É bizarro como qualquer coisa por aqui se assemelha a uma grande cena de crime. E, faz sentido, porque sinos não caem do nada.
Embora eu só tenha dado conta da seriedade do incidente no segundo em que abri os meus olhos, depois de quase ter os meus tímpanos estourados.
Bom, o sino caiu, chamou a atenção de todo mundo e a atração principal se tornou eu, quase sendo esmagada.
Todo o perímetro ficou isolado para investigação, rendendo um alvoroço na imprensa, possíveis manchetes para o dia seguinte, vans brancas, carros pretos, muito café, cobertores quentes e detetives contratados pelo rei, me fazendo mais perguntas do que eu sabia responder.Só ralei o braço quando cai no chão, e a Harper está bem, intacta. Preciso agradecer a loirinha e talvez me desculpar por não a escutar. Ela aceitou entrar nessa empreitada maluca mesmo sendo medrosa para muita coisa.
— E aí? — Harper pergunta, atrás de uma ambulância.
— O detetive Baker pegou as fotos e o meu celular. — Conto num suspiro que evidencia a minha frustração. — Eles acham que podem rastrear quem mandou as mensagens.
Ela assente.
— Graças a Deus não aconteceu o pior. — Harper diz olhando fixamente para o chão. — Por um segundo eu pensei que você ia...
— Eu estou bem. — a interrompo, me sentando do lado dela. — Eu deveria ter ouvido você, foi tudo armado. — Ajeito o cobertor em volta de mim. — Você foi rápida me empurrando.
— Isla... — Ela sussurra, levando os olhos aos meus. — Não fui eu quem te empurrou.
— Como assim? — Desmancho o meu sorriso no mesmo instante.
— Tinha mais alguém. — Cochicha, ainda parece assustada. — Eu gritei porque vi um vulto surgindo do nada e não porque vi o sino caindo. Eu não tinha como ver, tava escuro.
— Você viu quem era? — Engulo em seco, e ela somente nega com a cabeça.
— Não deu tempo, foi rápido demais.
— Harp... — Molho os lábios, me esforçando para falar o mais baixo que posso. — Tá me dizendo que um fantasma, o super-homem, a mulher maravilha ou o diabo que seja, me salvou?!
Ela primeiro dá de ombros e faz que sim com a cabeça.
— Por que me salvaria se a intenção era me esmagar como um inseto?
— Eu não sei. — Beberica o café em suas mãos.
— Parando pra pensar, é mais fácil dar um tiro no meio da testa de alguém do que soltar um sino de cem quilos do topo de uma torre. — Penso em voz alta, encarando as luzinhas das sirenes dos carros piscando.
— Talvez tivesse mais alguém ou a intensão era só dar um susto.
— E, por que se dariam a esse trabalho?
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Onde se Escondem as Causas Perdidas - 01
RomanceEm Verena todos estão ansiosos para o baile de apresentação do herdeiro ou pelo menos, quase todos. Isla Nicolina Ophelia Grant, a jovem prometida desde a infância para o príncipe do país, está aborrecida com a própria vida, com as pessoas e com tod...