Capítulo Dois | Rosa

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Eu não me conheço. Como pode uma aluna mexer tanto comigo em menos de uma hora? Eu me olho novamente no espelho e me surpreendo ao ver que estou sorrindo. Como posso estar sorrindo? Eu estou de brincadeira comigo mesmo?

Jogo mais água em meu rosto, mas não faz efeito. Na verdade, apenas meu cabelo responde a esse banho selvagem. Se eu cheguei com ele mais arrepiado que um porco-espinho, agora ele está tão lambido quanto se eu o tivesse banhado em gel. Meu cabelo ébassim. Ele tem vida própria. Eu bem tento domesticá-lo, mas as suas ondas tendem a não me obedecer. Então, eu meio que o deixo livre para fazer o que quer.

Meus olhos parecem estar com mais vida. Há um brilho estranho no cinza esverdeado, e eu me pergunto de onde ele vem. Até onde me lembro, na noite passada, ao me encarrar no espelho, meu olhar continuava tão sem vida quanto quando Monalisa se foi. Será a srta. Soares? Ora, é claro que não! Quer dizer, poderia. Uma vez que ela me deixou excitado. Droga! Como isso foi acontecer?

Eu não posso demorar mais. Os alunos estão me esperando, e com certeza se perguntando o que houve comigo. Respiro fundo, ereto minha coluna, ajusto a gravata vermelha sob o blazer, o abotoou, passo a mão sobre o cabelo, pelo menos o suficiente para não assustar os estudantes, e me retiro do banheiro. Ao fechar a porta, escuto passos vindo pelo corredor. São saltos altos. Eu sei porque eles quicam no chão avisando a chegada do predador. Predador? Isso mesmo. Para mim, mulheres de saltos são mulheres em plena caça, e de alguma forma isso deixa nós, homens, empolgados. Definitivamente, saltos são sexy. Seria ela caminhando pelo corredor à minha procura?

Me viro e fico decepcionado ao constatar que é a diretora Hidalgo e não quem eu gostaria que fosse. Inferno! É claro que não podia ser ela. Onde eu estou com a cabeça?

A sra. Hidalgo se aproxima sorridente, com os braços abertos, para me cumprimentar com um apertado abraço. Eu retribuo, e meu sorriso sai forçado. O abraço demora mais do que o normal, e eu sei bem o porquê. Mas fico feliz em dizer, ela não vai conseguir mais nada de mim. Ela continua como bem me lembro, uma mulher bonita para sua idade e uma predadora profissional. O cabelo preto longo e liso é a sua marca, bem como a roupa, sempre provocante.

- Noah, Noah... É muito bom revê-lo! - Ela finalmente me larga, mas continua a apertar meus braços. Como eu disse, ela está no modo caçadora. - Fiquei muito triste porque você recusou os meus convites durante essas férias. Sinto sua falta... meu amigo. Há tempos que não conversamos.

- É muito bom revê-la também, Sabina, - chamo-a pelo primeiro nome. Temos intimidade suficiente para dispensar o formalismo. - Sinto muito por não comparecer nos seus jantares, mas estive extremamente ocupado. Como você bem sabe, preciso de um novo aluno para me ajudar na minha pesquisa, e estive elaborando um plano de seleção. Sabe que não aceito qualquer um.

pinturas intimas; noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora