Me beija!

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A paciência de Miguel já estava no limite, após os pedidos serem feitos e os pratos forem servidos, Anthony pediu uma taça de vinho ao garçom, ele o degustava com maestria, fazendo Miguel tomar ao menos um gole pois dizia Anthony, que aquele era um dos melhores vinhos que ele tinha tomado.
Mas William não queria saber sobre de qual ano aquela garrafa era, pois em um certo momento ele havia tido uma grande coragem momentânea que se possuía até agora. Mas sempre que se balbiciava algo, Anthony o interrompia.

- Eu posso falar? - Disse enquanto comia sua sobremesa, Miguel tentava manter o foco em ambas as coisas.

- Eu não quero ouvir. Eu sei o que você tem a dizer. - Com certeza ele sabe. - E eu já disse que estou bem. - Disse por fim roubando um pedaço do brownie de Miguel, que observou atentamente com os olhos cemicerrados.

- Mas não é isso... - Arqueou uma sobrancelha. - Mas que audácia, roubando minha comida na cara dura.

- Eu só estava conferindo se não tinha veneno. - Sorriu brincalhão.

- Eu mereço. - Sorriu, e assim terminou o seu prato.

- Eu vou te levar em casa de novo, está muito tarde pra ficar andando sozinho. - Anthony disse repentinamente. - Posso pedir a conta ou você quer algo mais?

- Na verdade eu quero, mas não daqui. - Sorriu. - Quero ver se tem uma sorveteria aberta por aqui.

- Uma hora dessas? - Indagou, olhando a hora em seu celular, já estava tarde e provavelmente não teria algo aberto. Chamou o garçom pedindo a conta com um gesto, o mesmo acenou e foi buscá-la. - Acho que você vai ter que chupar sorvete outra hora. - Riu.

- Não só o sorvete. - Disse sem pensar.

- Oi? - Olhou para Miguel com um sorriso torto nos lábios.

- Oi! - Respondeu rindo de nervoso.

- Senhores, a conta. - Disse o garçom ao se aproximar da mesa. Anthony a pegou por impulso, logo olhando o valor e puxando sua carteira.

- Deixa que eu pago. - Disse ao ver que Miguel fazia o mesmo. - Você me paga outra coisa depois. - Sorriu vendo a expressão de Miguel, e em seguida piscou rapidamente. Passou o cartão pagando a conta logo em seguida.

- Muito obrigado senhores, tenham uma ótima noite e feliz dia dos namorados. - Disse o garçom se retirando do local.

- Anthony, não precisava. - Disse Miguel tentando esquecer o que tinha acabado de acontecer.

- Tudo bem. - Sorriu. - Agora você me deve uma sobremesa e um filme. - Se levantou ajeitando suas roupas. - Eu vou passar no banheiro antes de irmos, se quiser pode me esperar na porta.

E assim ele foi até a saída, Miguel estava avoado, ele queria contar a verdade mas não achava nenhuma brecha para poder entrar no assunto, mas pelo jeito ele teria que simplesmente cuspir as palavras. Ao se aproximar da portaria ele escutava um barulho de chuva, teve certeza de que estava chovendo ao chegar na porta e sentir um vento gélido em seu rosto.

- Droga! - Exclamou, virando-se para trás encontrando com Anthony vindo em sua direção. - Vamos esperar a chuva passar.

- Chuva?! - Olhou para o lado de fora, mas não havia um pingo de preocupação em sua face. - Pega. - Disse tirando sua blusa e colocando sob os ombros de Miguel. - Eu tô de carro. - Mostrou as chaves. - Mas vamos ir até o estacionamento na chuva.

- Desde quando você dirige? - Perguntou surpreso. - Eu não quero morrer não hein. - Riu.

- Quer ir a pé na chuva? - Silabou e por fim sorriu, se fazendo por vencido.

Anthony segura a mão de Miguel, que dá um leve pulo, mas não solta de sua mão. E assim ele o leva para fora, andando de forma rápida, o estacionamento ficava a uns 5 min da li, já que era do outro lado do restaurante. Por mais que Anthony acelerava os passos, Miguel andava devagar, com muito receio e um pouco de medo dos trovões, mas a chuva apenas caía, cada vez mais forte, o vento quase os levava para uma direção oposta.

