Derek acordou cedo, apesar do inconveniente da noite anterior e da festa. Ele não havia bebido tanto ao ponto de estar morrendo, como usualmente fazia. Mas o que, realmente, lhe acordara cedo, naquela manhã, fora a dor em seu ferimento. Durante o sono, o moreno de olhos verdes havia se virado e dormido sobre o ferimento. O corte abaixo do curativo doía como se o cão estivesse deitado ao seu lado e enfiando o indicador no ferimento, indagando se estava doendo. O Hale, mordendo o lábio inferior e grunhindo doloroso, começou a se erguer lentamente. Ele precisava ir ao banheiro e os seus amigos ainda estavam dormindo. Eles, sim, haviam bebido como se não houvesse amanhã e precisavam de mais tempo de sono.
Com um esforço digno de aplausos, o lupino conseguiu se colocar de pé, sem magoar, mais do que já estava, o seu ferimento. Erguendo a camisa que pegou emprestada de Thomas, o Hale conseguiu ver um pouco do curativo feito por Stiles. Apenas a pontinha de baixo, mas ele conseguia ver. Aparentemente, o trabalho de Stiles fora bem feito. O curativo ainda parecia estar bem grudado ao seu corpo. O moreno seguiu para o banheiro, onde poderia ver melhor com o espelho.
No corredor, o Hale ouviu barulhos na direção da cozinha. Caminhando até o fim do corredor, Derek conseguiu ter uma certa visão da cozinha. De onde estava, podia ver Stiles, já com o seu blusão, andando de um lado para o outro da cozinha, mexendo no fogão e em utensílios no balcão. Ele não sabia o que o outro estava cozinhando, mas estava com um cheiro bom. O francês estava bastante concentrado no que fazia, então o moreno deu a volta e retornou a andar na direção do banheiro.
Ao sair do banheiro, procurou pela maleta de primeiros socorros, mas não a encontrou. Desistindo de se abaixar para procurar melhor no armário de baixo, o moreno de orelhas triangulares caminhou com cuidado até a sala.
- Bom dia – cumprimentou o Hale observando o Stilinski olhar para si por sobre os ombros.
- Bom dia! Pode ir se servindo. Estou terminando de assar os pães -
Derek encarou, surpreso, a mesa de café da manhã preparada pelo francês. Haviam sete pilhas de waffles em pratos na mesa redonda dos Stilinski. Um prato estava repleto de coockies caseiros que esfumaçavam um pouco, indicando que saíram recentemente do forno. Bacon e ovos mexidos estavam postos em pratos ao lado dos pratos com waffles.
- caramba! Quando você fez tudo isso? – indagou, surpreso, enquanto caminhava na direção da mesa.
- eu gosto de cozinhar. Então sempre tomo a frente do café da manhã quando estou em casa -
- você disse que está assando pão? –
- terminando. Daqui a pouco está saindo –
- uau! Você é completinho, né, cara? –
Stiles sorriu, tímido.
- nah! Ninguém é completinho, Derek –
As orelhas lupinas voltaram a se erguer com a pronúncia engraçada. O moreno sorriu minimamente. Ele não conseguia segurar. Era tão engraçado quando Stiles pronunciava o seu nome. E fofo quando se parava para pensar no quão sério o castanho estava durante a pronúncia. Stiles realmente não conseguia pronunciar o seu nome de outra forma.
- você já trabalhou ema alguma padaria ou lanchonete? Porque a comida está com uma cara boa – ditou puxando um dos coockies quentinhos e o levando a boca.
Stiles riu.
- nunca. Eu apenas... Peguei gosto pela cozinha. Se eu gosto tanto de comer, eu pensei, deveria experimentar fazer a minha própria comida –
Derek riu das palavras do castanho.
- queria que minha irmã pensasse assim. Geralmente, ela vive pedindo. Quando não é pra membros da família, é para entregar –
Fora a vez de Stiles rir.
- sua irmã e Thomas devem ser parecidos, então – brincou o Stilinski e o Hale meneou em concordância, enquanto sorria.
