Como Tudo Aconteceu • ADP - Sariette

08

Na manhã seguinte, estava esperando a minha mãe. Como ela iria começar a lecionar hoje, então, iríamos juntas. Estava na frente de casa, sentia um pouco de sono. Cheguei um pouco tarde do apartamento de Sarah... Mas não me arrependia, claro. A primeira coisa que fiz ao chegar, foi guardar a garrafa preciosa de vinho do meu pai. Amém que ele não sentiu falta.

Olhei no meu relógio de pulso, e chamei por Fátima. Mais um pouco e chegaríamos atrasadas. Eu sei que ela está um pouco enrolada... Imagina só! Depois de catorze anos sem lecionar, voltar a trabalhar era um grande passo. O que me vinha ao pensamento que agora, ela seria amiga de trabalho de Sarah... Não sei se isso seria bom ou ruim, ou se Sarah ficaria pilhada com isso. Mas espero que seja uma boa oportunidade para que elas se tornem amigas.

Comecei a cantarolar “You Are The One That I Want”. Música do filme da noite anterior. Eu estava distraída quando senti uma mão quente em meu ombro, me assustando. Virei-me e deparei com Marcela, minha antiga babá.

“Desculpe-me, Juliette... Eu não queria assustá-la. Nossa como você cresceu!” O olhar de Marcela percorreu por todo o meu corpo com interesse.

“Oh, Marcela!” Falei, dando um leve sorriso meio constrangido por aquela secada. “Eu não sabia que estava de volta”.

“Vim passar um tempo com a minha mãe. Ela está um pouco adoentada”.

“Eu soube. Sinto muito por sua mãe. Espero que melhore rápido”.

“Sim. Eu fui pegar o jornal, e vi você... Não resisti e tive que dar um “oi”, mas bem... Confesso que não esperava essa recepção, estou um pouco decepcionada”. Ela falou, me olhando nos olhos.

Eu olhei em direção da minha casa. Onde está a Fátima? Voltei a olhar para minha ex babá... Marcela não era velha. Tinha por volta dos 30 anos. Era uma loira dos olhos castanhos, muito bonita por sinal. Eu tinha dado o meu primeiro beijo com ela... Eu acho que tenho alguma fixação por loiras mais velhas... Já que Sarah também era.

“E como você esperava uma recepção?” perguntei me arrependendo em seguida ao vê-la se aproximar de mim.

Tentei andar para trás, mas Marcela foi mais rápida, me segurou pelos braços e me deu um beijo nos lábios. Oh, merda! Não era pra acontecer isso. Rapidamente cortei o beijo, me soltando dos seus braços.

“Marcela não!”. Disse, irritada. “Ficou louca?”.

“Não... Eu pensei que você queria...” Ela respondeu claramente constrangida.

“Claro que não. Por Deus! Nunca mais faça isso... ok?” pedi com o semblante sério.

“Desculpe-me, mas eu... Eu não resisti... Não irá acontecer novamente” ela deu um sorriso pálido “Até mais, Juliette”.

Eu a observei atravessar a rua e ir em direção da sua casa. Não demorou muito para Fátima finalmente aparecer.