Nightmare On Elm Street

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--- Mas olha só o que temos aqui...

--- Achei que ela houvesse se escondido ou se matado para não participar mais dos jogos...

Haigha estava deitada no chão sujo, bem no meio de uma rua, usando as roupas do hospital. E, acima dela, inclinados para serem vistos pela garota, estava o loiro psicopata (Banda) e o executivo egocêntrico de cabelo preto para trás, cheio de gel (Yaba).

--- Merda --- Haigha falou se sentando, deixando os braços de apoio enquanto olhava de um para o outro. --- Mais que merda! --- Ela soou de novo e deu um salto ficando de pé. --- Por que eu estou aqui?

--- Como vamos saber? Você que se materializou ai do nada --- Yaba falou e Haigha franziu o cenho por um segundo, mas no outro sua expressão relaxou.

--- Eles me nocautearam... --- Ela falou para si mesma, se lembrando do sedativo que injetaram nela antes dela voltar a acordar ali e girou em seus calcanhares, lhes dando as costas e caminhando para longe deles.

--- HEY! Para onde você vai? --- Ela ouviu Yaba gritar, mas não lhe deu bola.

Isso até que sentiu ser agarrada pelos cabelos e puxada para trás. Torceram seu cabelo, a forçando a se virar, seu pescoço encostando de leve na fria lamina da faca que banda segurava.

--- A onde você pensa que vai? --- Banda perguntou. Seu rosto estoico dava aquela impressão de calma era apenas a máscara mais descarada daquele psicopata. --- Você acha que só por ser o Joker não pode morrer? --- Ele perguntou, apertando um pouco a lâmina, mas o mastante para abrir um pequeno corte na integra pele, fazendo um filete de sangue escorrer pela pálida pele da Lebre. --- Você é apenas mais uma cidadã dessa maravilhosa terra. Você é apenas mais uma de nós. Você se acha tão poderosa... mas você não é nada.

--- Terminou? --- Ela perguntou e num movimento rápido, desarmou Banda, pegando a faca e a fincou em seu epigastro num ângulo inclinado para cima. O homem se curvou para frente e a Lebre agarrou seu ombro, o mantendo naquela posição e quando ele tentou se afastar da garota, ela apenas fincou mais fundo a lamina --- Eu odeio pessoas que não entendem seu lugar na hierarquia... --- Ela falou e sorriu ao ouvir ele grunhir --- Sente isso? Eu estou bem em seu estômago, seria uma pena se eu fizesse isso... --- Haigha torceu a faca, aumentando o ferimento.

E, o homem riu antes de dizer: --- Você é como eu.

--- Então, você aprendeu lição --- Haigha falou e arrancou a faca, fazendo o sangue fluir livremente para fora do corpo dele --- Sugiro encontrar algum jogador que saiba algo de medicina ou costura para fechar isso ai. Ou simplesmente deixe-o morrer. Não fará muita diferença --- Haigha falou para Yaba depois de deixar a faca cair no chão.

Ela então seguiu seu caminho e continuou a caminhar pela rua, girando na esquina e entrando numa loja abandonada.

Ela olhou pelo vidro da vitrine se alguém a observava, não queria Yaba a espreita. Sabia que ele adoraria pegar o seu lugar.

Afinal, o Joker é a carta mais importante de Borderland, por seu poder de conectar o mundo à Borderland.

Visto que não o viu, ela foi até os fundos, procurando por um banheiro ou depósito, onde se trancou.

Haigha ainda não sabia controlar esse poder de transitar pela ponte. Ela nunca havia tido o interesse de transitar pela ponte. E por isso tomava o cuidado de estar sozinha no processo.

Ela fechou os olhos e apoiou as mãos contra a porta. Ela sentiu como a porta tremia debaixo de seu toque e um sorriso brotou em seus lábios. A porta tremeu com mais força, como se um terremoto estivesse acontecendo, mas não durou mais que dez segundos antes dela deixar de sentir a porta. Depois foi a vez do chão debaixo de seus pés desaparecer, ela sentiu como se flutuasse e por um momento ela não sentiu nem mesmo ao próprio corpo.

Quando ela abriu os olhos, a luz branca estava apontada para ela. Paredes brancas, teto branco e o irritante barulho da máquina que estava junto de sua cama, monitorando seus sinais vitais.

--- Enfim acordou. Foi um belo show aquele que você provocou --- Haigha girou a cabeça para o lado ao ouvir aquela voz. --- Fazia parte do plano ser pega daquele jeito?

E, ali, junto a janela estava Chishiya. O sol batia em parte de seu rosto. Seus cabelos pareciam mais claros e brilhantes aos sol.

--- Curva errada na estrada --- Haigha falou, arrancando os conectores de si antes de jogar o lençol para o lado e sair da cama. --- O que está fazendo aqui?

--- Não terminamos nossa conversa.

--- Ah. Mas não há mais nada para falar, então sinto em lhe informar que gastou seu tempo esperando por algo inútil --- Ela falou e começou a andar na direção da porta.

--- Haigha.

--- Hm? --- Ela parou de andar, olhando para o loiro por cima do ombro. Chishiya a olhava com uma expressão vazia enquanto a analisava. Ela sustentou o olhar por um momento, seu rosto tão vazio quanto o do outro, mas então ela abriu um sorriso antes de dizer: --- Algumas coisas devem ser mantidas em silêncio para que sua ilusão não seja destruída.

--- Você fala umas coisas que não fazem o menor sentido.

--- É parte do meu charme. Adios! --- Ela falou e saiu do quarto. Ela olhou ao redor por um momento, vendo onde estava o pessoal do hospital. Só tinha uma a vista, seria fácil.

Ela não queria ser pega de novo.

Ela caminhou para perto do posto de enfermagem e esperou que a mulher que estava ali desse as costas e puxou as pastas que estavam sobre o balcão. Ela se abaixou e se esgueirou para longe dali, entrando no pequeno armário de utilidades.

Ela acendeu a luz e abriu as fichas, procurando o nome de um paciente em específico.

Ela abria as pastas com rapidez, apenas lendo o nome dos pacientes no topo da folha antes de passar para a próxima. Estava na décima pasta quando viu o nome que buscava.

Desceu os olhos pela ficha e viu o quarto em que estava.

Ela fechou as fichas e abriu uma fresta da porta para ver se tinha alguém a vista. Viu uma enfermeira saindo de um dos quartos, levando um paciente na cadeira de rodas em direção ao elevador, mas nenhuma outra estava vagando por ali. Haigha esperou a enfermeira entrar no elevador e saiu do armário.

Ela foi até o posto das enfermeiras e largou a ficha, mas antes de sair dali, algo chamou sua atenção. Era um jaleco branco, convenientemente deixado apoiado numa cadeira.

Sem pensar duas vezes, ela pegou o jaleco e o vestiu, saindo rápido de perto do posto e indo em direção ao quarto.

Com o jaleco posto e os três primeiros botões abotoados, cobrindo parte do pijama de paciente, ninguém desconfiava de nada.

"Achei", ela pensou sorrindo. "Hora de te reencontrar, baby"

Ela abriu a porta e ali estava ele.

--- Uma garota bonita, finalmente. Já é hora de brincar de médico?

--- Olá, Niragi.

C O N T I N U A...

𝐖𝐢𝐜𝐤𝐞𝐝 🃏 Alice in BorderlandOnde histórias criam vida. Descubra agora