Capítulo 7 - Direitos e Dinheiros

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ANNELISE


- Pequeno monstrinho, se você não vier agora eu juro que vou aí dentro arrancar o pelo da sua axila – grito da cozinha empacotando um sanduiche e colocando na lancheira de Luke. Passos rápidos começam e depois param, olho para baixo sorrindo e vejo Luke me olhando divertido

- Mamãe eu não tenho pelo nas axilas – ele fala meio ofegante e eu bagunço o seu cabelo

- Claro que não – coloco as coisas em cima da mesa checando tudo o que ele deve levar e as minhas coisas para passar o dia no trabalho.

Segunda feira sempre era o dia em que eu podia entrar um pouco mais tarde no pub. Alonso fazia viagens todo fim de semana para jogar com seus amigos riquinhos, e somente conseguia trabalhar a partir das dez horas da manhã.

O que me dava uma hora a mais para levar o serzinho para a escola e me despedir dele, sabendo que eu só o veria de tardezinha

- Podemos ir então? – pergunto e ele assente ainda com os olhos inchados do sono. Olho para baixo inspecionando-o e sorrio pesarosa quando vejo seu cadarço desamarrado – Pensei que tinha aprendido a amarrar amigão

- Mas eu aprendi – Luke diz resmungando enquanto eu me abaixo e faço o nó reforçado, dando dois nós seguidos. Bato em seu pé e me levanto massageando as costas

- Ok, vamos lá – anuncio e pego sua mochila colocando no ombro enquanto coloco minha bolsa no outro ombro – Já vamos!

- Está bem querida – minhas tias gritam e eu sorrio

- Não esqueçam de busca-lo na escola

- Nunca faríamos isso – Antonella responde e eu pisco um olho para Luke que ri e pega minha mão segurando com força.


╠♥╣


- Ok camarada, lanche, cadernos, estojo – falo apontando e sorrio para ele – Beijo

Luke sorri e se inclina me abraçando, ganho um beijo na bochecha e o beijo de volta apertando seu corpinho no meu

- Não faça nada que eu não faria – falo baixinho e ele ri se afastando, bato na pontinha do seu nariz e ele faz o mesmo enquanto pega sua lancheira. Suspiro olhando quando ele entra pelos portões e aceno duas vezes antes dele desaparecer dentro da construção da escola.

Fico olhando por alguns segundos e tomando coragem me viro para seguir até a estação mais próxima. Meus sapatos all-star clicam na rua enquanto me movo apressada e pisco sentindo meu coração acelerar.

Meus passos diminuem e eu me viro para a esquerda olhando para a esquina, estreito os olhos e me viro de uma vez seguindo até o outro lado da rua, meus passos se tornam mais pesados e eu encaro o homem alguns centímetros maior que eu.

- O que está fazendo aqui Marcus? – rosno olhando para a frente da escola como se por algum motivo Luke se virasse e voltasse

- Eu vim vê-lo, é meu direito – olho com a respiração curta para o homem a minha frente e balanço a cabeça negando. Seus cabelos cobertos de gel estão conformemente organizados, mas são seus olhos escuros que o deletam.

Marcus Bonnet era um caçador, conseguia ver suas vítimas a quilômetros de distância e não se afastava até que conseguisse o que queria. E então destroçava até que a presa estivesse fatigada, acabada, morta.

Eu não o deixaria chegar perto de Luke, nunca, isso nunca iria acontecer. Não depois de tudo o que tinha acontecido

- Você prometeu que iria se afastar Marcus – bato em seu peito com força e ele dá um passo atrás – Você me disse que se eu...

- Se você pagasse a mim o que deve então eu o deixaria em paz – ele completa se recuperando e vindo para cima de mim – Mas você não me pagou esse mês

- Eu paguei a você seu desgraçado, paguei no começo do mês e você sabe disso

- Bom... – ele diz e dá de ombros respirando tão perto que sinto o cheiro doce do seu perfume barato e cigarro – Acabou aquele dinheiro, preciso de mais

- Filho da puta – rosno e ele bate sua mão em meu braço segurando meu pulso com força o suficiente para deixar uma marca

- Eu posso acabar gostando muito de vim aqui ver ele vindo com as velhas intrometidas – ele ameaça em voz baixa e sinto um fio de suor gelado escorrer por minhas costas – Pense nisso antes de me xingar

Meus olhos percorrem seu rosto com nojo e me solto com um impulso para trás enquanto pego minha bolsa

- Tenho algum dinheiro aqui – falo de forma mordaz e escuto seu riso

- Claro que tem

Tirando minha carteira surrada de um bolso escondido, pego cinquenta dólares e entrego para ele que sacode a nota de dinheiro e dá um passo atrás.

- Até mais ver Annelise LaRue

E com um gosto amargo na boca eu me volto para o meu caminho, mas não sem antes de olhar algumas vezes.

E ainda estou olhando, mesmo depois que chego no pub


╠♥╣

A Mentira PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora