– Estou nos seus padrões, Bonnie?
Tinha tentado evitar ao máximo essa conversa, e quando ele dizia alguma cantada eu afirmava que havia meninas melhores que eu, até tentei juntar ele com algumas fofinhas da escola, ele não ligava pra elas, então o relacionamento terminava antes de começar, mas que ele era cheio de admiradoras… não posso negar.
– Não tenho padrões, Tom.
Mirei o chão, orando para que ele desistisse do assunto.
– Eu gosto de você.
Ele disse, ele era tão… tão… perfeito… mas, eu não gostava dele, não desse jeito.
– Também gosto de você, Tom. Acho que preciso entrar.
Ele segurou meus ombros e me encarou.
– Eu amo você!
Fiquei assustada com a expressão desesperada dele.
– Tom…
– Posso ser o que você quiser, mas seja minha Bonnie.
– Ninguém é de ninguém.
Eu disse relutante e sem olhar em seus olhos, ele apertava meus ombros como se eu fosse fugir dele. Arrisquei olhar em seus olhos e me surpreendi, devia ser a iluminação do lugar, mas os olhos dele pareciam mudar de cor conforme respirava.
– Faço qualquer coisa, Bonnie.
– Não precisa fazer nada Tom. Eu também te amo, mas você é meu amigo, eu não namoro meus amigos.
– Então eu deixo de ser seu amigo poxa. Que tal namoramos agora? Daqui uns anos podemos casar e ter filhos, seremos felizes eu prometo!
– Tom… pare com isso…
O aperto em meus ombros não cessou, eu dava um passo atrás afim de me livrar de suas mãos, até que eu estava contra a parede.
– Como pode? Eu te amei desde o primeiro dia que te vi, e não foi na escola, Bonnie. Foi numa cafeteria, nem lembra de mim? Você comprou bolinhos para você e para todas as outras três mesas, o meu tinha sabor de baunilha… você me tocou, Bonnie.
– Não lembro se o garoto sentado sozinho era exatamente você, mas fiz isso para todos de lá, e só o fiz por estar em um dia bom. Havia recebido a notícia de que estudaria em Mirroring Success, o que você queria?!
– Não é o que eu queria, é o que eu quero Bonnie. Seja minha.
– Pare com isso… você está me assustando.
Ele se aproximava cada vez mais e eu senti o cheiro de menta vindo de sua boca, sempre dizendo mesmo que só no movimento"seja minha Bonnie", o empurrei, bati e bati amarrotando sua farda. Ele me beijou como se nunca mais me veria, como se eu sumiria dali. Minhas lágrimas desceram quentes nas minhas bochechas, parei de resistir, então ele afrouxou o aperto, me dando chance de empurrá-lo e de lhe dar um tapa.
– Você não tinha o direito!
Berrei.
– Claro que eu tinha! Você deve ser minha Bonnie.
– Vá embora.
Me arrepiei quando ele ficou com uma expressão fria e começou a ditar murmúrios de palavras desconhecidas e sem sentido.
– O que está fazendo??
– Eu te dei meu coração Bonnie, e você fez pouco caso, agora arque com as consequências.
– Que-que consequências?
– Qualquer coisa que você tocar, ou que tocar em você, ficará como meu coração, agora petrificado.
Ele só podia estar louco, com certeza estava.
– Tom, desculpe. Eu não queria ter… vamos ser amigos, pode ser?
Eu disse, piscando para afastar o medo e a dúvida.
– Você não quer me dar o que realmente quero. Não quero sua amizade. Quero seu coração.
– Tom…
– Você nunca mais vai poder sentir o calor humano de alguém, a não ser o meu… Quando estiver pronta, me procure Bonnie.
– O que está tentando dizer?
Ele pegou uma folha da árvore e me entregou, antes que eu pudesse tê-la nas mãos, só com o toque das pontas dos meus dedos a folha virou pedra, uma pedra no formato de uma folha, deixei cair com o assombro e a pedra quebrou, frágil.
– O que está acontecendo?? Tom…
– Quando estiver disposta venha até mim e seremos felizes, eu prometo.
Ele saiu, toquei dezenas de folhas, tanto de árvores quanto de papéis, tudo virava pedra, testei com os braços, os pés, tudo, tudo que se aproximava e entrava em contato com minha pele se tornava pedra, desde então vivo assim, mesmo dentro de casa opto por usar roupas de magas e luvas para não estragar nada.
Resolvi mudar de casa e de escola, eu até poderia ser um monstro, uma menina esquisita, mas nunca iria até Tomás, eu não sei como ele fez isso, mas é um babaca idiota e mimado, que esteve nos meus pesadelos por muito tempo, até eu enterrá-lo temporariamente no fundo do meu coração, até o dia em que estiver pronta para encarar o problema de frente e até… contar e mostrar para alguém. Me despedi de Sônia com o abraço sempre caloroso que ela me dá. Já no caminho de volta para casa, sozinha, não tive muito cuidado com o farol, e uma moto freou bem a tempo, mas infelizmente derrapou. Droga, por minha causa, eu devia parar de chutar pedrinhas e olhar mais vezes para os lados. Corri até o motociclista que estava deitado no asfalto, tentando tirar o capacete. A moto estava sobre um dos seus pés mas não havia sido uma pancada, ele teve controle o suficiente para que a moto deitasse devagar na pista deserta. Me agachei e o ajudei com o capacete. Os cabelos eram castanho escuros e os olhos castanhos também.°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°°
Espero que estejam gostando, de antemão quero me desculpar por qualquer erro de escrita e avisar que, vocês ficarão com muitas dúvidas e só terão as respostas se lerem até o fim! Enganei uma amiga, ela ficou confusa durante todo o trecho além de desconfiada e espero fazer o mesmo com vocês! ❤️Votem!!!!
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De Encontro Ao Passado Por Um Futuro Melhor.
Short StoryBonnie é uma estudante comum como qualquer outra. Aplicada e inteligente. Órfã de pai e mãe, tendo uma única melhor amiga e recebendo afeto de poucos. Mora em Green Bay, sua vida segue como o planejado até que ela conhece Tomás e o que seria um ano...