Say Less - Calzona

22 - E nós? Como fica?

Callie Torres
Point Of View

Fria o bastante para
arrepiar os meus ossos

- O que ela mulherzinha sem graça disse? - perguntou Meredith ainda ao meu lado.

- A-Arizona vai ser m-mãe? - pergunto ainda tentando relembrar de todas as palavras que Eliza disse a segundos atrás.

- Agora que a ficha caiu - Meredith disse claramente nervosa - Eu vou entrar lá dentro! - avançou mas eu a impedi.

Eu precisava conversar com ela e saber seu lado da história, mas isso é tão difícil. Sabia que ela ia estragar tudo, porque é sempre ela, sempre foi ela que estragou tudo.

- Eu vou lá - falei e Meredith me olhou preocupada.

- Callie, não brigue com ela. - tocou em meu ombro - Eu vou lá. Vá pra casa.

Assenti, não poda ficar aqui. A Arizona vai ser mãe, e eu? Onde fico em toda essa história? Ela vai me deixar? - Óbvio que ela vai te deixar Callie, se for pra ela escolher você ou seu filho, ela vai escolher seu filho! - meu sub consciente grita.

Sai da empresa extremamente nervosa, April tentou me parar mas apenas a empurrei para longe de mim.

Parece que não te reconheço mais
Eu não entendo porquê você está tão
Fria comigo.

Fui para o ponto de ônibus e orei para que ele vinhesse logo, já que começou a garoar. Vi no noticiário que o tempo fecharia, mas pensei que seria a partir da madrugada, não da tarde.

Pingos fortes e uma ventania forte.

A cada respiração sua eu percebo
que tem algo acontecendo.
Eu não entendo porquê você está tão
Fria.

A chuva tinha me pegado de surpresa, quando fui ver, já estava toda encharcada. Pessoas me viam e me olhavam com uma certa... Dó? - óbvio que eles vão me olhar com dó, estou com um vestido todo molhado e com a cara completamente vermelha por conta do meu choro e estou completamente inssopada pela chuva em um ponto de ônibus.

Quando o ônibus chegou, subi as escadas tremendo por conta do nervosismo e por conta do frio que está fazendo. Motorista me olhou sem entender.

- Moça, você está bem? - me perguntou.

- S-sim - disse sem o olhar e me sentei no primeiro banco a minha frente.

Segui o rumo da minha casa olhando somente a visão que a janela me dava da cidade.

Pelo o que você está esperando?
Quer ir embora, apenas vá.
Por que você está mordendo a língua?
O silêncio acaba comigo.

Quando o ônibus parou no ponto, paguei minha passagem e sai dele às pressas. Estava chovendo mais forte que antes então corri até minha casa que não ficava muito longe do lugar que o ônibus parou.

Assim que cheguei em meu apartamento, fui atendida pelo porteiro, ele também me perguntou se eu estava bem, eu apenas assenti e disse que hoje não era um dos meus melhores dias. E não era mesmo.