- demais. Eles se parecem demais –
Stiles se virou para o forno, vestindo uma luva de cozinha e abrindo o mesmo. O cheiro apetitoso de pão fresquinho se intensificou e o moreno observou, quase salivando, o raposa abandonar uma travessa com dois três pães grandes sobre o fogão e fechar o forno. Com as orelhas eretas e voltadas para a frente, o castanho pegou um dos pães e passou a fatiar o mesmo.
- parece gostoso – comentou o lobo, com o pescoço esticado, tentando observar melhor o trabalho do outro.
Stiles sorriu, virando o rosto em sua direção.
- vai querer? –
O moreno meneou em concordância. O rapaz francês pegou uma fatia e se aproximou da mesa. Com um faca, passou um pouco de manteiga na borda do pão. O moreno assistiu, com deleite, o ingrediente amarelado derreter com a temperatura da massa. Stiles mordeu a fatia, provando da mesma antes que pudesse servir ao outro. Passando mais um pouco de manteiga, o Stilinki estendeu a mão ao moreno, que segurou a sua mão com as pontas dos dedos, impedindo que a afastasse.
- meu Deus! Que macio! Isso está ótimo! – exclamou o moreno, surpreso, encarando o Stilinski sorrir para si, com as orelhas voltadas para o lado, abaixadas.
- que bom que gostou –
Stiles ergueu o olhar para o corredor, deixando Derek curioso. Ao olhar para trás, o lupino pôde ver o melhor amigo, de ressaca, lhe encarar com desconfiança, antes de erguer o olhar desconfiado para o irmão gêmeo. Stiles lhe sorriu, desejando um bom dia, o qual fora retribuído de forma seca devido ressaca. O moreno repetiu o ato do castanho de moletom, vendo o amigo se aproximar, responder igualmente seco e se sentar a sua frente.
- pelo visto, a festa foi boa – comentou o rapaz de sotaque francês, se virando para o balcão, retornando a fatiar o pão.
- foi uma pena você não ter ido – comentou Thomas enquanto se sentava a mesa, observando o melhor amigo levar a mão ao ferimento.
- poderia ter sido melhor –
- depois de comermos, eu vou dar outra olhada em seu corte –
- o seu irmão me ama – brincou Derek, sorrindo para o francês, que lhe encarou com seriedade, embora um sorriso mínimo lutasse para surgir em seus lábios.
Thomas franziu o cenho pro amigo.
- ele ainda não conhece o bosta que você é – brincou o Stilinski mais velho e Derek apenas deu de ombros.
- se ele for um babaca comigo, eu vou colocar veneno de rato no pão dele antes de assar. E então coloco a culpa do gosto no fermento - ditou o francês, levando um pão puro a boca, dando uma mordida considerável.
A dupla de melhores amigos olhou com surpresa para o rapaz de moletom, o vendo finalizar o corte dos pães. Stiles puxou um recipiente retangular da bancada bagunçada e passou a guardar as fatias no mesmo.
- calma aí, raposa veneno. A violência não é a resposta –
- não. Ela é uma pergunta. E a resposta é sim – Thomas riu das palavras do irmão, quase se engasgando com um dos coockies.
- a violência está no nosso DNA – brincou Thomas sorrindo para o irmão mais novo
- é por isso que você me morde? – inquiriu o castanho de sotaque francês, observando o americano dar se ombros.
- também -
- vem cá. Quem vai comer esse pão todo? – questionou Derek, ainda observando o irmão do melhor amigo guardar as fatias no recipiente de acrílico.
Stiles apenas apontou para si mesmo, vendo surpresa e confusão no olhar alheio. Thomas sorriu, exibindo os dentes sujos de melado.
- Stiles e Papai são completamente viciados em pão. Qualquer oportunidade de comer pão, eles estão comendo – explicou o castanho a lado do moreno, vendo o irmão levar outra fatia de pão a boca, a prendendo ali enquanto finalizava o seu trabalho.
- uma dica. Jamais passe manteiga no croassan dele. O meu irmão é sensível quanto a esse pão. – ditou o Stilinski alfa e Derek o encarou, ainda confuso, antes de uma colher voar pela cozinha e acertar o castanho.
- já tem muita manteiga na massa! Pra quê mais?! Não. Se passa. Manteiga. Num croissant! – o francês soou irritado, enquanto apontava com o dedo para o irmão gêmeo.
- eu disse – murmurou o alfa para o ômega.
- croissant se come puro, com geleia ou até com chocolate. Mas não com manteiga. É muita manteiga – argumentou o gamma, ainda irritado
- estamos nos Estados Unidos, maninho. Aqui, nós comemos muita manteiga – rebateu Thomas levando a porção de manteiga sobre os seus waffles aos lábios com o garfo
Derek viu Stiles voltar a jogar uma colher no irmão gêmeo, lhe acertando a testa. O Stilinski mais novo apontou para o mais velho, furioso.
- não. No. Croissant! – ralhou, furioso, antes de começar a limpar a bancada da cozinha.
- hunf. Manteiga num croissant – murmurou, irritado
- porra de manteiga! – praguejou, lançando o pano com força na bancada. Derek quase se engasgou com a comida ao rir da indignação do rapaz quanto ao derivado do leite.
Stiles permaneceu a limpar a bancada, antes de voltar a jogar o pano que usava para a tarefa sobre a superfície rígida com força, chamando a atenção mais uma vez.
- você quer se matar? Pegue uma faca e crave em seu peito. – os dois morenos ficaram perplexos com a violência repentina do rapaz meigo e tímido.
- manteiga se passa na baguete e em qualquer outro pão. Mas não no croissant – finalizou, furioso, voltando a pegar o pano, com brutalidade.
Derek olhou para o melhor amigo, esperando por uma explicação por parte do mesmo. O castanhos de sotaque americano simplesmente deu de ombros, enquanto se esticava para poder alcançar a calda para acrescentar a seu café da manhã.
- eu disse que croissant é um assunto sério para ele –
- por isso eu não esperava – brincou o Hale, voltando a observar o irmão do melhor amigo com um sorriso de canto.
Thomas encarou o amigo, desconfiado.
- vem cá. Você já falou com ao seus pais? –
O moreno negou com a cabeça.
- é melhor avisar que vai daqui para a escola. Não quer que eles vejam esse corte, quer? –
- eu estou pensando em alguma coisa para usar de argumento, sabe? Minha mãe sempre insiste que devo passar, pelo menos um tempo com eles –
- então porque te colocou em um colégio interno? – inquiriu Stiles, visivelmente confuso.
Os dois melhores amigos se viram surpresos com a indagação. Nunca haviam parado para reparar naquilo. Talia sempre se mostrou bastante apegada aos filhos, mas, ainda assim colocou o único filho homem em um colégio interno. No entanto, Derek logo balançou a cabeça, negando com um sorriso mínimo.
- o diretor da escola é o meu tio. Então eu não estou... Cem por cento sem supervisão e longe da família. E ela perguntou para minhas irmãs e eu se queríamos ir para a escola em que meu tio trabalhava, pois havia ficado bem famosa. Como minhas irmãs não quiseram, eu quis. Queria ficar longe da Laura o máximo possível -
- você odeia a sua irmã? –
- não. Ela só é insuportável –
Thomas riu ao fundo.
- na primeira vez em que fui dormir na casa dos Hale. Laura simplesmente jogou um pacote de camisinhas e pílulas anticoncepcionais bo quarto em que estávamos. Depois ela gritou para a mãe que o primeiro neto não chegaria tão cedo se dependesse dela – ditou o Stilinski mais velho, gargalhando alto enquanto o melhor amigo revirava os olhos e rosnava.
- eu queria matar ela. Mas depois eu me vinguei. Quando ela foi apresentar o namorado para família, eu atendi a porta perguntando se ele era trans. Ele me perguntou o porquê depois de negar. Daí eu disse que a Laura era lésbica e fodia a vizinha na garagem dela. Laura terminou porque descobriu que ele era muito ciumento –
- você acabou com o relacionamento de sua irmã, cara – comentou Thomas, indignado.
- eu não. Eu fiz foi livrar ela –
- e como está o corte? – indagou Stiles após finalizar o trabalho na cozinha.
- bem. Mas eu acho que você vai ter que dar outra olhada nele. Acabei dormindo sobre o curativo. Acordei com ele doendo como o inferno –
Stiles deu de ombros, lhe observando.
- beleza. Eu só vou pegar a caixa de primeiros socorros. Sente no mesmo lugar de ontem, enquanto o Thom tira gelo do congelador –
- por que eu? –
- porque o melhor amigo é seu e quem fez a comido fui eu. Agora pega –
Com um bico nos lábios, Thomas Stilinski soltou o garfo e a faca e seguiu para o congelador, sentindo o olhar divertido de Derek sobre si.
- “ele é um doce”. As pessoas dizem. “Ele é tão calmo e fofo”, elas dizem. Ninguém conhece o demônio até conviver com ele – resmungou o castanho enquanto fazia como o irmão havia lhe ordenado.
- hey. Deixa de ser mimado! O teu irmão é um cara mó gente fina! – ralhou Derek, rindo da birra do amigo.
Thomas franziu o cenho, levando os dedos aos olhos
- eu estou de olho em você, Hale. Estou de olho em você –
Derek Hale estava agradecendo aos céus. Tanto a sua mãe quanto o seu pai não expressaram nenhuma objeção quanto a ir da casa dos Stilinski para o colégio. Para a sua sorte, alguns sócios de seu pai decidiram se reunir na casa do mesmo, forçando toda a sua família a socializar com os visitantes, ao invés de exigirem a sua presença.
Ao chegar no colégio, no entanto, Derek se recordou de um outro obstáculo quanto ao seu ferimento. O adolescente estava confiante de que poderia usufruir dos cuidados da enfermaria quando chegasse a escola. Mas, assim que alcançou o corredor da enfermaria, o moreno de olhos verdes recuou com velocidade para o caminho que havia traçado.
- merda! – ralhou, desesperado.
Ele havia se esquecido completamente que o diretor da escola era o seu tio. E que todos os atendimentos realizados na enfermaria da escola eram arquivados e revisados pelo diretor. Sendo assim, ele não poderia, de forma alguma, tratar do ferimento na enfermaria da escola. Pois assim que o seu nome aparecesse nas fichas, Peter iria dabertque ele havia se ferido e iria alertar aos seis país.
Stiles dizia não haver necessidade de pontos. Mas havia a possibilidade de a senhorita Grosmound querer realizar o procedimento e arquivar o mesmo. Derek teria que evitar ao máximo ir para a enfermaria. Entretanto, como ele iria fazer para tratar do seu ferimento? Ele não possuía os remédios necessários para o tratamento. Muito menos poderia cuidar do ferimento sozinho, uma vez que nal conseguia vê-lo. E quando conseguia, graças a um espelho, tinha que fazer um esforço sobrenatural para poder, se quer, tocar a ponta do dedo, quem dirá espalhar uma pomada que ele não tinha.
Com a mente tentando solucionar o seu problema, e o corpo tremendo devido a adrenalina liberada pela possibilidade de ser pego no pulo pelo seu tio, Derek marchou pelo campus sem prestar atenção para onde ia e por quem passava.
O moreno de olhos verdes somente percebeu que se encontrava alheio ao mundo quando esbarrou em alguém eu lhe agarrou os braços de forma rápida e violenta. Ao piscar os olhos, surpreso, o ômega se deparou com Matt, lhe encarando surpreso e um tanto sem jeito.
- desculpa. Eu não te vi – ambos soltaram em uníssono, os fazendo sorrir.
- sério. Foi mal. Eu estava ajustando o relógio – argumentou o híbrido de urso, erguendo o pulso com o acessório.
- tá de boa. Eu que estava distraído – o Hale ditou, antes de olhar para trás, nervoso.
- você está bem? –
A pergunta surpreendeu o moreno.
- por que? Parece que eu não estou? – indagou preocupado.
- bom, pra mim, parece que você está fugindo do Ghost Face – comentou o Daehler com um sorriso pequeno nos lábios.
Derek sorriu sem jeito.
- eu estou tentando evitar um encontro com o meu tio –
- ele está na escola? –
- quase sempre –
- e o que ele vêm fazer aqui? – inquiriu, confuso.
- cara, o meu tio é o diretor! – exclamou, para a surpresa do castanho a sua frente.
- e, por qual motivo, exatamente, você está evitando ele? –
Derek olhou ao redor, antes de, com cautela em sua voz, explicar tudo para o novo membro do seu círculo de amigos. Matt, surpreso com o corrido na festa, apenas expressava a agonia e surpresa que a narrativa lhe gerava com o rosto.
