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Para completar a minha semana: O meu carro tinha quebrado. E não tinha ninguém em casa para me ajudar. Eu não sabia o que fazer com o carro. Olhei em meu relógio de pulso. Tinha uma hora para chegar ao trabalho. Como eu estava com muita, mais muita energia mesmo, então, resolvi caminhar.


Depois de dez minutos de caminhada, percebi que não tinha sido uma ideia muito feliz da minha parte. Até porque eu estava de salto, de vestido e o vento estava cruel. Sempre que ventava, eu tinha que segurar a parte debaixo para não voar e mostrar minha calcinha.

Um carro veio atrás de mim, dando algumas buzinadas. Não olhei para trás. Odeio esse tipo de gente pervertida que fica buzinando quando vê alguma mulher bonita.


O carro continuava a me seguir e eu comecei a ficar preocupada. Aumentei os meus passos, tinha que chegar ao cruzamento onde teria alguma movimentação de pessoas. Praticamente corri com o coração aos pulos, era só o que me faltava! Ser perseguida por um possível maníaco. Quando ia chegar ao cruzamento, o carro cruzou e parou em minha frente. Gelei, mas abri um sorriso enorme ao ver quem era.


“Sarah!”. Exclamei com um sorriso feliz. Eu era uma idiota! Eu devia estar com raiva por ela ter me abandonado por uma semana praticamente. Aliás, eu estava com raiva, porém, a felicidade de ver a minha namorada era maior que tudo.


E ela estava tão linda! Parecia mais brilhante. Seu rosto estava bronzeado e ela parecia mais divina ainda. “Vai ficar aí parada e não vai entrar no carro?”.


Rapidamente entrei no carro e a beijei com saudade, vontade e desejo. Ela de primeiro ficou surpresa com a minha reação, porém, colocou as mãos em meu pescoço e me beijou na mesma intensidade. Ah que saudade desse beijo!

Depois que matei um pouquinho a saudade de sua boca, afastei-me dela e dei uma tapa em seu braço, que me olhou com surpresa. “Por que me deixou uma semana sozinha?”. Cruzei os braços, deixando a raiva inflamar.


“Oh meu doce, perdoe-me. Eu fiquei tão empolgada, encontrei umas amigas que há muito tempo não via e matamos a saudade”. Desculpou-se com a carinha de cachorrinha abandonada que eu quase não resisti, porém, a curiosidade e o ciúme não me deixaram.

“Que tipo de amigas e como mataram a saudade?”. Eu perguntei, cruzando os meus braços e mantendo a minha expressão feia.


Sarah controlou o riso. “Amigas do tempo da escola, e algumas do tempo da faculdade. Ficamos conhecendo os pontos turísticos e também os bares... Antes que me mate, não fiz nada demais. Apenas bebi e coloquei a conversa fora. Não sei se você percebeu, mas... Eu voltei antes do tempo. E sabe por quê?”. Ela ficou me olhando, e começou a fazer carinho em meu rosto. Eu estava toda amolecida já.

Ela tinha razão. Tinha voltado antes do tempo e amém por isso, mas como eu estava fazendo birra, eu não iria dizer a ela. “Sei não... Por quê?”. Perguntei, tentando não aparentar curiosidade, mas meus olhos me denunciavam.

Como Tudo Aconteceu • ADP - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora