Meant To Be (Juke - JATP)

Capítulo 5 - Velhos tempos/Amigos do papai

𝐉𝐮𝐥𝐢𝐞

O sábado chegou e com ele minha saída com Nick. Acordei super ansiosa, pois faz um bom tempo que a gente não se vê pessoalmente, nossa relação é baseada em mensagens, curtidas e comentários em fotos. Como Carrie e Kayla vão passar o dia inteiro ocupadas, elas falaram rapidamente comigo no grupo e imploraram para eu não sonhar muito alto, tentando ficar apenas na amizade até ter certeza absoluta de algo. Revirei os olhos diversas vezes e Flynn me expôs no grupo, o que rendeu mais sermões. Já entendi que crio expectativas facilmente em relação ao Nick e é sempre bom ter alguém para tentar impedir esses tombos, mas essas três estão me cansando mais que o normal.

O tempo foi passando e estava cada vez mais perto de me arrumar para sair. Flynn fez um bom trabalho tentando me acalmar e distrair durante o dia, mas é óbvio que o nervosismo tomou conta do meu corpo. Comecei a sentir minhas mãos geladas, minha boca completamente seca e um embrulho no estômago. Sei que não é um encontro romântico, nem nada do tipo, mas muitas coisas podem dar errado. E se eu não conseguir tirar suas dúvidas? Talvez ache minha revisão péssima! Tenho certeza que vou travar na hora de falar. Sério, imagina ele percebendo que prefere a Julie adolescente ao invés da adulta. Ri de nervoso e pensei diversas vezes em desistir, só que minha amiga lembrou que eu tinha aceitado ajudá-lo. Depois de alguns minutos escolhendo uma roupa, me troquei e prometi voltar antes dela sair para o casamento, pois faria sua maquiagem.

- Ju - Flynn gritou quando peguei a chave do carro - respira, fica calma. São apenas amigos antigos se reencontrando depois de um tempo, a coisa mais normal do mundo. Se sentir que está perto de surtar, é só mandar uma mensagem que penso em um jeito de você sair de lá - disse calmamente para não me deixar mais nervosa.

- A grande questão é: vou conseguir chegar viva no local combinado? - brinquei tentando esconder o que estava sentindo, mas ela não gostou do comentário - meu objetivo não é fugir, quero tentar passar a tarde com o Nick e recuperar um pouco da nossa antiga amizade. Ele sempre me fez bem, nunca me tratou de forma diferente e continua sendo um amor - me empolguei demais esperando o elevador com a porta do apartamento aberta e o arrependimento logo apareceu.

- Mais uma coisa - Flynn disse encarando as mãos preocupada.

- Se comentar mais uma vez algo sobre recaídas, expectativas e esperanças, eu juro que passo o resto da semana sem falar com você, isso significa que vai ficar sem as caronas também - respondi irritada e em um tom grosseiro. Tenho 23 anos, já passei por isso antes com o Nick e sei como a sensação é horrível. Inclusive, tem um momento que gosto de guardar no fundo do baú de tão humilhante. Foi péssimo assistir nossa amizade ficando cada vez mais...esquisita? Nem sei se é a palavra certa.

- Ok, espero que se divirta - respondeu levantando do sofá com as mãos para cima e foi até a porta - o elevador já chegou. O que está esperando? - perguntou com um sorriso debochado. Coloquei minha mão para ele não fechar e entrei sem olhar para minha amiga.

𝐋𝐮𝐤𝐞

Organizei a casa para receber a visita de Reggie e, infelizmente, Alex. Sei que ele vai passar a tarde inteira me irritando, espero que fique distraído com o Koa. Também vamos aproveitar para conversar sobre novas músicas, não queremos ser a banda de apenas um hit. Nosso sonho é crescer cada vez mais, lotar estádios, ter fãs ao redor do mundo e conhecer vários países. É óbvio que vai levar tempo, mas estamos muito empolgados e determinados em conquistar tudo isso. O mais importante é que combinamos de não ser o tipo de artista que deixa a fama subir à cabeça, precisamos ser pé no chão e sempre ajudar o outro quando necessário.

O pequeno ficou bem animado quando Alex bateu na porta quase a derrubando e abri um pouco estressado. Ele entrou rindo e foi direto para o Koa, Reggie me cumprimentou e fez um sinal para eu não falar nada, queria evitar brigas desnecessárias. Ambos elogiaram minha casa e sentamos no chão para apresentá-los para o filhote, que se empolgou demais e não parava quieto.