Capítulo 4 - Encontrar

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DANTE


Levantando um pouco mais acima da cabeça eu sinto o queimar percorrendo os meus músculos e ofego mantendo a respiração controlada

- Mais um pouquinho – Graham comenta e eu o ignoro subindo mais um terço – Só mais um pouquinho

- Graham! – eu rosno e derrubo no apoio o supino enquanto me sento olhando de cara feia para o meu amigo intrometido

- O que? Eu só estava querendo ajudar – ele diz bebendo seu galão de água calmamente

Reviro os olhos e passo o pano na minha testa enxugando o suor que começa a escorrer. Pegando meu próprio galão tomo um gole e olho ao redor da academia particular que temos no prédio.

Não era enorme como a academia que usávamos para treinar os movimentos, mas era a metade dela. Cobrindo vários metros quadrados e tendo a nossa disposição maquinários o suficiente para que nossos treinos diários sejam o bastante para manter a forma.

Somente eu, Graham e Brooks é que a usávamos. O prédio a qual morávamos mantinha os moradores em outro tipo de academia, já que alguns deles gostavam de "sem querer" esbarrar nos lutadores que de vez em quando moravam lá.

Eu não reclamava nenhum pouco dessa dinâmica

- Onde está Brooks? – pergunto engolindo a água e Graham levanta um ombro

- Ele disse que tinha algo para resolver no banco

- Uhm – falo e me deito de novo movimentando os braços enquanto trago uma respiração forte

- Se eu começar a fazer o treino cárdico bem ao seu lado você vai me socar no rosto? – Graham pergunta e eu o olho de lado

- Não sei, porque não faz o teste?

- Droga – ele resmunga e opta por ir aos extensores que fica a alguns passos de distância. Rindo comigo mesmo começo a levantar o supino de novo e me foco nisso por alguns minutos antes de ir para a barra fixa


╠♥╣


- Hey – horas depois e mastigando uma maça me viro para ver Brooks chegando com uma sacola grande e aceno com a cabeça, ele faz uma careta e depois estreita os olhos como se estivesse pensando no que dizer – Posso fazer uma pergunta?

- Claro

- Você conseguiu achar o seu relógio? – ele pergunta e eu engulo jogando os caroços no lixo

- Não, e depois de tanto tempo já perdi as esperanças de achar

Tento com todas as forças não empregar uma voz rancorosa ou magoada, porque aquele relógio era importante para mim. Era a única coisa que minha mãe tinha me dado com orgulho quando eu falei para ela o que eu queria fazer.

Um maldito relógio que eu guardei em uma caixa protetora durante anos da minha vida e quando eu uso com a intenção de trazer sorte eu o perco... Maldito inferno

- Ah... – Brooks desvia o olhar e coloca o que eu vejo ser uma caixa de tênis no balcão – Você não teria uma foto, teria?

- Na verdade não – eu respondo desconfiado e depois me inclino para frente – Porque?

Brooks fica em silencio e logo em seguida vai até a geladeira pegando a jarra de suco de laranja e colocando-o em um copo bebendo-o logo em seguida.

- Ah claro tome o seu tempo – comento ironicamente e ele sorri nem se importando enquanto bebe mais um gole. Depois do que parecem ser horas ele pigarreia e coloca o copo limpo em cima do balcão enquanto me observa

- O que você faria se eu falasse para você que talvez – ele para e aumenta o tom de voz – Escute a palavra talvez – reviro os olhos de novo e ele prossegue – Talvez eu tenha visto o seu relógio

- O que? – pergunto e me aproximo batendo em seu ombro – Onde?

- Esse é o problema – ele diz pausadamente – A pessoa estava entrando em um clube

- Tudo bem, me diga onde é e eu vou – falo e começo a catar minha carteira e celular enfiando no bolso da calça

- O clube era o Tempest – Brooks completa e eu paro no movimento de ir em direção a porta

Merda

A Mentira PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora