Ele não é flor que se cheire

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Acordei com um imenso sorriso. Ser feliz é isso? Ser bajulada depois de um sexo intensamente delirante? Não sei, mas estar ali, deitada na cama dele, no quarto dele e ao lado dele com certeza me fazia feliz. Virei de costas para ele quando as lembranças da noite passada invadiram meus pensamentos, eu realmente não imaginava que Jorge poderia ser tão... perfeito? Porque sim, só consigo me expressar com esse adjetivo ao lembrar dele me colocando em seu carro e me dando comida na boca no seu sofá. Sem contar o banho relaxante que tomamos juntos na sua banheira. Só de pensar naquelas mãos fortes deslizando suavemente sobre a minha pele me dá arrepios deliciosos. E as piadinhas sobre o que seu desempenho sexual fez comigo enquanto vestia uma de suas camisas em mim o faziam parecer um adolescente deslumbrado. Mas o que fechou a conta do príncipe encantado foram os cafunés, que normalmente me incomodariam, pois desfazem meus cachos, mas naquele momento era tudo que eu precisava para adormecer enquanto conversávamos.

- Posso sentir esse sorrisinho bobo daqui – A voz rouca de sono sussurrando em meu ouvido me fez sorrir ainda mais.

- Você é a presunção em pessoa mesmo! Por que eu estaria sorrindo tamanha... 7 horas da manhã? – Respondi, olhando a hora no despertador dele.

- E quem ainda usa um despertador no Brasil? – Brinquei, me virando para ele para ver sua reação.

- Acho que caras de 37 anos que ficam com meninas de 18 – Respondeu e eu fiquei boquiaberta, parte por saber a sua idade e outra pela comparação.

- E quem tá contando? – Consegui dizer em reposta.

- Bom, acho que o fato de eu ter mais que o dobro da sua idade faria todo mundo contar – Ele falou.

- Todo mundo é muita gente – Falei, séria, como se fosse a coisa mais importante do mundo.

- O fato de eu ser seu chefe também ajudaria – Respondeu, tentado se manter sério.

- Como se todos fossem uns santos no trabalho – Provoquei, já com um sorriso brincando nos lábios.

- Então acho que o fato de eu ser como um irmão pro seu pai também não deve ser de grande importância Srta. O que todo mundo pensa não me afeta – Falou levantando o dorso, apoiando a cabeça nos braços.

- Eu não... – Tentei falar.

- Xiii! Eu prefiro quando sua boca tá ocupada – me interrompeu vindo para cima de mim.

- Não acredito que depois de toda atividade de ontem você quer mais sexo! – Disse quando seu membro tocou em mim.

- Eu teria te comido a noite inteira se você não parecesse uma criança vulnerável ontem a noite – Provocou, sussurrando no meu ouvido.

- Eu teria te dado a noite inteira se eu não estivesse tão... esgotada – Sussurrei a última palavra ao pé do seu ouvido quando me virei por cima dele.

- Tá bom que foi fofo você me vestir com a sua camisa ontem, mas aqui vai uma dica: eu prefiro dormir sem roupa – Provoquei ao falar, porém, eu não pretendia transar com ele agora.

Sai de cima dele indo em direção ao banheiro, tirando a camisa no caminho. Eu estava brincando com fogo, eu sei, mas pelo menos um incêndio preencheria o vazio de um coração solitário. Isso, até eu me olhar no espelho do banheiro.

- Mas que porra é essa? – Gritei, paralisada.

Me virei de costas e... que filho da puta! Tinha marcas espalhadas por todo meu corpo, parece que eu levei uma surra. Vestido nenhum cobriria tudo isso.

- O que foi? – Jorge perguntou entrando no banheiro.

Não respondi, apenas mostrei meu corpo com as minhas mãos.

Anjo DepravadoOnde histórias criam vida. Descubra agora