Capítulo 7 - Como assim preso?

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Wei caminhava em direção a sua casa, atormentado com os últimos acontecimentos quando a notificação de seu celular tocou. Um grande alívio o invadiu ao ler as desculpas da garota. Então, ela não havia visto nada do que aconteceu. Wei suspirou fundo tentando se acalmar.

Seus problemas estavam resolvidos, ele e Qin Su continuavam bem. Mas por que se sentia inquieto? Porque a lembrança daqueles olhos dourados não saía de sua cabeça? Tinha a sensação de já tê-los visto antes.

Ansiosa, sua mãe o aguardava para saber as boas novas. Porém, vendo o desânimo do filho ao entrar em seu quarto ficou apreensiva.

"Hái zi, o que aconteceu?"

"Niáng, nada deu certo. Dei a flor e o beijo na pessoa errada."

"Como assim? Não estou entendendo?"

"Na verdade, foi uma confusão. Qin Su recebeu a notícia de que sua mãe desmaiara, ela ficou nervosa e saiu sem me avisar enquanto eu colhia a flor. Estava envergonhado e a entreguei sem olhar, contudo quem a pegou foi um homem completamente desconhecido."

"Hái zi, você beijou um homem?" ela perguntou sorrindo.

"Sim e não." Wei estava confuso e envergonhado. "Foi ele quem me beijou. Pegou-me desprevenido, não pude reagir. Como se não tivesse feito nada de mais ele me soltou, deu uma piscadinha, agradeceu pela flor e saiu."

"Meu querido, foi seu primeiro beijo?" sua mãe perguntou curiosa.

"Sim, Niáng."

"Você gostou?"

"NIÁNG! Eu sei lá, como posso ter gostado? Era um homem!" Wei sentiu-se ofendido.

"Não lembro de tê-los criado com esse tipo de preconceito. Desde quando amor tem gênero?"

"A senhora está enganada. Não sou preconceituoso, eu apenas gosto de garotas. Nunca vou me sentir atraído ou me apaixonar por um homem."

"Hái zi, você não sabe o peso que a palavra "nunca" tem? Não repita mais essas palavras ou a vida vai lhe cobrar o preço."

"Perdão Niáng, mas eu NUNCA VOU ME APAIXONAR POR UM HOMEM!"

Suspiros... "Tudo bem meu amor! Você ainda é novo, quando for mais velho entenderá o que estou lhe dizendo."

Wei calou-se, se aconchegando nos braços de sua Niáng. Ele queria esquecer aquele dia infernal.

Naquela noite Wei não conseguiu adormecer, tentando incansavelmente encontrar uma posição adequada na cama. A Lembrança daqueles olhos dourados o atormentava. Ele tentou recordar de onde os tinha visto antes.

"Ei, pare de se mexer. Tem gente doente aqui, preciso dormir!"

"Desde quando dar o..." Wei calou-se ao sentir o travesseiro atingir seu rosto."

"Cala essa boca seu infeliz! Caralho, não sabe o que é segredo não? Quer que a Niáng te escute?"

"Tem razão! Não falarei nada, nem te chamarei de arrombado."

"Wei Ying, vou te matar! Espera só eu levantar dessa cama."

"Eu esperarei não se preocupe. Fica quieto que agora sou eu que quero dormir." Wei falou jogando o travesseiro de volta.

Cheng continuou resmungando, mas Wei mudou seu foco pensando no serviço que o esperava logo cedo. Nas mesas da parte externa que teria que colocar sozinho sem seu irmão, já que Cheng voltaria a trabalhar só na segunda-feira. Foi nesse momento que ele lembrou. Sentou-se na cama com o coração acelerado.

"O desconhecido do parque era o homem do carro, aquele que me observava enquanto eu arrumava as mesas. Te peguei seu Stalker depravado!"

"Mas que merda, vai acordar a casa toda. Cala a boca!" Cheng repreendeu seu irmão sem dar atenção ao que ele falara.

Nos braços da maldadeOnde histórias criam vida. Descubra agora