𝓔 𝓵 𝓮 𝓿 𝓮 𝓷 .

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O inverno finalmente havia ido embora, dando lugar a primavera, uma estação que eu, particularmente, adorava. As árvores começavam a dar seus frutos e flores, nos prestigiando com toda sua graça.

A ironia era que eu me sentia completamente o contrário daquela estação. Meu interior parecia cada vez mais triste e escuro.

Honestamente, ultimamente eu me sentia péssima. Eu via nitidamente meu relacionamento escorrer como areia entre meus dedos e não havia nada que eu pudesse fazer.

Nunca me senti tão impotente.

Dwayne se fechou completamente para mim, seu olhar nunca esteve tão frívolo. Seus pesadelos eram constantes e pareciam piorar a cada noite.

Não sei até quando eu conseguirei aguentar viver dessa maneira. Eu seriamente cogitei juntar minhas coisas e voltar para a casa dos meus pais, principalmente quando ele autorizou que Nathan visitasse Joy ocasionalmente.

Achei que ele estava disposto a lidar com a situação - já que ele mesmo autorizou tal coisa. Mas ele se tornava cada vez mais estúpido com o passar do tempo. Se eu tivesse ao menos uma mínima noção de que Dwayne se comportaria assim, jamais teria permitido essa loucura.

Em uma noite ele quis saber se Nathan tinha tanta importância assim para Joy, eu simplesmente disse que sim e, após isso, ele virou para o outro lado e dormiu.

Não achei que ele iria fazer o que fez.

Sempre quando Nathan vinha, ele ia para o quarto e se trancava lá. Eu ainda me perguntava se era loucura o que estávamos fazendo, se eu deveria falar para o Nathan não vir mais.

Seria o correto, certo?

Por que eu sentia que a qualquer momento Dwayne iria explodir.

— Podemos falar sobre algo hoje, Dwayne? Ou vai doer muito em você conversar comigo?

Durante todo o meu trajeto de volta para a casa, eu quebrei a cabeça pensando no que dizer, em como agir e se era o momento certo.

— Você pode falar. — ele se sentou no sofá e abriu as pernas, colocando os braços no encosto do sofá.

Dwayne é tão lindo, ele nem precisa se esforçar. Sua sensualidade era involuntária, ele ao menos fazia força para me afetar.

Eu suspiro devagar, fechando os olhos e contando até três.

Não deixo ele me afetar. Estava no pico do meu período fértil, então meu tesão estava lá nas alturas.

— Eu... Uh-huh... — limpo a garganta e procuro o controle do ar condicionado para ligá-lo.

— Você...?

Tirei o blazer e o joguei na poltrona. Ainda estava de uniforme e me arrependi de não ter colocado uma roupa mais fresca antes.

— Ava, está tudo bem? — pendeu a cabeça para o lado, deixando um sorrisinho pretensioso se arrastar por seu rosto.

— Uh?

— Você não parece bem...

— Eu estou, estou sim! O que eu quero con-

— Está rasgada. — me interrompeu.

— O quê? — perguntei confusa.

— Sua meia calça, está rasgada. — olho para minha perna só então notando o grande rasgo na lateral da minha coxa.

Eu estive com essa merda assim o dia inteiro?

— Cacete. E eu só tenho ela...

— Não têm como concertar? — fez um movimento com os dedos me chamando para perto.

Hold Tight 2 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora