15 - A torre do sino

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Quando consegui dormir eram quase quatro horas da manhã, o que pode explicar eu ter acordado depois das duas da tarde

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Quando consegui dormir eram quase quatro horas da manhã, o que pode explicar eu ter acordado depois das duas da tarde.

Lenna e vovó Ophelia devem ter vindo me chamar algumas vezes para o café da manhã. Isso há horas atrás.

Hoje é o dia do baile beneficente. Preferi permanecer inerte, na minha cama. Embora eu saiba que é uma questão de tempo até Rosana aparecer aqui e iniciar seu showzinho autoritário.

Acho que posso vencê-la. Costumo ser ser boa em vencer as pessoas pelo cansaço, só preciso ser mais teimosa que a maioria delas.

— Por que você ainda está deitada? — O som da minha madrasta me chamando ecoa no meu quarto assim que ela abre as portas.

Estou com os olhos fixos no lustre do teto. Tem doze cristais pendurados, pelo menos, dos que eu posso contar.

— Levante, Isla! — Ordena como se fosse um chefe da guarda.

— Estava pensando... E se eu não for ao evento no Willow?

Não quero mais fazer isso.

— E, eu posso saber o porquê você pensaria que eu permitiria, Srta. Isla? — A escuto perguntar.

— Porque eu não quero. — Sem sinal de mentiras por aqui. — No mais, vai ser melhor. Assim você não precisa se preocupar comigo estragando a minha imagem. — Eu não sei o porquê afinei a minha voz.

— A sua presença é fundamental, prometeu que iria, esqueceu?

— Não, errado. Você prometeu que eu iria.

Rosana começa abrir as cortinas, permitindo a entrada da claridade que invade o meu quarto e tosta minhas retinas.

— Levante! A equipe que irá preparar você chegará dentro de algumas horas.

— Acho que vou ficar aqui.— Puxo o cobertor até a minha cabeça.

— Isla Nicolina Ophelia Grant, levante agora mesmo ou eu serei obrigada a levá-la arrastada!

— Boa sorte tentando. — Disparo num tom amorfo. — Deve haver alguns paparazzi acampando na entrada do condomínio, vão adorar registrar a Lady Rosana cometendo maus tratos.

— Já chega! — Esbraveja, puxando a coberta de mim, para fora da cama.

Tento segurar, mas ela é mais rápida que eu, e antes que ela consiga puxar o meu pé, fazendo jus à um filme de terror, eu me sento, abraçando as minhas pernas.

— Estou indisposta! — Retruco com os olhos fixos nos dela. — E, até onde eu sei, a constituição que você me faz ler e reler desde os meus dez anos me garante a liberdade de fazer o que eu quero. — Argumento. — E, embora eu não tenha essa opção em muitos aspectos, eu devia poder fazer isso hoje nem que seja pela primeira e única vez na minha vida! — Paro de falar e sopro a mecha de cabelo que cai no meu rosto.

Onde se Escondem as Causas Perdidas - 01Onde histórias criam vida. Descubra agora