Capítulo 18: Decisão & Indecisão.

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KAYLLA

— Vamos lá querida, já está vindo. Papai fala com calma.

— AAAAAAAAAAA! Grito alto enfiando as unhas no colchão e empurrando.

— Falta pouco. Ele sussurra.

Eu faço força novamente e desta vez sinto o alívio.

— Nasceu. Ele sussurra.

— Ainda bem. Falo aliviada.

Papai corta o cordão umbilical e trás o pequeno bebê para mim.

Olho o pequeno rosto e sinto as lágrimas em meus olhos.

— As três da manhã em ponto. Papai diz sorrindo.

Ainda estou olhando ele quando seus olhos se abrem e ele me fita, duas bolas enormes de duas cores, azul e ocre.

As duas cores se misturavam como se fossem uma só.

— Você é lindo meu amor. Sussurro emocionada.

Ele sorri e fecha os olhos novamente.

— Deixe-me ver esse rostinho. Escuto a voz de mamãe.

— Aqui. Falo e dou ele para ela.

— Oh, mas se parece tanto com Aleck. Ela diz.

— Ele se parece comigo. Falo emburrada.

— Se parece com Aleck, querida. Papai confirma.

— Como vai se chamar? Ana Lua pergunta.

— Vou deixar Júlia escolher. Digo olhando para ela na porta.

— Áleph com ph. Ela diz simplesmente.

— Áleph é lindo, obrigada Júlia. Digo e sorrio para ela.

Depois de fazer todo o procedimento necessário, papai me leva ao meu quarto e me coloca na cama, os cinco meses tinham passado rápido, e no meu quarto mês, voltamos para Daremy.

Papai afirmou que Aleck não nos procurou durante aquele tempo; devia estar feliz com Katarina. Isso me perturbava muito, eu não saberia o que esperar quando voltasse para Huteford e menos ainda para Arlavock.

Suspiro e adormeço.

Acordo uma hora depois e olho para o berço.

O brinquedo estava girando sem parar e não havia vento ou brisa que estivesse impulsionando o objeto.

Levanto e caminho até o berço, quando olho dentro, Áleph está olhando atentamente para o brinquedo.

— Não está conseguindo dormir? Pergunto em um sussurro e o pego nos braços.

Ele me olha nos olhos e franze a pequena testa.

Tudo no quarto para, tudo se aquieta e eu não consigo escutar qualquer ruído vindo de fora.

Somos apenas eu e ele.

Suas lembranças de quando ela estava na minha barriga passam diante de meus olhos em alta definição, sua irmã dando a ele sua magia, a tristeza, as batidas do meu coração, mas o que estava mais presente era a voz de Aleck.

Em um repente tudo volta muito atrás, mostrando eu ainda menina, papai, mamãe e um homem sempre de longe.

Era Apolo, os cabelos escuros e os olhos azuis como os meus.

Eu sentia seu amor por mim.

Depois ele repassa todos os acontecimentos dos últimos meses, desde quando encontrei Aleck pela primeira vez.

MEU AMADO LOBOOnde histórias criam vida. Descubra agora