Capítulo Seis | Azul

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Estou com alguns papeis em mãos enquanto vejo a sombra de Any desparecer sob a vidraça da porta de minha sala

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Estou com alguns papeis em mãos enquanto vejo a sombra de Any desparecer sob a vidraça da porta de minha sala. Ao olhar para baixo, vejo que estou amassando os artigos que deveria ter lido durante o dia, mas não conseguira, uma vez que não parei de pensar nela.

Me sento na cadeira, e estou com ódio. Com raiva de mim mesmo e do sr. Beauchamp. Ele estaria jantando com ela. Eu! Eu queria jantar com Any. Esse mauricinho está a fim dela, eu sei porque vi o modo como ele a olhou quando os abordei na escada. Any não me enfeitiçou apenas. Em um único dia, ela foi capaz de mexer com outro cara além de mim, e esse infeliz está tendo mais sorte do que eu.

O que você queria, Noah? Você é o professor dela, enquanto o sr. Beauchamp é seu colega de sala. A chance dela escolher um de nós dois é maior para o mauricinho, filho de papai, que não teve que esforçar muito do próprio cérebro para chegar aonde chegou. Any podia ter um relacionamento normal com ele, pois o que posso oferecer a ela?

Por que eu me importo com quem ela sai ou deixa de sair? Não sou seu namorado. Sou seu professor!

Largo os papeis e esfrego as mãos sobre o meu rosto. Já não suporto mais essa angústia que me domina, e sei muito bem o porquê.

Pode parecer loucura. Eu mesmo não acredito que isso tenha acontecido. Mas eu estou afim de Any. Não sei definir o sentimento que sinto por ela, no entanto sei definir as minhas emoções quando estou longe e perto dela. Sei que vai fazer apenas dois dias que a encontrei, que a vi pela primeira vez em toda a minha vida, mas isso é mais do que o suficiente para deixar claro que o que sinto por ela não é normal.

Droga, Noah! Você não pode sentir nada por ela. Você pode sentir um carinho ou afeto de professor. Ou até mesmo querer protegê-la como um amigo ou como um pai. Você não pode gostar dela como um homem gosta de uma mulher.

- Mas eu gosto, - digo a mim mesmo, sozinho em minha sala. - Eu olhei para ela a primeira vez como um homem olha para uma mulher. Pensei nela como um homem pensa numa mulher. Deus! Eu me masturbei pensando nela. Eu a quero. Meu corpo a deseja.

Em dois dias fiz de tudo que foi possível para ficar próximo dela. Agora que consegui, não posso perdê-la. Entretanto, ficar próximo de Any é um perigo para mim, e também para ela. Não sei dos atuais sentimentos de Any, mas se ela realmente não sente nada, ainda está em tempo de reverter. Preciso fazer o que é certo para ela. Apenas, por ela. Eu já vivi sozinho por muito tempo e estou acostumado com essa vida. Mesmo que doa, eu preciso me afastar dela. Eu sou seu professor e ela minha aluna. Isso não daria certo. Não deu uma vez no meu passado, também não daria agora.

Está decidido. Vou tirar a srta. Soares da pesquisa. Não vou desampará-la pelo seu merecido mérito, encontrarei outro professor que a aceite. Existe muitas pesquisas na universidade. Já a respeito de minhas aulas, continuarei tentando agir de maneira rude e, se possível, a ignorando, mesmo que isso me faça sofrer. Pelo menos, por enquanto, apenas um de nós sofrerá. E eu prefiro que essa pessoa seja eu, a salvando de qualquer mal.

pinturas intimas; noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora