Lobo Em Pele De Cordeiro

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- O que vc está fazendo aqui Sophia? - Jorge perguntou fechando a porta atrás de si e caminhando para mais perto de mim.

- E...eu sou a nova estagiária - Falei nervosa quando Jorge parou na minha frente, seus olhos cor de âmbar me estudando como se para confirmar que era realmente eu ali, na sua frente.

- Minha nova estagiária se chama Eduarda, Sophia - Falou incrédulo.

- É, pois é, sobre isso, menti pra você porque não te conhecia, na verdade me chamo Eduarda Medeiros - Mordi os lábios depois da minha confissão. Alguma hora eu os arranco de tão nervosa. É um vício que possuo desde que eu era criança.

Ele me encarou. Seus olhos saltando faíscas, estava com uma expressão assassina no rosto. Eu disse que ele me mataria quando me visse novamente. Ele apertou a mandíbula, um gesto claro de que estava se contendo. Elevou o dedo indicador o apontando para mim, até que fechou os olhos e virou as costas. Soltei o ar que nem percebi que estava segurando. Não entendi sua reação, sei que menti para ele, mas não é para tanto. A tensão que emanava de nós dois enchia a sofisticada sala agora.

- Então você é a filha de nada menos que Augusto Medeiros. Sabia que ele te deixou sob minha tutela? A menina dos olhos dele, a doce e inocente Duda Medeiros - Senti seu tom irônico ao se referir a mim como inocente. Porra. Ao que parece a relação dele com meu pai é bem mais íntima do que imaginei, pois não se viam há séculos, só que pelo seu tom de voz, ele pode acabar com a minha vida por aqui, contando tudo ao meu pai. Não posso deixar isso acontecer.

- Me diz uma coisa - Disse se virando para mim e segurando meus braços. Não sei como agir com ele. É claro que eu sabia que nos cruzaríamos de novo, ontem dormi pensando em ir a praia de Ipanema novamente só para encontrá-lo. Bom, passei a noite de ontem pensando nele quando cheguei em casa. Eu queria respondê-lo, pois ele claramente estava me julgando mal agora, mas apenas respirei fundo e o esperei completar.

- Você costuma ter aquele tipo de comportamento? Ficando com o primeiro cara que aparece? - Jorge perguntou parecendo querer me humilhar. Eu me soltei das suas mãos com os olhos lacrimosos. Ele acabou de me perguntar se eu sou uma vadia.

- Desculpe Sr. Rodrigues, mas a minha vida íntima não é do seu interesse - Falei engolindo o nó que se formou na minha garganta.

- Acho que se torna do meu interesse quando meu pau estava fodendo sua garganta ontem a noite - Respondeu com seu tom de voz cortante. Eu podia ouvir sua respiração alterada de onde eu estava, ele estava no limite.

- Você tem toda razão,  você estava, e respondendo sua pergunta, foi um ato totalmente impensado, pode acreditar, foi a primeira vez e não irá se repetir. Agora preciso voltar ao meu posto - Disse na defensiva, me deslocando para a porta em seguida.

- Tem razão, não irá se repetir, tem muitas putinhas por ai e a filha do meu melhor amigo, realmente, não me interessa - Falou vindo até mim, ficando bem próximo, então se abaixou e falou no meu ouvido.

- Mesmo que essa putinha tenha a boca mais gostosa e viciante de todas - Me arrepiei quando seu hálito quente soprou em meu ouvido.

Eu deveria ter ficado ofendida com a dureza das suas palavras. Mas fiquei excitada. Só sendo masoquista mesmo, eu sou uma piada! Ele está jogando comigo e eu sei disso. Ele está me testando e por mais que eu queira cair na sua armadilha, nesse jogo, só um pode vencer, e serei eu! Esfreguei minha bunda em seu pau de propósito ao me virar para ele. Quer brincar? Vamos ver quem é o mais forte.

- Tem uma parte do seu corpo que discorda - Olhei para o seu membro que já estava bem desperto e fui subindo o olhar lentamente pelo seu abdômen, o deixando saber que eu estava observando.

