Nos braços da maldade

Capítulo 21 - Te encontrei

Após os últimos acontecimentos, Lan Zhan tomou a frente das negociações nos Estados Unidos. A expansão era algo imprescindível. Mas na realidade aquilo foi a desculpa perfeita para se distanciar de Wei Ying. Uma estratégia de sobrevivência. Precisava recuar e tomar posse novamente de seu equilíbrio emocional, coisa que não conseguia perto do menor.

Exatamente um mês depois, Lan Zhan retornava para Wuhan. Os contratos e acordos firmados trariam muitos lucros para as empresas. Até mesmo a parte mais obscura dos seus negócios ganharam novos colaboradores. A exportação ilegal de diamantes gerava altos lucros. Nesse processo, ele conheceu uma certa figura muito interessante.

Katsuo transformara-se a alguns anos um dos maiores traficantes de diamantes entre a América e a Ásia. O homem de feições duras e vocabulário de baixo calão, em muito se assemelhava a um chefão da máfia.

Porém, com Lan Zhan parecia um amigo de longa data. Confidenciou-lhe que o achou idêntico a um sobrinho de consideração seu, ao qual ele muito estimava. Porém, não mantinha contato por razões óbvias, para não comprometer o garoto que tinha uma vida honesta e uma enorme família a zelar. Todavia, mesmo longe cuidava da proteção de sua família postiça.

"Tenho muitos sobrinhos netos." Katsuo tirou de sua carteira uma foto mostrando todo orgulhoso. "Estes cinco são do Yibo e os outros dois do Yin Meng. Homens de sorte, encontraram bons esposos, com lindos filhos!"

Foi desta forma que se criou uma simpatia entre eles e uma rentável parceria nos negócios. Mas já era hora de voltar, Zhan não tinha mais motivos para continuar nos Estados Unidos.

O dia mal despontava e ele já estava no avião a caminho de Wuhan. Lan Zhan lembrou-se do que Katsuo lhe dissera sobre sua família. Incrível como a mentalidade na América era mais flexível sobre a homossexualidade. Até o casamento entre pessoas do mesmo sexo era permitido. Em toda Ásia, somente em Taiwan era possível oficializar a união entre pessoas do mesmo sexo.

Suspirando fundo, acomodou-se na confortável poltrona da primeira classe. Ele fechou os olhos tentando conciliar o sono, não queria mais pensar em algo que jamais seria possível ter em sua vida.

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Wei Ying, desde que recebeu alta do médico voltou a sua rotina normal. Antes de ir para hospital sempre procurava por seu irmão pelas ruas de Wuhan. A falta de notícias de Cheng o preocupava demais. Não saberia dizer por quanto tempo mais conseguiria mentir para sua família.

Passava o dia cuidando de sua Niáng. A cirurgia dela estava marcada para o início de novembro. Seu pai raramente aparecia no hospital. Wei pensava seriamente em interná-lo em uma clínica para dependentes químicos antes que o pior acontecesse. Aquele final de tarde resolveu passar em sua casa. Como sempre seu pai não estava. Decidiu dar uma volta pelo bairro, talvez o encontrassem em alguma barraquinha de bebidas.

Wei acabou parando na barraca do Hyun. Não guardou rancor, afinal o homem tirou a queixa na delegacia e graças a isso eles foram soltos.

"Olá, Sr. Hyun!"

"Oh, o filho do bêbado do Jiang Fengmian! O que você quer garoto? Se é fiado vai dando o fora." O homem fez questão de ser rude em suas palavras.

"Não é nada disso! Por que está sendo tão grosseiro? Pensei haver mudado, afinal, retirou a queixa na delegacia."

"Hahahaha... Deixa de ser idiota! Só retirei a queixa por que aquele CEO me pagou todos os prejuízos e mais algum para não reclamar. Por mim vocês apodreciam lá."

Espanto definia Wei naquele momento. Como assim? Que história era aquela? Precisava saber mais...

"Qual era o nome desse CEO?" Wei perguntou atônito.