Ciúmes

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- Aquele garoto era um folgado.
- Você só não está acostumada com ele ainda, mas Bakugou só é... Ok ele é meio folgado às vezes é verdade, porém está muito melhor.

Mimi bufou, enterrou o rosto no travesseiro e ficou virada de barriga para baixo, indignada por S/N não estar lhe dando a devida atenção.

- Mimi, não entendo por que está tão zangada. - S/N afagou os cabelos da amiga ao seu lado, sorrindo genuinamente por finalmente ter Mimi consigo outra vez. As duas não se viam à anos, a saudade deixou um espaço vago em seu peito.
- Pensei que seria sempre só nós duas.
- Como assim?
- Sempre foi só a gente mesmo, eu saio por um tempo, e quando volto você já arranjou outro para pôr no meu lugar. E pior... UM HOMEM S/N!

S/N riu por um tempo, mas levou a mão a boca quando percebeu que Mimi não estava com humor para brincadeiras, ela estava realmente chateada.

- Você acha mesmo que eu conseguiria substituir você? Nem mesmo que eu quisesse iria dar certo. Mimi, você e Bakugou tem personalidades parecidas, mas ele jamais ocuparia o seu lugar em meu coração. Você é a pessoa mais única que já conheci.
- De verdade? Você não vai me trocar por ele?
- De verdade, eu não sou idiota o bastante para trocar você. - Confirmou.

Mimi deixou de birra e abraçou a amiga com força, pressionando seu peito contra o dela e colocando o seu peso contra o corpo de S/N.
Mimi passou os braços ao redor da sua cintura e a abraçou ainda mais forte, escondendo seu rosto na curvatura de seu ombro e ali ficou, sentindo o doce aroma do sabonete da amiga.

S/N retribuiu o abraço, deu um sorriso ainda mais forte com a sensação de estar segura e dormiu tranquilamente aquela noite.

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- Você tem que ir mesmo? - Mimi queria agarrar-se a perna de S/N, e assim deixar as duas passarem o dia juntas.
- Sim, Mimi, eu tenho que estudar.
- Falta só hoje.
- Não posso, mas prometo voltar e dar toda a atenção do mundo a você. Está bem?
- Hum. - Ela não parecia satisfeita, mas não tinha como recusar. - Está certo.

S/N sorriu para a amiga antes de sair do apartamento, ansiando por voltar pra casa o mais rápido possível.
No metrô, ela conseguiu um lugar para se sentar, parecia um bom dia. Reconheceu imediatamente o cheiro da pessoa que sentava ao seu lado, olhando pelo canto dos olhos, ela só confirmou a própria teoria.

Ela sorriu, olhou para Katsuki e deu um aceno de bom dia, que só foi retribuído com um cenho franzido. Era estranho, visto que ele sempre a respondia com palavras, um simples "Tsc.", ou com algum resmungo que ela não conseguia compreender ao certo o que era.

- Aconteceu alguma coisa?
- Não.
- Então por que-...
- Não aconteceu nada. - Ele a cortou. - Eu estou bem.

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Seu dia cansativo foi muito bem recompensado quando chegou em casa novamente. Mesmo indisposta, S/N se rendeu a necessidade de aproveitar o resto dia com Mimi.

- Seu gosto musical não mudou muita coisa. - Mimi observou enquanto olhava a playlist de música no celular de S/N.
- Isso é bom?
- É óbvio que é. Eu gosto do seu estilo de música.

S/N sorriu, Mimi costumava dizer que a melhor forma de conhecer uma pessoa, é explorando o seu lado musical, isso por si só já poderia dizer muito sobre ela. Mimi era boa em avaliar as pessoas, talvez fosse este o seu dom no final das contas.

- Você lembra do Haru?
- Sim. Não esqueço das pessoas eu que crio rancor.
- Mimi!
- O que? Não é tão ruim assim, isso é sinal de que eu nunca vou esquecer o nome daquele garoto que veio aqui ontem.
- Você realmente não tem jeito.
- Que bom que sabe. Ainda lembra do meu jeitinho maravilhoso de lidar com seres humanoe. - Mimi sorriu vitoriosa.

S/N balançou a cabeça, embora fosse verdade que nunca a esqueceu e manteve a personalidade forte de Mimi em sua cabeça em diversas situações, isso a ajudou a brigar quando precisava e ficar em silêncio quando era essencial.

- Mas diz aí. O que tem o Haru? - Questinou curiosa, pronta para saber da possível fofoca.
- Nada. Só queria saber se você sabia de alguma coisa dele, não o vejo mais desde que entrei pro ensino médio.
- Não. Não sei de nada dele, nem me interessei por esse cara. Bom, se eu for chutar, eu diria que ele deve estar em Tóquio ou no interior da cidade.

Mimi comprou algumas besteiras para as duas aquela noite. Disse que queria comemorar os aniversários que acabou perdendo.

- Você não comemorou seus outros aniversários?
- É... É complicado.

S/N deu de ombros, intrigada, mas sem a necessidade de ter que perguntar. Mimi não era do tipo que travava sua fala, quando acontecia daquela forma, ao ponto de deixar claro em seus olhos o seu receio, era porque com certeza não queria continuar com aquele assunto. Então seria hora de mudar o rumo da conversa e tentar outra coisa para esquecerem do que estavam falando antes.

Resolveu colocar um filme de comédia, algo para arrancar risadas das duas e matar o clima frio e silencioso que ocupava o espaço do cômodo, fazendo ambas as meninas se sentirem sufocadas com a própria presença.
Mimi nunca falou dos seus problemas, nada além da raiva que sentia de determinadas pessoas, também nunca chegou a chorar na sua frente ou pedir ajuda com alguma coisa. Mimi era uma das pessoas mais independentes que S/N conhecia, e isso a preocupava um pouco em algumas situações.

Mesmo assim, não iria pressionar a amiga a falar de algo que não queria. Se fosse desconfortável, ela iria fazer de tudo para esquecer aquilo de uma vez.

O que diabos você vê?! (Imagine Bakugou)Onde histórias criam vida. Descubra agora