- e você já foi na enfermaria ver esse teu corte? –
- nem fodendo! Tudo o que acontece na enfermaria é relatado para a direção do colégio. Assim que a senhorita Grosmound arquivar uma ficha minha, o tio Peter vai ver, e assim que ele ler que eu tenho um corte feio na lateral do corpo, ele vai falar com os meus pais -
- entendo. Então... Qual é o seu plano? –
Derek deu de ombros
- sei lá! Ficar fugindo! O tio Peter só não pode perceber nada de errado comigo –
Matt fez uma careta de desgosto.
- então... a sua estratégia para não chamar a atenção do seu tio... É fugir dele como o diabo foge da cruz?! – perguntou, indignado
Derek, por um instante, perdeu a sua expressão, passando a pensar sobfe o assunto.
- não é bem melhor você, simplesmente, fingir que não está acontecendo nada? –
- você. É. Um gênio! – exclamou o Hale, segurando o rapaz pelos ombros, o encarando com seriedade nos olhos.
- vambora! – ditou já arrastando o rapaz de cabelos castanhos.
- para onde, exatamente? –
- encontrar a galera –
- e onde eles estão? –
- sempre tem alguém do nosso grupo no refeitório –
- sempre?! – perguntou enquanto se permitia ser guiado na direção do prédio citado, observando o Hale dar de ombros.
- bom, quase sempre -
Assim que chegaram ao segundo andar do refeitório, na área aberta do andar, encontraram Allison, Jackson, Lydia, Isaac e Erica sentados em uma das mesas. O moreno passou por uma mesa de conhecidos, aproveitando parar perturbar alguns colegas, ao passar a mão por seus cabelos devidamente penteados com gel de cabelo, os bagunçando. Enraivecidos, procuravam pelo ser ousado, mas ao identificarem Derek sorrindo em sua direção, eles riam, erguendo o dedo do meio e ignorando o amigo para voltarem a ajeitar os cabelos.
Matt sorriu da intimidade que o moreno de olhos verdes tinha para perturbar os amigos.
- hey, fofinho! – exclamou Erica ao avistar o gamma ao lado do moreno de olhos verdes.
O castanho apenas acenou, sorrindo tímido, enquanto se sentava no lugar vago ao lado de Isaac. Derek se sentou ao lado do Daehler, naturalmente, antes de se inclinar com desespero para a mesa.
- algum de vocês viu o Stiles?! –
- não. O Matt que é o colega de quarto dele – respondeu Lydia apontando para o gamma com o queixo.
Derek, por um momento, havia se esquecido daquele detalhe.
- como está a facada de garrafa, cara? – indagou Isaac vendo o moreno forçar uma careta.
- já foi na enfermaria? –
- eu não posso. Meus pais vão descobrir. E eles não podem descobrir nem fodendo –
- ele disse que iria revisar inglês na biblioteca depois da aula. Sabe, ele ainda tem um pouco de dificuldade com algumas palavras – respondeu o urso antes que fosse questionado sobre o colega.
- ah! E por que não nos chamou? Podemos ajudar! – exclamou a Martin, indignada.
- eu me ofereci para ajudar, mas ele negou. Disse que não precisava, mas que agradecia –
- ah. Mas não vai rolar! – exclamou Erica, indignada, chamando a atenção do grupo
- vai rolar troca-troca, sim! – exclamou enquanto se erguia, fazendo Allison e Lydia se engasgarem com suas vitaminas.
- eu quero aprender francês. Até agora só sei inglês, espanhol e português brasileiro –
Jackson se viu confuso.
- mas o Brasil não fala espanhol? –
O questionamento do Whittemore gerou surpresa em alguns membros do grupo de amigos, que desviaram o olhar para o louro, completamente perplexos.
- não sei qual é a surpresa de vocês – comenrou Isaac, bem pleno, saboreando o seu café quentinho – um dia desses eu peguei um mapa-múndi, virei de ponta cabeça e pedi para ele me apontar a América. Daí ele me enfiou o dedo na África –
O felino, envergonhado, fechou o semblante.
- você sabe que eu odeio geografia. Eu sou de exatas –
- está tudo bem em errar, Jack. Você só tem que estudar mais – comentou Lydia, acariciando o cabelo do namorado.
- se isso te ajudar, uma boa parte dos cidadãos americanos são péssimos em geografia -
- não. Não faz – respondeu o felino, mal-humorado.
O castanho se viu confuso, diante da resposta do rapaz.
- relaxa. Ele é um bocó de vez em quando, no começo, mas depois ele fica legal – ditou Isaac passando o braço por sobre os ombros do gamma.
- bom. Eu não sei vocês, mas eu estou indo até a biblioteca procurar o meu príncipe francês – falou Erica, já empurrando a sua cadeira.
- o V sabe sobre isso? – indagou Jackson perturbando a amiga com o ciúme do namorado da mesma.
- sobre o quê? – perguntou Vernon, surgindo atrás de Derek, surpreendendo o grupo.
- sobre o príncipe francês – respondeu jackson. Esperando o semblante de Vernon se fechar
Ele sabia que Vernon era tão ciumento com Erica quanto ele era com Lydia. Embora Vernon possuisse mais confiança em si mesmo do que o louro.
- ah, o Stiles? – inquiriu o Boyd surpreendendo o louro, enquanto Erica sorria largo se aproximando do namorado.
- exato. Eu estou indo me encontrar com ele na biblioteca. Ele está estudando inglês. Entaoteu vou ajudar e ele vai me ajudar com francês –
- ah, legal – fora tudo o que o rapaz lupino disse antes de beijar a namorada.
- Jackson, o Stiles é o meu príncipe francês, Mas o Vernon sabe que é o meu rei – provocou a felina, sorrindo vitoriosa para o Whittemore enquanto apertava a bunda do namorado discretamente em seu abraço.
- eu já vou indo. A gente se vê mais tarde – a Reyes se despediu do Boyd antes de dar as costas para a mesa.
- espera! Eu vou! – ditou a Martin finalizando a vitamina com pressa, enquanto se erguia.
- você também?! – inquiriu Jackson, indignado, vendo a namorada se afastar da cadeira.
- sim. Não posso perder a vergonha que a Erica vai passar tentando falar francês –
- eu também vou – argumentou Allison seguindo a amiga no ato.
- Jesus! O poder da França! – provocou Isaac, causando risadas em Derek e Matt, e um semblante fechado em Jackson.
- relaxa, cara. Ele é irmão dos gêmeos. – argumentou Vernon
- ele pode ser o irmão do Batman. Eu não estou nem aí! – ralhou o louro, visivelmente irritado.
- aí é que iria ser difícil para você – provocou Isaac recebendo um chute no joelho como resposta.
- o cara é gente fina, Jack. Segura a onda –
- fica quieto aí... Cachorrão – rebateu Jackson e os outros gargalharam do moreno, que apenas ergueu o dedo do meio em resposta.
As três garotas já haviam se retirado do prédio do refeitório quando Allison suspirou, cansada. Já estavam há um bom tempo sozinhas. Desde que saíram da aula, elas se sentaram no refeitório, sozinhas, e revisaram alguns assuntos. Depois, Isaac e Jackson chegaram de seus treinos. Agora, estavam sozinhas de novo. Houveram várias oportunidades, mas nenhuma iniciativa fora iniciada por parte de suas duas amigas.
- está chateada com alguma coisa? Você me parece cansada – comentou Lydia chamando a atenção da morena.
Allison encarou a ruiva e a loura lhe encararem com indagação.
Novamente, nenhuma iniciativa.
- quando vocês vão me contar? – perguntou, um tanto chateada, observando as duas amigas darem de ombros, confusas.
- contar o quê? – questionou Erica, perdida.
- vamos lá! Eu sei que vocês sabem! – exclamou, um pouco chateada.
- sabemos o quê, criatura? -
- qual é, meninas? Eu já sabem o tipo dos novatos – a Argent para a completa surpresa das duas melhores amigas, que não conseguiram disfarçar a expressão de surpresa.
- como que.. – Erica iria indagar, mas desistiu.
Era Allison Argent.
Silenciosa e comportada, bem humorada e simpática, mas, acima de tudo, bastante analista e perceptiva quanto aqueles que a cercavam. A humana de cabelos pretos e olhos brilhantes era uma de suas melhores amigas. Ela não sabia como, mas conseguia aceitar o fato de Allison ter descoberto que ela sabia. Fazia algum sentido em sua mente.
- na festa do pijama, pós-festa. Vocês disfarçaram quando perguntaram o tipo deles, ao Ivens de apenas dizerem que não sabiam - Allison responder a pergunta invisível.
- eu estou bem chateada por não me contarem nada – comentou a Argent voltando a iniciar a caminhada rumo a biblioteca.
- desculpa, Alli. Mas eles nos pediram para guardar segredo – comentou Lydia se apressando em se colocar ao lado da amiga, ajustando a sua bolsa.
- mas até de mim?! Vocês sabem que podem confiar em mim! – argumentou a Argent.
- nós sabemos, gata. Mas eles nos pediram. E nós não queríamos chatear os dois. Eles são novos e bem tímidos. Queremos que se sintam bem em nosso grupo –
- e eu sou um problema? –
- o quê?! Não! – exclamou Erica se colocando do outro lado da morena.
- eu percebo que o Stiles fica estranho perto de mim – argumentou a Argent, surpreendendo as duas.
- eu não percebo nada – comentou Erica, confusa.
- eu acho que ele só é tímido, amiga. Ele também fica assim perto de mim – disse Lydia, pensativa.
- gente. Eu que não percebo, ou comigo ele é de boas? – questionou a felina, preocupada.
- ele é de boas – responderam as duas amigas, imediatamente, para o alívio e curiosidade da loura.
- como vocês descobriram? E por que não me contaram? -
- Alli, a gente não te contou nada a pedido dos garotos. Você sabe como são os gêmeos –
- pois é! Se não os fizer jurar de pé junto que vão guardar segredo, eles espalham para a escola toda – concluiu a Reyes agarrando o braço da morena.
- eles simplesmente contaram para a gente, sem falar nada com o irmão deles. O Stiles e o Matt ficaram preocupados e pediram para guardar segredo –
- e por que? –
- eles são gammas, gata. Sabe? Com duas caudas, são tanto alfa como ômega. Não sei se é tudo verdade. Mas é alguma coisa assim. Lembro que minha mãe ficava falando alguma coisa assim quando eu era criança – ditou Erica surpreendendo a morena, que parou de andar instantaneamente, chamando a atenção das duas
- gammas?! –
- eeeeeeeh, gatan... O babado é bom. Por isso que tanto os alfas e os ômegas não veem eles dois no alojamento. Porque eles estão alojados em um prédio diferente – voltou a comentar Erica e Allison notou a ponta da cauda da loura balançando suavemente, indicando animação.
- mas você não pode contar para ninguém. Alguns do nosso grupo ainda não sabem, como o Derek e o Isaac. Essa informação não sai daqui – ditou Lydia vendo a Argent menear positivamente.
As três fecharem um zíper invisível em seus lábios, estalar os dedos ao lado do rosto e depois unirem as pontas dedos, balançando todos rapidamente.
- nem o Scott vai saber, se depender de mim – comentou a morena volfando a caminhar com as amigas.
- ih, gata, o teu boy já sabe faz tempos – ditou Erica voltando a caminhar
- é o quê?! – inquiriu revoltada.
Lydia e Erica gargalharam de forma venenosa.
- o queixo torto estava coma a gente quando os gêmeos abriram o bico – disse Lydia já sabendo o fim que aquilo teria.
- ah, mas ele está fodido na minha mão! Que arrombado do caralho! E eu vivo fofocando com ele! – a Argent estava extremamente contrariada com o namorado.
Já Lydia e Erica estavam satisfeitas em fazer a morena se irritar com o namorado. Elas gostavam de Allison e Scott como um casal. Mas fazer Allison se irritar com Scott era extremamente divertido. Principalmente porque o McCall quase nunca sabia como se sair das enrascadas envolvendo a sua namorada

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Hybrid Love
Fiksi PenggemarEm um mundo onde humanos e híbridos vivem socialmente. Derek descobre que seu mundo é mais complexo do que pensa. Ao mesmo tempo em que tenta não se sentir atraído pelo novo colega de classe Passo por passo eu sigo atrás de você Combinando os meus...