𝓣 𝓮 𝓷 .

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— Eu não acredito que voltou pra mim, D. — eu o abracei pela milionésima vez naquela noite.

Eu ainda não conseguia acreditar. Ainda temia ser apenas um sonho muito bom.

Ele estava visivelmente mais magro e cansado. Eu quis chorar por causa disso e me preparava mentalmente para saber todos os detalhes do que ele passou durante esse período longe.

— Você emagreceu tanto. — comentei, olhando para seu rosto.

— Eu estou bem, estou com vocês e é apenas isso o que importa. Minha garota está tão grande, uau. — ele se emociona ao falar e tenta pegar Joy no colo.

Mas ela se encolhe e esconde o rosto no meu pescoço.

— Meu bem, é o seu papai. Você não vai dizer oi para ele? — falo de forma carinhosa.

Ela nem se mexe e vejo que Dwayne fica incomodado, mas não diz nada.

— Ela está cansada, por isso está meio enjoada.

— Certo. — ele assente e suspira forte logo em seguida.

— Vou colocá-la para dormir, é rápido, aí podemos conversar melhor. Quero saber sobre tudo.

— Tudo bem.

Quando me viro em direção aos quartos, ainda sinto meu coração batendo com mais força do que o normal. Ainda era estranho descrever a situação em detalhes.

O que eu podia dizer claramente era que eu estava aliviada. E feliz, muito feliz.

— Vamos dormir um pouquinho, meu amor?

Tiro seus sapatinhos e deito com ela em minha cama.

Joy dorme em poucos minutos, já que eu sabia exatamente o que fazer para que ela dormisse. Antes de levantar da cama, deixei um beijinho em seus cabelos e saí do quarto.

Dwayne ainda estava na sala, sentado no sofá, parecia longe dali.

— Ela dormiu. — digo e ele olha para mim. — Podemos conversar agora. — eu me sento próxima a ele no sofá.

Dwayne então começa a falar. Falar sobre cada detalhe dos terrores que presenciou e vivenciou.

Era nítido em seu olhar o quanto aquilo o afetara. E eu temi, temi as consequências que viriam sobre ele por ter passado tudo o que ele passou.

— Queria tanto ter tido ao menos uma chance de comunicar com vocês aqui, mas era impossível. E eu tentei amor, eu juro. Tentei de tudo.

— Ei, está tudo bem. Eu acho melhor pararmos de falar sobre isso um pouco, você não está bem e precisa descansar. Tome um banho e deite, eu vou daqui a pouco. Quer que eu prepare algo para você comer?

— Não, eu estou bem.

Eu o olho ainda sem acreditar que ele estava bem ali na minha frente, então vou até ele e abraço-o outra vez.

Dessa vez ele se queixa de uma dor e levanta a blusa me mostrando os pontos na altura do quadril.

— O que é isso? O que houve? — pergunto, preocupada.

— Não é nada, depois explico melhor a situação para você. Vamos deitar, ok? — sua fala é mansa, no entanto. Nem parecia estar sentindo dor.

— Mas D, isso não parece qualquer coisa. Você está bem mesmo? Eu não deveria limpar ou...

— Ei! — ele segura meu rosto e me faz o encarar. — Está tudo bem, já está cicatrizando de qualquer forma, agora só quero deitar e descansar ao lado da minha mulher e minha filha, podemos fazer isso, por favor?

Hold Tight 2 [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora