★ Capítulo 11★

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Perguntou Sônia batendo com sua bandeja já vazia na mesa, me assustei com sua reação brusca e tão inesperada.

– Vocês dois passaram a aula se encarando. Você.

Apontou para mim.

– Parece que estava prestes a falar algo. E você.

Apontou para Thomas.

– Parecia estar fuzilando ela com os olhos ao mesmo tempo em que também parecia querer dizer algo.

Ela cruzou os braços e se debruçou no encosto da cadeira.

– Vamos, comecem a dizer. Mas um de cada vez.

Fiquei calada e olhei para Thomas que fez menção de falar.

– Cale a boca.

Eu disse para ele, assustada.

– Ah não! Me falem agora!

Olhei para uma Sônia irritada e preocupada, não com Thomas, mas comigo. Quando a olhei Thomas começou a falar.

– Me confessei para Bonnie e lhe pedi uma chance, estou esperando que ela me diga sim ou não.

– Sério???

Estava tão incrédula quanto Sônia, o olhei com as sombrancelhas franzidas esperando uma explicação.

– E então…?

Ele disse, revidando meu olhar de incompreensão com um sorriso.

– Então o que?!

Eu disse, afastando-me um pouco da mesa.

– Ele quer saber se você já pensou a respeito e se aceita poxa! Diz que sim!

Implorou Sônia e eu simplesmente levantei da cadeira, já havia comido quase tudo da bandeja mesmo… voltei para sala como se levada pelo vento, não olhei para nenhum dos dois nas horas restantes. Na hora de ir para casa dei um abraço rápido em Sônia e recusei a carona de Thomas, que me seguiu de moto até minha casa, lado a lado comigo, chegamos e ele desceu.

– Não vou te convidar para entrar.

– Bonnie… eu… amo você.

– Não pode me amar! Você mal me conhece, não faz sentido. Talvez, talvez eu também sinta algo por você, mas eu não posso provar, e você também não. 

Ele andou apressadamente até mim, ia me beijar, sem máscara, sem nada, tudo para provar que gostava de mim, que estava disposto a virar pedra para que eu soubesse que fui amada, por ele… mas fui mais rápida, ele beijou minha mão enluvada preta quando a pus sobre a boca, meu nariz quase tocou o dele, por pouco, me afastei e chorei.

– Vá embora Thomas, nós não podemos… eu não posso, nunca.

Com um olhar de tristeza e passos lentos ele subiu na moto e saiu, olhando para trás algumas vezes, até que sumiu do meu campo de visão, entrei.  A semana parece ter passado voando, tudo estava muito monótono, Thomas não veio a escola, ou me pertubar no portão da minha casa. Sônia estava claramente preocupada comigo, quase me socou até que contei que pedi para que fosse embora e que ele havia tentado me beijar, mas que recuei e chorei. Novamente o sábado chegou, deixei a casa um brinco, mas tudo parecia estar sujo, não a casa, mas dentro de mim. Me decepcionei comigo mesma, com o que sou e com o que fiz, com quem estava me tornando, tão solitária e anti social, daqui a pouco Sônia viajaria e eu estaria sozinha de novo, ao menos gosto daqui, Green Bay é lar, é minha casa. Tomei três banhos só pela manhã, mas a sensação de desconforto permanecia. Quando a noite chegou, meu quarto era silencioso como sempre, e isso nunca havia me incomodado, não até hoje. Abri a janela e fiquei olhando para a rua vazia, nem o vento está de bom humor hoje a noite. Pulei com o susto que tive, algo de vidro caiu e quebrou, pelo barulho. Corri para cozinha e na verdade, um copo foi atirado contra a parede branca, os cacos espalhados no canto. O suco de uva que havia nele também melava um pouco do sofá. Ouvi uma voz, atrás de mim, e dessa vez eu olhei, ele estava ali.

– Seja minha Bonnie, você só precisa de mim.

A voz dele era só um sussurro, e as lágrimas me surpreenderam, andei até ele com a pouca força que meu corpo ainda tinha, estendi o braço afim de tocar o dele, mas então ele sumiu, como se não estivesse ali. Chorei amargamente, caí de joelhos no chão e cheguei a conclusão que a hora havia chegado, não aguentava mais aquilo tudo, suportei por quase um ano e parece que mesmo assim nada valeu. Peguei um papel e uma caneta, escrevi para Sônia e o amarrei na maçaneta, deixei a porta destrancada.

 "   S.

Sô, eu te amo minha lindinha, tive que resolver uma coisa que há muito tempo me persegue, se está lendo isso é porque infelizmente não pude voltar, se encontrar Thomas novamente, diga para ele que eu menti, que eu gostava dele e que eu sabia que ele gostava de mim. Estou indo de encontro ao meu passado, por um futuro melhor… de sua fã número 1.

                                    B.  "

– Tom, Onde quer que você esteja. Quero ir até você, quero respostas e as quero agora. Não me disse como ir, mas creio que deve estar cansado de aparecer pra mim e não me levar consigo, então essa é a hora, estou disposta a ir, agora.

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Aqui fica mais claro o nome da história, que foi uma fala da Bonnie. O que vem pela frente? Votem❤️

De Encontro Ao Passado Por Um Futuro Melhor.Onde histórias criam vida. Descubra agora