❦Capítulo: 6❦

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✎ Depois de sermos atingidos não me lembro de ouvir nada e nem de sentir qualquer dor imediata, mas me lembro de todas as sensações de movimento que aconteceram desde o movimento do impacto até o nosso carro finalmente parar

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Depois de sermos atingidos não me lembro de ouvir nada e nem de sentir qualquer dor imediata, mas me lembro de todas as sensações de movimento que aconteceram desde o movimento do impacto até o nosso carro finalmente parar. De repente, senti que o meu rosto estava preso entre o assento do motorista e a lateral esquerda do carro, em seguida senti um formigamento estranho nas costas. Foi aí que tudo parou. Não conseguia sentir nada, a única coisa em que conseguia pensar foi na minha esposa.

― Zoe? Zoe! ― gritei em resposta, mas apenas ouvi o silêncio. ― Zoe!

Sabia que podia ouvir pois reconheci o som do motor do carro funcionando. Mas a mulher que era minha esposa há 2 meses não me respondia. Levei alguns segundos para olhar ao meu redor e descobrir onde estava e depois de um momento, percebi que o meu carro estava de cabeça para baixo e eu deitado no teto pelo lado de dentro.

― Zoe? Zoe!

Mais uma vez chamei a minha esposa aos gritos e conforme o som da minha voz se perdeu na distância. Logo senti algo molhando o meu rosto, depois de tudo que havia acontecido imaginei que provavelmente estava com algum corte sangrando, mas descobri que o sangue que escorreu pelo meu braço e começou a pingar sobre o teto solar quebrado e minha mente finalmente compreendeu que o sangue que escorria não era meu. Acima de mim, minha esposa estava suspensa de cabeça para baixo e presa pelo cinto de segurança, seus braços pendiam para baixo e seus olhos estavam fechados e ela não se movia. Nós estávamos há pouco mais de um metro de distância, mas não conseguia alcançá-la. E como já havia escurecido não conseguia vê-la claramente para identificar que tipo de ferimentos ela poderia ter. De repente, percebi que ela poderia até mesmo estar morta.

― Zoe! ― gritei mais uma vez usando a voz imperativa típica dos treinadores esportivos esperando conseguir fazer com que ela acordasse. ― Por favor, não! Meu amor, você está me ouvindo? Zoe diga alguma coisa!

Os olhos dela não se abriram e Zoe se moveu um pouco no assento, deu um suspiro longo e estrangulado e ficou imóvel novamente. Então, comecei a tentar sair do carro, mas não consegui me mover no início. Não consegui descobrir o porquê, pois não havia nada em cima de mim ou bloqueando meu caminho. Eu tinha uma rota de fuga bem na minha frente através dos vidros traseiros que haviam desaparecido por completo. Depois de alguns minutos percebi que não conseguia sentir direito as minhas pernas, eu estava incapaz de me mover da cintura para baixo. O meu nariz começou a formigar e levantei a mão para tocá-lo e sentir algo baixo pontiagudo, fiquei chocado ao descobrir que havia tocado o osso na base de onde o meu nariz deveria estar.

― Me dê a sua mão, eu vou ajudá-lo a sair! ― olhei para a janela diretamente nos olhos de um estranho, um bom samaritano que veio nos ajudar. ― Desligue o motor! Essa coisa pode explodir a qualquer minuto.

Depois de um momento percebi que o homem estava conversando com o nosso passageiro que estava sentado no banco de carona. De algum modo ele havia conseguido sobreviver a aquela tragédia e sofrido apenas um deslocamento no ombro, embora estivesse um pouco zonzo ele havia conseguido sair do carro e ao ouvir o comando do estranho enfiou a mão para dentro para desligar a chave.

― Certo, estou indo pegá-lo ― o homem disse deitado de braços. ― Não se preocupe, vai ficar tudo bem!

O moço rastejou pela janela ao meu lado e eu o agarrei pelos ombros, ele me segurou com uma mão enquanto usava a outra para nos arrastar para fora do carro até a grama que havia ao lado da rodovia. Foi então que percebi que outro veículo havia parado e um casal veio em nossa direção deixando as crianças dentro da sua Van. O homem olhou para os destroços e o sangue e sem mostrar qualquer pânico fez uma oração antes de tentar nos ajudar.

― Vai ficar tudo bem. ― sua esposa veio até onde eu estava para ver o que podia fazer para nos ajudar. ― Ótimo, fique calmo.

Ela temia que eu pudesse estar sangrando por causa de possíveis ferimentos abertos, até descobrir que a maior parte do sangue que me cobria não era meu. Naquela hora a única coisa que eu precisava saber era que minha esposa não estava morta.

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Um carro parou e a motorista veio correndo até onde eu estava, ela disse algumas palavras e depois parou com olhar horrorizado me reconhecendo.

― Ai meu Deus! Você é o filho de Susana Bennett! Sua prima Carla é a minha melhor amiga. ― ela gritou. ― Eu vou ligar para sua família agora mesmo!

Os dois passageiros que viajavam na caminhonete apresentavam apenas ferimentos leves e o mesmo não podia ser dito a respeito de Zoe e de mim. Além de estar muito ferido, eu também estava atordoado em estado de choque e a única coisa em que conseguia pensar era na minha esposa presa dentro do carro capotado alguns metros de distância, parecendo estar se esvaziando de sangue ou como se já estivesse morta.

O estado de Zoe era muito grave.

Podíamos ver que se alguém soltasse o cinto de segurança antes que sua cabeça estivesse livre aquilo provavelmente faria com que ela quebrasse o pescoço, se já não tivesse quebrado. Alguns minutos depois, a polícia e as ambulâncias começaram a chegar e era óbvio que a porta do carro teria que ser cortada para que pudesse retirar Zoe das ferragens, mas os paramédicos temiam ter que esperar todo aquele tempo para poderem começar o tratamento.

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