Meant To Be (Juke - JATP)

Capítulo 4 - Forte conexão

𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚

O resto da semana de Julie não foi muito diferente, a rotina era a mesma todos os dias. Acordar cedo, dar carona para Flynn e dirigir até o seu trabalho. Participar de reuniões, fazer suas demandas, conversar um pouco na copa para descansar a mente e se distrair, almoçar por perto da empresa, voltar para a sua mesa, ficar lá até às 18h, passar algumas horas presa no trânsito e, finalmente, chegar na sua casa.

Sua noite se resume em tomar banho, preparar a janta com Flynn enquanto fofocam, assistir algum filme ou série juntas e fazer uma vídeo chamada com Carrie e Kayla para colocarem a conversa em dia e surtarem pela Sunset Curve. Às vezes, quando não está com bom humor, Julie vai direto para o quarto ler ou escutar música após a janta. É por isso que os finais de semana são tão importantes para ela, é quando algo de diferente e divertido acontece na sua vida, além de passar o dia inteiro com suas melhores amigas.

𝐋𝐮𝐤𝐞

É uma loucura ter um filhote, principalmente durante uma mudança. Mas é bem divertido quando ele não está mordendo as coisas ou me atrapalhando, o Koa é um bom ouvinte e bastante carinhoso. Pensei que ele ia precisar de um tempo para se acostumar com a nova casa, mas o pequeno se adaptou rapidamente e parecia bem animado com o espaço disponível para brincar. Não parava quieto e me seguia enquanto eu andava pelo lugar, sempre queria ficar por perto e me apaixonei pelo seu jeitinho, não é algo muito difícil também. É só olhar para a carinha dele.

Prometi que organizaria tudo nos últimos dois dias para poder passear com meu amiguinho hoje e, por incrível que pareça, eu consegui. Me livrei das caixas de papelão, separei um cantinho para o cachorrinho e finalmente me senti em casa ao observar tudo arrumado. Foi bastante cansativo, mas valeu a pena. Coloquei a ração do Koa e preparei meu café da manhã imaginando se o pequeno vai gostar de conhecer o mundo e outros coleguinhas. Faz apenas quatro dias que ele está aqui, mas nos aproximamos bastante nesse pequeno período. Posso até dizer que nos apegamos e que o Koa realmente gosta de morar comigo, mesmo ficando um pouco abusado quando o irrito. Só queria conseguir entender e explicar essa conexão instantânea, nem precisei fazer muito para ele se sentir seguro comigo.

- Vem cá, rapazinho - sentei no chão e o chamei assim que ele terminou sua refeição. Estava muito fofo comendo e não queria atrapalhá-lo. Koa veio andando todo desajeitado e tentou subir nas minhas pernas, colocando um sorriso bobo no meu rosto - está preparado para conhecer Venice Beach, bubba? Prometo que será divertido passear nos braços do seu papai. Depois a gente volta para casa e fica brincando até você cansar, o que acha? - perguntei segurando suas patinhas da frente, o deixando em pé, e ele latiu fino duas vezes - ok, ok. Não precisa ser tão apressado, só vou colocar uma camisa e pegar uma roupinha para você - me levantei e, como sempre, ele acompanhou.

𝐊𝐨𝐚

Nesses últimos dias, meu papai estava bastante ocupado carregando várias coisas de um lado para o outro enquanto eu queria brincar e receber um pouco de carinho, tentei chamar a atenção dele mordendo as coisas, passando entre suas pernas e o seguindo pela casa, mas ele apenas reclamou dizendo que precisava terminar aquilo o mais rápido possível. Depois de um tempo, Luke sempre se sentia culpado e sentava no chão para conversar e me entreter com uma bolinha laranja. Para mostrar que eu estava feliz, tentava escalar nele para lamber seu rosto, mas, por ser pequeno, era impossível alcançá-lo. O papai ficava rindo e, às vezes, deitava para eu conseguir.

Hoje, ele acordou mais animado por algum motivo. Não sei o que está acontecendo, mas amei o cantinho que fez para mim. Escutei o barulho da minha ração caindo no potinho e fui apressado para a cozinha, Luke preparava algo muito cheiroso, o que me deixou interessado. Porém, como ele ficou naquela mesa alta, não deu para ver o que estava comendo. Então, voltei minha atenção para meu café da manhã.

Não faz muito tempo que estou aqui, mas já sinto uma forte conexão com o papai, ele é carinhoso, divertido e irritante, essa é a única parte ruim, mas continuo o amando. Eu não quero me desgrudar dele e preciso fazer com que entenda que meu sonho é dormir na cama gigante. O Luke é a pessoa certa para cuidar de mim, nem consigo imaginar outra. Assim que terminei minha refeição, ele me chamou para perguntar se eu queria passear, é óbvio que sim. E ainda prometeu brincar quando voltarmos. O papai é incrível, sabe como me deixar feliz.

Ele colocou uma roupinha em mim, pegou algo comprido com rodas e me segurou quando saímos de casa andando em cima dessa coisa. Fiquei um pouco incomodado com o vento forte batendo no meu rosto, mas logo me acostumei. Eu nem sabia para onde olhar, só queria descer dos braços do papai e correr pelo lugar inteiro. Tinha bastante espaço, pessoas e outros bichinhos, mas ele não podia me colocar no chão. Fiquei apenas observando e latindo para as coisas que me interessavam.

Andamos um pouco, ele conversou com algumas garotas, que fizeram carinho em mim, e acabei ficando cansado de tanta emoção que senti, então aproveitei para tirar um cochilo enquanto o papai lanchava. Sonhei que corria pela areia brincando com os cachorrinhos que estavam na praia, mas eles pegavam minha bolinha laranja e não queriam devolver. Tentei pedir a ajuda do Luke, mas ele estava distraído conversando com uma moça que nunca vi na vida. Ela parecia ser legal e, quando percebeu meu desespero, levantou para pegar o brinquedo. Só que o papai me acordou na hora avisando que íamos voltar para casa.

- "Koa?" - ele me chamou quando percebeu que eu estava muito quietinho - "acho que foi muita informação para sua cabecinha, né? Está todo pensativo" - isso é verdade, mas não é por causa do passeio.