Nos braços da maldade

Capítulo 32 - O Plano

A chuva intensa que batia contra a vidraça da janela fez com que Lan Zhan despertasse. Lentamente, retirou o menor dos seus braços e o cobriu, protegendo seu sono tranquilo.

Ele vestiu um roupão e foi até a janela. As árvores balançavam com o vento forte. A chuva assemelhava-se a um véu denso que tornava o dia melancólico e sombrio. Lan Zhan suspirou profundamente, não fazia ideia como sair daquele noivado sem causar uma guerra com seu tio.

Sem fazer barulho, foi tomar um banho. Ele precisava ir para empresa. Até recentemente, considerava ser o CEO do conglomerado Lan a coisa mais importante da sua vida. Zhan sorriu, achando graça de si mesmo, já que atualmente não hesitaria em abandonar tudo por seu doce Wei.

Mais tarde, ao entrar em seu escritório na empresa, encontrou Vicenzo o esperando. O Diretor estava sério.

"Que palhaçada é essa de noivado? Enlouqueceu?"

O CEO não respondeu até estar sentado em sua mesa diante do amigo.

"Mesmo depois de todos esses anos você ainda não me conhece? Você realmente acha que eu faria algo assim sem te dizer?

"O velho..." Vicenzo falou entre dentes.

"Exatamente! Meu tio organizou tudo pelas minhas costas e me colocou no meio desse circo."

"Me admiro muito você não ter reagido. Sei que obedece a seu tio sem questionar, o que sempre achei um absurdo. Mas agora difere, ou não? Como fica Wei Ying nessa história?"

"Tentei impedir, mas ele me ameaçou abertamente, revelando saber da existência de Wei."

"E daí? Assume logo essa relação e manda um foda-se para o seu tio!"

"Eles são minha família, os únicos que ficaram ao meu lado. Tenho noção que minhas preferências por parceiros é algo questionável para eles e a sociedade" mesmo sob o olhar incrédulo do amigo ele continuou. "Tenho que encontrar uma forma de consolidar as duas coisas sem envergonhar meus tios."

"A única coisa que você encontrará se continuar a pensar dessa forma é a solidão. Vai perder o homem que ama!"

"NÃO... Está enganado, ele entenderá meus motivos" falou exasperado. "Zanilia não tem o mínimo interesse em ter uma relação amorosa, o casamento será apenas uma transação comercial. Podemos continuar nossas vidas normalmente até encontrar outra saída."

"Meu Deus, quanta ingenuidade. Vai lá, fala isso para o Wei Ying. Mas depois não venha chorar no meu ombro" bufou indignado. "Ou será que vai obrigá-lo a ficar do teu lado? Afinal, ainda existe o tal contrato, não é mesmo?"

Atônito por tudo o que ouviu Zhan arregalou os olhos. Havia esquecido completamente daquele maldito contrato. Tudo mudara, principalmente ele. Jamais voltaria obrigar Wei a fazer fosse o que fosse.

"Você não está ajudando... preciso de soluções, não de mais problemas. Por favor, me ajude a encontrar uma saída."

"Ah, eu vou! Pode ter certeza..." Vicenzo falou enquanto ia em direção a porta.

Sozinho, Zhan ficou pensativo. Sua cabeça fervilhava com tantos problemas. Mas resolveria o que ainda estava ao seu alcance. Chamou Wen Ning até sua sala.

"Senhor..." ele falou curvando-se em sinal de respeito.

"Preciso que providencie o cancelamento do contrato que Wei assinou" Zhan falou com firmeza.

"Coloco como desistência de qual parte?" O assistente perguntou surpreso.

"A minha, por favor!"

Com um discreto sorriso, Wen assentiu e saiu da sala. Ainda estava se acostumando com a forma educada que o CEO vinha lhe tratando. Ele não tinha dúvidas que foi graças à chegada de Wei Ying que as mudanças aconteceram. O amor realmente transforma até o mais frio dos corações.