CAPÍTULO 12

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Son Chaeyoung

Amanhã foi tensa para mim — até Mina sentiu. Ela tinha poucos itens pessoais no escritório, mas a ajudei a encaixotar alguns prêmios, livros e algumas peças de roupa que ela guardava lá para emergências. Balancei a cabeça enquanto dobrava uma, passando o dedo pela manga da camisa social. Todas as camisas delas eram encomendadas, e suas iniciais MM bordadas abotoaduras; um toque decadente que só ela podia fazer.

Seus itens couberam em duas caixas de arquivo. Seu escritório era impessoal como seu apartamento. Olhando em volta, percebi que não parecia nada diferente. Ninguém iria reparar, a não ser que alguém procurasse. Uma pequena peça esculpida chamou minha atenção e me estiquei para pegá-la da prateleira.

— Você queria levar isso, Mina?

Ela focou seu olhar na escultura, mas, antes que conseguisse responder, a porta do seu escritório se abriu e Ji-eun entrou. Ela ficou paralisada, olhando para nós. Mina estava encostada em sua escrivaninha, com a carta de demissão na mão, eu em pé, segurando a escultura ao lado da caixa aberta.

A expressão de Ji-eun ficou nebulosa.

— Que merda está acontecendo aqui?

Mina se desencostou de sua mesa, passeando até onde eu estava. Pegou a escultura de minha mão e sorriu ao jogá-la na caixa e tampá-la.

— Acho que acabamos aqui, Chaeyoung. Vá para sua mesa e espere por mim. — Congelei no lugar. A sensação dos dedos dela descendo por minha bochecha tirou-me de meu estupor. — Docinho. — Ela murmurou. Sua voz era um murmúrio baixo em meus ouvidos. — Vá.

Pisquei para ela.

Docinho?

O que ela estava fazendo?

Ela se inclinou se aproximando mais, e sua respiração aqueceu minha pele.

— Ficarei bem, vá para sua mesa. Sairemos em um minuto. — Sua mão envolveu minha cintura e me empurrou para frente.

Completamente perdida, fiz o que ela pediu. Não tinha andado mais que dois metros e Ji-eun começou a gritar. Ela xingou, gritou e se esticou para pegar meu braço. Mina a empurrou para longe, ficando entre nós.

— Não a toque, Lee. Você me entendeu?

— Que porra! Você está com a sua assistente, Mina? Está me dizendo que está tendo um caso com ela?

Prendi minha respiração, sem saber o que aconteceria em seguida.

— Não é um caso, Ji-eun. Estamos apaixonadas.

Ji-eun riu — uma risada seca e irritada que não tinha humor.

— Apaixonada? — Ela zombou. — Você não a suporta. Está tentando se livrar dela há meses!

— Um bom disfarce. Que você caiu: fisgada, pescada e morta.

A voz de Ji-eun estava gelada.

— Você acabou de assinar seu atestado de morte nesta empresa.

Mina sorriu.

— Tarde demais. — Ela empurrou duas páginas de papéis com o selo da empresa na direção de Ji-eun. — Eu me demito. Assim como minha noiva.

Ji-eun abriu a boca.

— Sua noiva? Vai jogar sua carreira fora por Son e? Uma foda sem valor?

Aconteceu muito rápido, não tive tempo de impedir. Em um segundo, Ji-eun estava gritando, no outro, Mina estava em cima de Ji-eun de bruços, com a mão flexionada tão apertada que seus nós estavam brancos. Ela se erguia sobre Ji-eun com o peito arfante; ela era a imagem exata de uma mulher protegendo alguma coisa, ou alguém que ela amava.

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