Continuo parado sem acreditar no que acabou de acontecer. Any me pediu para chamá-la pelo seu primeiro nome, e não só isso. O modo como ela pediu é o que me deixa aqui, paralisado. Eu vi prazer no seu olhar. Agora haverá uma pequena intimidade entre ela e eu.
Também não posso esquecer que ela me abraçou. Meu corpo formiga, como se ainda sentisse seu corpo junto ao meu. Seus braços em volta do meu pescoço, sua cabeça sobre o meu ombro e os seus seios pressionados contra os músculos de meu tronco. Mesmo através do tecido, eu senti firmeza neles. Se eu não fantasiei, seus bicos pareciam duros; excitados com o abraço repentino. Na verdade, eu pude sentir todo o seu corpo agitado. Como eu suspeitava, tenho algum efeito sobre ela.
Não posso sair da sala agora, pois meu membro se encontra agitado, pressionando o tecido de minha cueca, ficando bem visível sob a calça. É assim que Gabrielly me deixa. Completamente fora de controle de meu próprio corpo, e isso me preocupa. Como me reunirei com ela se o meu corpo acorda para qualquer movimento ou gesto que ela faça? Seria bastante constrangedor se ela percebesse essas minhas excitações, por outro lado, eu gostaria que ela tivesse noção de seu poder sobre mim.
Dou a volta na minha mesa e me sento na cadeira, procurando relaxar e respirar normalmente. Pego minha pasta e retiro o máximo de papeis para ocupar a minha mente. Eu preciso me concentrar em algo que não seja Any, o que é uma tarefa extremamente difícil, uma vez que nos encontraremos em poucas horas, nesta mesma sala. Neste momento, tendo artigos para ler, parte de minha mente conta às horas e os minutos para vê-la novamente.
[...]
São 14h em ponto e ela ainda não chegou. Droga, Gabrielly! Eu não tolero atrasos. Será que ela desistiu depois do que aconteceu entre nós? Porque eu sei que algo aconteceu naquele abraço, e ela não pode negar para si mesma.
Estou olhando para o relógio e os minutos continuam passando. À medida que os ponteiros avançam, minha raiva cresce e a ansiedade me deixa desesperado. Estou sentado na minha sala, como o combinado, e os meus pés batem no chão sob a mesa, nervosos. Tento a todo custo me concentrar nos textos que tenho em mãos, mas a mais de meia hora que estou no mesmo parágrafo. Agora, simplesmente não consigo ler. Lanço um olhar para a porta, mas não vejo nenhuma sombra humana através do vidro fosco. Merda! Ela realmente gosta de chegar atrasada. Vou ensiná-la a respeitar o tempo, principalmente quando tem algo marcado comigo. Ora, já temos muito pouco tempo juntos, ela ainda quer diminuí-lo com os seus atrasos?
Devo confessar que deveria ter dado um prazo de uma semana para os alunos se inscreverem, mas os dei apenas uma tarde. Tudo porque queria logo decidir se colocaria ou não Any na pesquisa. Eu também poderia ter demorado mais avaliando os currículos, mas como disse, o de Any é o melhor. Outro ponto é que eu poderia ter lhe dado a notícia na semana que vem, entretanto não consegui esperar. Srta. Soares, eu estou quebrando todas as minhas regras, e tenha a certeza que continuarei a quebrá-las se você insistir em chegar atrasada.
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pinturas intimas; noany
Fiksi PenggemarRude e frio, Noah Urrea é professor de História da Arte e, como todo amante do universo artístico, também é pintor. Mas há muito que ele não pinta um quadro, pelo menos não como ele gostaria. Falta-lhe inspiração, assim como a vontade de mudar a sua...