~ Bakugou On
Ela está trêmula sob o meu toque, em pânico, como se tivesse acabado de viver o seu pior pesadelo.
Seu medo é compreensível, eu tenho que parar de achar que tudo é uma grande idiotice sem saber de todo o contexto envolvido. Agora que estamos em meu quarto, ela não olha para mim de jeito nenhum, está esperando pacientemente a minha resposta sobre tudo isso.
- Tsc. Eu acredito em você, mas não podemos acusar a dona do condomínio sem provas. - Alerto a ela, apesar de saber que ela já havia pensado nisso antes.
- Eu pensei na possibilidade de ela ter comprado a imprensa naquela época, e assim ter escondido o caso das demais pessoas.
- É uma boa teoria. Qualquer um pagaria caro para manter a própria integridade.Por demônios, é horrível ver ela em uma situação tão difícil e arriscada como essa. S/N está arriscando o próprio pescoço e colocando a mão no fogo por um caso não solucionado, e está fazendo de tudo para que eu não me envolva nisso também.
É ridícula a forma como ela tenta me proteger de praticamente tudo, e pior, não quer me deixar ajudar.
Eu obviamente estou interessado no que ela pensa em fazer, e sim, vou meter meu nariz sem ser chamado. Ela fez a mesma coisa, me ajudou sem eu chamar e então farei o mesmo.
Observo com atenção seus movimentos cuidadosos com as mãos em pegar o copo de água, tentando ao máximo mantê-lo firme em seus toques ansiosos. Saber o que a deixa assim é de arrepiar os cabelos, estar diante de um assassino pode causar medo em qualquer pessoas que saiba que ele é um assassino, que foi capaz de tirar a vida de alguém cruelmente.
Tenho mais medo do ser humano do que das criaturas que S/N vê.
Com calafrios bem notáveis, ela atravessa o quarto e encara a minha janela, que dá vista a rua levemente movimentada a este horário. S/N está pensando no que vai fazer, ela fica neste mesmo silêncio quando põe sua cabeça para trabalhar, vagando em seu transe de ideias e possibilidades.
Ela ficou em pé tempo demais, pois suspirou, claramente decepcionada por não ter conseguido pensar em alguma coisa.
S/N não nota eu me aproximar dela, ou talvez só não quis olhar para mim. Dou dois toques em seu ombro, chamando a atenção dela para o meu rosto, quero encarar o seus lindos olhos.
Ela olha para mim, está esperando que eu tenha algo em mente, mas não sei se pôr a minha ideia em prática vai ser mesmo seguro o bastante. Eu a envolvo em meus braços e sorrio como um cínico vendo a surpresa dela com a minha ação, não estava esperando isso de mim, não assim.Seus olhos demonstram confusão com relação a mim, posso ver os lábios dela se abrindo, mas fechando logo em seguida, ocultando as palavras que iria proferir. Detesto quando ela faz isso, inferno, eu não posso simplesmente adivinhar o que ela quer me contar.
Vejo-a levantar a cabeça para mim, um leve sorriso se forma em seus lábios como o meu. Nossos narizes se encostam, posso sentir perfeitamente a respiração dela se regular com a minha conforme os segundos passam.
~Narradora on
- S/N, se eu tiver um plano em mente, prometa a mim que não o fará sozinha, sua esquisita. - Bakugou sussurra, encarando-a firmemente em seus olhos, ele reza para que ela não minta para ele aqui e agora.
- Eu prometo. - Ela engole seco após responder, conteve a própria resposta por alguns segundos antes de contar.
- Talvez tenha alguma coisa no apartamento dela que possa acusá-lo, algo que tenha passado despercebido pelos policiais ou que que tivesse pagado caro para esconder.
- Está dizendo que eu deveria invadir?
- Não parece óbvio? Não você, mas eu. Você a distrai, e eu entro.
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O que diabos você vê?! (Imagine Bakugou)
Novela JuvenilMedo, um medo avassalador e sutilmente construído. S/N tem lidado com isso desde que se entende por gente. Não há escapatória de seu destino, ela teria de aprender a conviver com os vultos e barulhos assustadores que testemunhava. Maldição. S/N =...