CAPÍTULO 07

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Opaaa! Não demorei dessa vez, gostaram??

Queria falar uma coisinha, não é tão importante mas queria esclarecer, ok? Eu sou Trans, tipo um garoto trans... e por mais que eu evite falar, me incomoda um pouco ver algumas pessoas falando comigo no feminino 🥺
Não quero ser chato e incoveniente, mas se não conseguirem mudar isso, podem falar de forma neutra, sabe... Enfim.

Desculpa, falar isso assim. Boa leitura 🤍

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Son Chaeyoung

Fiquei do outro lado da rua do prédio da Sra. Myoui, olhando para a estrutura alta.

Era intimidador e emanava riqueza - todo vidro e concreto pintado agigantavam-se sobre a cidade, lembrando-me da mulher que morava lá. Fria, distante, inalcançável.

Estremeci um pouco ao olhar para ele, imaginando por que estaria ali. O prédio se encontrava a aproximadamente dez minutos de caminhada da minha casa, e eu cheguei na hora certa.

Não foi uma boa visita com Nabi hoje; ela estava chateada e agitada, recusando-se a comer ou conversar comigo, e acabei saindo mais cedo. Fiquei decepcionada. Ela ficara bem a semana toda, e eu esperava que hoje fosse do mesmo jeito; que eu conseguiria conversar conforme de costume, mas não foi o que aconteceu. Em vez disso, o dia só ficou mais estressante e esquisito.

Saí de casa me sentindo desanimada, e em dúvida do motivo de eu estar indo encontrar a Sra. Myoui.

Sra. Myoui.

Ela já havia me confundido pedindo para ir à casa dela naquela noite. Seu comportamento no restante da tarde provava que estava igualmente bizarra.

Quando ela voltou de sua reunião, pediu outro café e um sanduíche.

Me pediu!

Não mandou, não foi sarcástica ou bateu a porta. Em vez disso, parou em frente à minha mesa e pediu o almoço com educação. Ela até disse "obrigada". De novo.

Não saiu de seu escritório o resto do dia até ir embora, quando parou, perguntando se eu tinha o cartão dela. Quando murmurei que sim, ela assentiu, agradecendo, e saiu, sem bater a porta.

Eu estava mais do que confusa, nervos à flor da pele e com o estômago revirado. Não fazia ideia do que estava fazendo na casa dela, muito menos do por quê.

Inspirei fundo para me acalmar.

Havia apenas uma forma de descobrir.

Endireitei meus ombros e atravessei a rua.

[...]

A Sra. Myoui abriu a porta e eu tentei não encará-la.

Nunca a havia visto tão casual. Não vestia o blazer de alfaiataria e a calça social de que tanto gostava. Em vez disso, ela estava vestindo uma blusinha de alças e jeans, os cabelos preso em um rabo de cavalo, e estava descalça.

Por algum motivo, eu queria rir de seus dedos do pé, mas contive essa reação esquisita.

Ela indicou para que eu entrasse e recuou, deixando-me passar. Ela pegou meu casaco e nós ficamos paradas olhando uma para a outra.

Eu nunca a havia visto desconfortável.

Ela segurou sua nuca, limpando a garganta.

- Estou jantando. Gostaria de me acompanhar?

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