Quando cheguei aos seus olhos ergui uma sobrancelha tentando ficar séria, mas a ironia da situação desfez toda a minha pose me fazendo sorrir de lado. Dando um convite silencioso, mas evidente para ele atacar. A respiração dele aumentou e ele engoliu em seco, deixando um sinal claro do que iria fazer. Eu vou gostar de fazer isso. Pensei quando ele me empurrou para a porta me beijando. Não retribuí o beijo, apenas o deixei me beijar por um tempo, deixei que pensasse estar dando as cartas para o empurrar e lhe dar um tapa no rosto. Afinal, você só pode perder algo se tiver algo a perder. Então foi a minha vez de apontar o dedo na sua cara.

- Eu não sou sua putinha e muito menos seu brinquedo! Eu vou voltar para o meu lugar e vou fazer o que eu vim fazer aqui e o senhor nunca mais se atreva a me tocar - Eu tinha ficado excitada com esse jogo, mas quando comecei a falar realmente fiquei com raiva fazendo toda a excitação se dissipar me deixando irada ao ponto de bater a porta quando saí, não olhando para trás nem mesmo para ver sua reação ou se ele vinha atrás de mim. Não queria que ele respondesse, portanto, saí o mais rápido possível de lá.

Trabalhei o resto do dia inteiro, não saí para almoçar e nem Jorge, ele apenas pediu comida no escritório e eu tive que levar. Mas para a minha sorte, ou azar, nessa altura do campeonato eu já nem sei mais, ele apenas continuou o que estava fazendo me ignorando completamente. No entanto, eu sei que sua indiferença é sua forma de me fazer ceder de alguma forma, contudo, me demorei mais ao colocar a bandeja na sua frente, me virando e dando uma bela visão da minha bunda, que modéstia à parte, fica um espetáculo em saias lápis, senti seu olhar em mim na metade do caminho então olhei e o peguei no flagra. Dei um olhar mortal para ele, não foi tão difícil, por mais que eu raramente fique zangada ao extremo, me chamar de vadia é uma brecha para libertar a ira que existe em mim. Tive vontade que eu tive de esmurrá-lo quando vi seu olhar de cobiça sob mim, mais precisamente sob minha bunda. Mas bem, comprovei meu ponto, ele me deseja, vou usar isso contra ele para conseguir o que quero. E depois disso não o vi mais e fui para casa quando o expediente acabou. Tive uma surpresa quando vi Kaio na recepção do meu flat.

- O que você está fazendo aqui ? - Perguntei quando o abracei dando um beijo na sua bochecha. Ele sorriu.

- Bom, eu sabia que iria começar o estágio hoje e queria comemorar mas presumi que você iria recusar com a desculpa de está cansada, então já que você não vai até mim, eu vou até você, espero que não se importe de eu ter pego seu endereço assim como peguei seu telefone - Terminou de falar meio sem graça por sua atitude meio que desesperada.

- Devo admitir que me parece estranho você vir até aqui, eu deveria ficar com medo, mas acho que eu realmente preciso de companhia hoje, tive um dia longo, vamos subir - Falei sorrindo, ele está sem jeito, e tenho para mim que ele não fica muito assim. Tenho a impressão de que ele fica nervoso na minha presença, mas não quero pensar nisso agora.

Subimos para o meu flat e pedi para Kaio ficar a vontade enquanto fui tomar banho. Fiquei pensando o quanto é estranho ter um homem aqui em casa, principalmente quando estou sozinha ou quando não conheço o homem que está na minha sala, mas se eu não deixar as pessoas se aproximarem vou ficar sozinha, que nem antes, na minha antiga vida. Saí do banheiro enrolada em uma toalha e fui direto para a sala.

- Tomei a liberdade de pedir uma pizza pra gente, poderíamos assistir um filme - Ele falou, mas não olhou para mim depois que me viu de toalha.

- Tudo bem, só vou vestir uma roupa - Ouvi o interfone tocar quando entrei no quarto, a pizza chegou rápido. Vesti um baby-doll preto de seda não muito curto e um penhoar por cima. Soltei os cachos e passei meu hidratante, não costumo passar perfume para dormir, mas hoje acho necessário. Então sigo para a sala tendo a segunda surpresa da noite: Kaio estava sentado no meu sofá com Jorge, que estava com cara de poucos amigos.

Anjo DepravadoOnde histórias criam vida. Descubra agora