𝓢 𝓲 𝔁 𝓽 𝓮 𝓮 𝓷 .

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Idiota.

Era exatamente isso o que eu era.

Um tremendo idiota, frouxo.

Havia uma quantidade absurda de mulheres que me queriam naquela boate. E elas eram de todo tipo!

Qual é, eu estava solteiro! Eu deveria aproveitar aquela oportunidade, certo?

Não devia nada para ninguém. Então não havia nada de errado ali.

No entanto, aqui estou eu, jogado no sofá de casa após fugir daquele lugar como um covarde.

Exatamente como o diabo foge da cruz.

Que porra de homem eu estava me tornando? Estava preso àquela mulher, preso a tudo que envolvia ela, a tudo que envolvia a nós.

E mesmo sabendo que ela estava com outro, mesmo tendo visto com meus próprios olhos toda aquela cena, ainda assim, eu não conseguia ter forças o suficiente para desistir dela.

Eu a amava demais para simplesmente desistir assim.

Sei que já deveria ter feito isso, sim eu sei.

Mas eu simplesmente não sou capaz, não depois de tudo o que vivemos. Não depois de experimentar a intensidade de ser amado por ela.

Não após termos começado uma família juntos. Eu me negava a colocar outra em seu lugar.

Eu nunca permitiria aquilo.

Eu esperarei por ela. Esperarei até que ela esteja pronta.

Com Ava eu pude ser quem eu realmente sou, pude me abrir e mostrar todos minhas feridas e medos. Eu me lembro exatamente do dia em que contei um pouco sobre minha infância para Avery, o quanto ela foi compreensiva e o quanto me confortou.

A garota ao meu lado parecia confortável após tudo o que fizemos naquele quarto. Ela se virou para mim, e me encarou me deixando admirado com toda aquela beleza estonteante e então sorriu.

— O que foi? — questionei, abrindo um sorriso e puxando seu corpo para mais perto do meu.

— Me fale mais sobre você... — sorriu em expectativa, me observando com seus olhos curiosos.

— Sobre mim? Eu não tenho muito o que dizer sobre mim, não há nada de especial sobre a minha vida. — dei de ombros, deixando um beijinho na pontinha do seu nariz, tentando desviar o assunto.

— Que mentira mais cabeluda. — dou risada da forma que ela fala. — Você é todo especial, D. — falou, carinhosamente — Eu quero saber mais de você, eu já falei tanto de mim...

Eu suspiro.

— O quê você quer saber?

— Hum, sei lá, o que você gostava de fazer quando era criança?

— Quando eu era criança? — parei, pensativo. — Eu não fui uma criança exatamente feliz, sabe?

— O quê? Por quê? — questionou.

— Você sabe, é mais uma daquelas histórias traumáticas de pai alcoólico, abusivo e agressivo... — falei, ainda dividido se gostaria ou não de falar sobre aquilo com ela.

— Makena já me contou, mas bem pouco pois não se lembra muito das coisas.

Então ela sabia...

— Sim, ela era muito pequena...

— Ele batia muito em você?

— Sim, muito. E na minha mãe também. Ele tinha um problema de raiva, o mínimo deslize que fosse ele me espancava até me machucar, e quando ele estava bêbado, o que era sempre, ele batia na minha mãe até deixar ela desacordada no chão. Eu via aquilo e apenas corria para me esconder no armário ao invés de ajudá-la.

Hold Tight 2 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora