos ter planejado tudo juntas. Você só me apunhalou pelas costas o tempo todo. Eu só me arrisquei por você e se não fosse a minha inteligência de avisar seus pais, estaríamos mortas agora. Nem o local que você estava você foi capaz de me falar.

Ela deu uma breve pausa para respirar e continuou.

- Você é a pessoa mais egoísta que eu já conheci na minha vida. Eu acho que eu preferia ter levado um tiro na testa do que ter te defendido para Christian e Erica enquanto eles riam de mim porque tinham transado com você.

Eu comecei a chorar e ela continuou falando.

- Você transou com eles porque você quis e não adianta você negar. Você poderia ter simplesmente me mandado a localização e eu dava um jeito de ir com a polícia, era tão simples. Mas você, além de egoísta, ninfomaníaca e interesseira, ainda é burra.

Meu rosto ardia de tanto chorar e ela simplesmente virou as costas para mim, não me deixando falar nada.

Entramos na viatura e fomos encaminhadas para a delegacia para depor.

Ela estava no telefone com meus pais. Parece que mesmo após eu ganhar um nova chance, havia perdido tudo. Aparentemente havia perdido a Callie e até mesmo os meus pais.

RIDING (CALZONA)Onde histórias criam vida. Descubra agora