Capítulo 4

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Quatro horas haviam se passado e Mike ainda não havia retornado. Algo estava errado. Tentou enviar uma mensagem a ele com o celular descartável que haviam comprado na estrada, porém estava sem sinal. Estranho. Sentiu um arrepio descendo pela espinha.

Foi para a mesinha em que o laptop estava e começou a olhar as câmeras. Tudo parecia normal. Estava quase se levantando quando um pequeno movimento chamou sua atenção. Analisou com cuidado a imagem da câmera que havia pego o movimento e percebeu que estava em loop. Merda, merda, merda. Alguém está aqui.

Ela já estava pronta para uma luta desde o momento em que se trocou após o banho naquela manhã. Não sabia o que havia acontecido a Mike, e pensar nele ferido ou precisando de ajuda fez seu coração apertar. Antes que qualquer coisa pudesse acontecer, escreveu um bilhete e o colocou em um lugar aonde apenas ele encontraria, pois era algo que haviam discutido antes de ele sair.

No bilhete, apenas uma palavra:

FUJA

Assim que terminou de esconder a mensagem, ouviu o barulho de uma porta se abrindo. Nesse momento, como se fosse programada para tal, todo o nervosismo passou, e a calma fria que praticou tanto durante seu treinamento tomou seu corpo.

Se esgueirou para fora do quarto, sem emitir nenhum barulho, e parou em uma curva do corredor. Podia sentir a presença de alguém na casa térrea, avaliando o ambiente. Quem quer que fosse que estivesse ali, começou a ir em direção ao quarto, como se soubesse onde este ficava. Esperou até que a pessoa entrasse, para se certificar de que estava sozinho. Não ouviu mais ninguém, portanto foi de encontro com o intruso.

Quando entrou no quarto, mal deu tempo de registrar o que tinha acontecido e o intruso já estava no chão, sangrando. E era por isso que era considerada a melhor agente depois de Mike, e era por isso também que seu codinome era Fox, pois era traiçoeira como uma raposa.

Retirou a máscara do intruso e encontrou um homem de feições duras, a pele seca indicando que ele vinha de um lugar que fazia frio intenso, muito provavelmente. Vasculhou seu corpo todo e encontrou uma escuta em seu ouvido. Fora isso e a arma com silenciador, o homem não carregava nada. O mais intrigante era que a arma continha dardos tranquilizantes, e não munição letal.

Colocou a escuta em seu ouvido e aguardou. Durante um instante não se ouviu nada, até que uma voz metalizada disse em seu ouvido, com sotaque carregado:

- Delta 1, reporte a situação.

Ela ficou em silêncio absoluto, prestando atenção. No instante seguinte, a voz metalizada se fez ouvir de novo:

- Delta 2, verifique o que aconteceu.

- Entendido. Delta 2 entrando.

Ela não tinha como saber quantos homens eram, e não podia sair dali sendo perseguida. Iria atrair muita atenção. Como a teriam encontrado ali? Não podia pensar nisso agora, o segundo intruso chegaria em breve. Se preparou para pegá-lo, não teria como ser um ataque surpresa agora, com o silêncio de Delta 1. Este homem viria preparado, e a primeira coisa que veria seria o corpo de seu colega.

Tal como esperava, Delta 2 adentrou o quarto preparado. Zoe só teve tempo de derrubar a arma de suas mãos e ambos começaram a lutar. Ele era bom, ela tinha de admitir. Mas não era páreo para ela. Com alguns golpes conseguiu colocá-lo no chão, e com apenas um movimento de sua mão esquerda, ela abriu a garganta do homem identificado como Delta 2.

Nesse momento, em seu ouvido, a voz metalizada dizia para todos entrarem. Ela conhecia táticas de invasão, portanto sabia que estaria enfrentando um time pequeno, devido aos silenciadores e número de invasores iniciais, essa seria uma invasão discreta, padrão militar. O que indica que não tinham autorização para aquela operação.

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