Capítulo 15 - O contrato

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O estado da Sra. Jiang, 48 horas após sua hospitalização piorou consideravelmente. Em desespero, Wei e Yanli ouviram do médico que nada poderia ser feito a não ser deixá-la confortável. Eles precisavam se preparar para o pior, pois a paciente só teria chances se fosse tratada em um hospital privado com médicos especializados.

Meng Yao se mantinha junto aos irmãos. Sentia-se impotente diante daquela situação. Pensou em avisar sua irmã, porém chegou à conclusão que nada adiantaria. Wei também tinha lhe proibido de fazer aquilo.

Com muita insistência, Yao conseguiu levar o amigo para fora do hospital por alguns instantes. Respirar o ar da noite não seria nada mal. Infelizmente, Yanli não quis acompanhá-los, pois se recusava a sair do lado da mãe.

Perdido em seus pensamentos, Wei olhava as estrelas. Sem mais recursos só lhe restou esperar por um milagre. Yao segurou o braço do amigo chamando sua atenção, vê-lo naquela tristeza lhe cortava o coração.

"Preciso achar um jeito de pagar esse tratamento. Yao, e se eu vender um rim? Meu deus, o que estou falando? Até descobrir como se faz isso ela já..." Sua voz não saiu mais, foi embargada pelos soluços.

O menor não sabia como confortar Wei, somente o envolveu em um forte abraço. Chorar era inevitável. A emoção os dominou, se quer perceberam uma certa figura que se aproximou silenciosamente.

"Com licença!"

Desfazendo o abraço, olharam o homem de terno parado diante deles. O analisaram rapidamente e pelo visual deduziram ser alguém importante.

"Sr. Wei Ying, eu presumo?" falou com voz mansa.

"Sim, eu o conheço?" falou Wei procurando se recompor.

"Acredito que não. Sou Wen Ning, assistente do Sr. Lan Zhan" respondeu com um suave sorriso.

Ao ouvir esse nome, Yao puxou o amigo para trás, com medo que fosse algo ruim.

"Vim apenas entregar este envelope." Ning o estendeu em direção a Wei.

Nada mais o abalaria. A pessoa que mais amava estava morrendo por falta de tratamento, qualquer maldade que Lan Zhan elaborasse não seria pior que aquilo. Decidido saiu de trás do amigo e pegou o envelope. Sob os olhares atentos de Yao ele leu o conteúdo: "Qual é o seu preço?"

Tudo naquele instante parecia estar em câmera lenta. Wei mal ouvia o que Yao lhe dizia. Ele permanecia sem reação olhando fixamente para o papel em suas mãos. Até ser puxado pelo braço pelo amigo. Encarou sério o assistente do CEO e reunindo toda sua coragem falou:

"Me leve até ele!"

"NÃO, VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO!" Yao segurou com força o braço do amigo.

Wei Ying tentou abrir um sorriso trêmulo, mas não foi bem-sucedido.

"Seja sincero comigo Yao. Se fosse você no meu lugar, não faria o mesmo para salvar sua mãe?"

"Acharemos outra solução, qualquer coisa menos se vender para um monstro!"

Tirando gentilmente a mão do amigo ele sorriu tristonho e foi para junto de Wen Ning.

"Me siga por favor, o motorista nos aguarda." O assistente apontou o caminho.

Desolado, Yao observou os dois homens se afastarem. Por mais que quisesse impedir o amigo de fazer aquela loucura, não tinha esse direito. Ele estava certo, no seu lugar faria o mesmo. Resignado foi juntar-se a Yanli. Não falaria nada a garota, aquilo cabia somente a Wei.

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No carro Wei, permanecia em silêncio. Apertava seus dedos tentando acalmar-se, mas aquilo era impossível. O percurso parecia que não tinha fim. Entretanto, ao atravessarem os pesados portões da mansão ele sentiu que o ar lhe faltou. Se considerava uma pessoa boa, sempre levou uma vida correta. Então, por que tinha que se sujeitar a uma situação tão deprimente?

Nos braços da maldadeOnde histórias criam vida. Descubra agora