Sai da sala chorando, ela falou pra todo mundo que eu espalhei a fofoca, o Felipe foi atrás levou minha mochila, ele me abraçou disse que sentia muito e que aquilo não era verdade, as coisas que ela disse, mais perguntou se eu tinha contado pra alguém, ele também acreditou nela, o afastei muito chateada
- Você veio pra perguntar isso?
Ele quis se justificar dizendo que ela ia na diretoria falar de mim, fui saindo com os olhos cheios de lágrimas
- Eu não falei nada pra ninguém, mais não importa, vocês já tem a verdade dela e quem vai ligar pra oque eu falo né?!
Pulei o muro pra ir embora, ele foi atrás, me convidou pra ir na casa dele, ficou tentando conversar comigo, eu estava tão nervosa que nem consegui ir embora pra casa.
Fomos pra casa dele, eu sentei na sala, ele me deu água, com jeitinho foi se aproximando, eu nunca tinha sido tocada daquele jeito, nem pelo Neto, o Felipe era mais velho que nós e tinha segundas intenções, ele me puxou pra perto sutilmente, ficou abraçado comigo até me deu carinho, foi muito bom, fiquei até a hora do almoço lá, ele se ofereceu pra me acompanhar até em casa, mais eu achei melhor não, não teve beijo nem nada, mais ainda assim foi simplesmente incrível pra mim.
Fui embora revoltada demais, não contei a verdade pro meu tio, só falei que não ia mais pra escola, ele perguntou se tinha acontecido alguma coisa que ele devesse se preocupar, falei que não, que eu sempre soube que meu lugar não era lá, nós dois concordamos que seria melhor eu me afastar, ele nunca fez questão que eu estudasse mesmo.
O ano letivo já estava acabando e eu não repeti, como eu não tinha celular ou redes sociais, fiquei incomunicável, logo as férias começaram e o Neto voltou de surpresa, fiquei muito feliz a minha vida estava um tédio, só que o primo dele voltou junto, o mala do Júlio e isso já de início me incomodou, no primeiro dia já fiquei meio de canto, a noite o Neto foi me chamar, jogou pedrinhas na janela, meu tio tinha o sono super pesado nem se mexeu quando sai.
Ele estava sozinho disse que queria me mostrar algo que aprendeu, todo misterioso não queria falar antes, fiquei com um pouco de receio, ele perguntou se eu não confiava mais nele, estendeu a mão, segurei e falei que só ia se o primo dele não fosse junto, ele garantiu que seríamos só nós dois.
Saímos correndo apostando corrida, era super tarde, ele tinha aprendido dirigir e escondido decidiu pegar o carro do pai dele pra me mostrar e ensinar, ficamos andando só pela estrada perto de casa, foi muito divertido.
No outro dia ficamos juntos no galpão, ele enrolando e eu trabalhando, repetimos a dose de noite depois do jantar, fomos mais longe, quando voltamos o primo dele estava esperando sentado no quintal.
Ficou bravo porque saímos sozinhos e falou que ia entregar a gente se ele não fosse também, com ele dirigindo fomos pra cidade, ele bebia e tinha dinheiro pra gastar atoa, sempre que o Neto e eu íamos a cidade, a gente comprava lanche, coxinha e sorvete, ficávamos pra rua atoa rodando se carro, aprendi dirigir bem rápido, fomos a um local que a galera mais descolada se reunia, um rapaz da reciclagem que convidou o Júlio, e lá tinham rachas, coisa que os dois gostavam, ficamos um pouco e fomos embora.
Fiquei na casa do Neto assistindo no outro dia e o Júlio foi sozinho, fez amizade com um pessoal mal falado, da laia dele, no outro dia insistiu pra sairmos juntos, fui de calça jeans, coturno, um moletom do Neto, ainda estávamos naquela fase de brincadeiras de mão, ele me fez borrar o batom e criticou a maquiagem nos meus olhos, rímel e lápis, dizendo que eu estava sendo boba, sai de casa sendo alvo de piadas, porque meu tio também ficou rindo.
Com o Júlio junto eu nunca podia dirigir, ele passou pegar uma garota em um posto de gasolina, ela era neg ra, com tranças, estava com um vestido curto preto de couro, agarrado ao corpo, bota de cano alto até o joelho, com salto, bem maquiada.
Sentou atrás comigo, me cumprimentou com beijo no rosto, já foi mandando aumentarem o som, me ofereceu bebida e chicletes, fiquei meio intimidada com vergonha, sentindo o perfume super forte dela, sorri sem jeito e recusei, ela enfiou na minha boca o chicletes, dizendo que era pra eu me animar.
Convidou a gente pra irmos encontrar os amigos dela, naquele lugar que tinham as corridas, todos eram mais velhos, eu fiquei com raiva porque o Júlio que escolhia a hora de ir e de vir, eu já nem queria mais sair com eles, mais fiquei louca chegando lá, porque eu amava carros e eles tinham uns bem bonitos, rebaixados com som automotivo, como era fim de semana estava muito lotado.
O Neto também sempre gostou e juntos descobrimos que era muito bom dirigir, tínhamos mais isso em comum, além de gostarmos de esportes, aventuras, uma vida mais tranquila e reservada no sítio.
O idiota do Júlio grudou na Aysha, ficou lá se agarrando o tempo todo, ele era meio chantagista as vezes, só deixou irmos embora cedo em troca de fazermos uma festa para os novos amigos dele, digo a gente porque ele não ajudou com nada.
O Neto e eu que organizamos a casa no dia seguinte, as bebidas, a comida, a decoração, o Célio deixava os dois fazerem de tudo, ainda comprou as coisas no mercado pra ajudar, ele dizia que só confiava porque eu estava junto, como se os dois fossem me ouvir ou serem impedidos de aprontar.
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Paraíso Sombrio ( CONCLUÍDO )
RomanceTrilogia Paraíso: 1° Paraíso sombrio 2° Paraíso perdido 3° Paraíso oculto Rebeca é delicada, sincera e humilde, uma menina pobre que gosta de aventuras, meio moleca é esforçada, destemida e cativante, sem muitas expectativas, vive feliz com o pouco...