- Mas que caralho, vamos correr! - Disse Anthony antes de sentir a mão de Miguel escorregando da sua e o mesmo se encostando nas paredes do restaurante. - O que foi? - Perguntou preocupado.

- Tá tudo bem... - Anthony mal escutou a voz baixa de Miguel. Um raio corta o céu escuro, fazendo Miguel se encolher.

- Calma, eu tô aqui. - Disse se aproximando o envolvendo num abraço. - Por que não disse que tinha medo? - Ele falava diretamente na orelha de William, mas Miguel não o respondeu, ele se sentia confortável e seguro nos braços de seu amado. - Hey..baby? - Disse fazendo Miguel gelar, pois era estranho ouví-lo o chamar assim diretamente.

- Hm..? - Resmungou Miguel com a cabeça encostada no peito de Anthony.

- Eu amei essa noite. - Disse dando um beijo no pescoço molhado de William, que sentiu um arrepio na espinha. - Eu acho que já sei o que vou te pedir de sobremesa. - Segurou o queixo do seu pequeno o fazendo olhar em seus olhos.

- O quê? - Peguntou curioso, notando que suas bocas estavam bastante próximas e ao perceber, Anthony se afastou levemente.

- Acho que eu já deixei bem claro, não? - Sorriu de canto, puxando Miguel para mais perto de seu corpo.

- Anthony.. - Ousou falar mas parou ao sentir as mãos do outro descendo pela sua cintura. - O que voc-

- Shiiiu! - Disse colocando o dedo nos lábios de Miguel. - Acho que você sabe muito bem o que eu quero dizer. - Agarrou a bunda de William o puxando para cima, a mínima distância de seus corpo não era o suficiente para Anthony.

Beijos e mordidas eram dadas em seu pescoço, Miguel não sabia se queria aquilo ou não, pois eles ainda estavam tomando um pouco de chuva, mas estava tão bom e ele queria mais.

- Acho que você ainda se lembra... Não faz tanto tempo assim. - Sussurrava no ouvido de Miguel, o mesmo não entendia o que o outro quis dizer. - "Você será a minha sobremesa", foi o que eu disse. - Disse por fim fazendo Miguel estremecer.

Ambos estavam com um tesão inigualável, Anthony por apenas ter Miguel em suas mãos, e Miguel por ter Anthony tão perto de si. A voz de seu amado no seu ouvido era como se fosse uma tentação ao pecado, e ali estava ele em suas frente, a própria personificação do pecado, Anthony.

- Até quando iremos continuar com esses joguinhos? - Sorriu puxando o rosto de William para perto do seu, olhando no fundo de seus olhos. - Você me deseja tanto quanto eu? - Acenou positivamente com a cabeça. - Então diga!

- Eu..eu. - Ele ansiava por um beijo, era tudo o que ele mais queria desde que se apaixonou. Seus olhos mantinham o foco na boca de seu amado, ele o olhava nos olhos e descia lentamente o olhar até os lábios do outro, como se implorasse por aquilo. - Por favor..

- O quê? Me diga o que você quer. - Beijou o maxilar de Miguel, o provocando com uma mordida no pescoço, era um dos seus pontos fracos e Anthony percebia isso.

- Me beija! - Suplicou.

- Você não sabe o quanto eu anseio por isso M.D. - Antes que Miguel esboçasse qualquer reação a não ser um olhar de surpresa e desespero, Anthony o beijou com volúpia, agarrando seus cabelos para que pudesse o sentir mais e mais. Suas línguas se mexiam em sintonia, era um dos melhores beijos de suas vidas, desejo, intensidade, paixão e tentação era o que descrevia aquele beijo.

- Como?! - Perguntou Miguel perplexo, tentando se afastar, mas Anthony o prensava na parede o obrigando a olhar para seu rosto.

- Não se faça de santo agora. Nós dois sabemos muito bem, a putinha lasciva que você é. - O agarrou pelo pescoço o beijando mais uma vez, Miguel não o negava, era como se tivesse enfeitiçado, ele se entregava todas as vezes. - Vamos pro carro.

Dear M.D.Onde histórias criam vida. Descubra agora