Capítulo 17 - 1º mês de namoro

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𝐉𝐮𝐥𝐢𝐞

Eu e Nick vamos comemorar nosso primeiro mês de namoro em um restaurante, indo depois para a casa dele passar um tempinho juntos, não posso demorar muito porque tenho trabalho amanhã. Parece que estou sonhando, pensei que tudo que me restava eram as recaídas, mas deu certo. Está dando certo. Desde manhã que estou com um sorriso bobo pensando no post e na mensagem que ele enviou, um textinho cheio de carinho e amor. Prometi que prepararia à noite meus famosos waffles para ele, que não conseguiu comer porque o arrastei da mesa quando Carlinhos atingiu meu limite de paciência. Hoje tem tudo para ser perfeito, já que minha família não vai estar envolvida dessa vez.

No horário do meu almoço, aproveitei para dar um pulinho no shopping e comprar um presente para Nick. Foi então que o desespero bateu, não tenho ideia do que comprar. Nunca namorei antes, sempre eram ficadas e casos rápidos. O que se compra pra um namorado? Pensei em ligar para minha mãe ou para meus amigos, mas sabia que me julgariam. Andei por todos os corredores até encontrar um tênis. O vendedor entrou na minha cabeça falando que o calçado era incrível e fazia parte da nova coleção. Como meu tempo estava acabando e eu ainda precisava comer, fui direto para o caixa da loja.

Cheguei correndo na empresa e, para minha sorte, meu supervisor estava muito distraído conversando com um cliente para perceber meu atraso. Como almocei rápido, praticamente aspirando a comida do prato, não demorou muito para passar mal. É por isso que estou em casa tão cedo, tomei um remédio e um banho gelado logo quando cheguei e deitei na cama para descansar um pouco e estar novinha para sair mais tarde com o Nick. Pelo menos, é como espero estar quando acordar.

[...]

Levantei com a Flynn chegando em casa e fazendo barulho por não saber que já estou no apartamento. Nossa relação ainda está esquisita, mas já conseguimos interagir por meia hora sem deixar o clima estranho. Considero isso uma vitória. Acordei me sentindo melhor do que antes, mas a preguiça consome meu corpo. Dormi feito um anjinho pela primeira vez depois de meses e adoraria continuar na minha cama, mas preciso me arrumar porque o Nick vai passar para me pegar daqui a pouco. Fui me arrastando até a cozinha para pegar um copo d'água e minha amiga gritou quando apareci, jogando sua bolsa em mim.

- Que susto, Julie. Como chegou tão rápido? Sempre pega um engarrafamento monstro quando larga - disse com a mão no coração e a respiração acelerada. Estaria rindo se não tivesse sido atingida na cara.

- Tem tijolo aqui dentro? - perguntei levantando a bolsa e alisando o lado esquerdo do meu rosto, está dolorido e espero que não esteja vermelho. Flynnie pediu desculpas e explicou que achou que era um ladrão - tudo bem, eu faria o mesmo. Passei mal no trabalho porque almocei rápido demais e voltei para casa - continuei meu caminho até a cozinha e ela veio atrás.

- Você está bem para sair com o Nicholas? - estava preocupada, mas também senti um pingo de esperança na sua pergunta. Ela queria escutar um 'não' como resposta. Perceber isso me quebrou de uma forma que nem consigo explicar - imagina passar mal no aniversário de namoro? Aposto que ele vai entender se você preferir ficar em casa.

- Estou bem, Flynnie - respondi de forma seca e ela assentiu abaixando a cabeça por causa da minha grosseria - sei que não gosta do meu relacionamento, mas não precisa torcer para me ver doente - Marie abriu a boca sem saber o que falar e lancei um sorriso triste, preferia estar errada - vou me arrumar e não sei a hora que volto. Boa noite.

Me tranquei no quarto com lágrimas nos olhos e respirei fundo, não quero sair com a cara inchada de tanto chorar. Fui até o espelho conferir se minha bochecha estava vermelha da bolsada, mas não havia marcas, apenas a dor. Provei diversas roupas até encontrar um vestido preto de alcinha que fica acima dos joelhos, coloquei os brincos e um anel e ainda não estava gostando. Passei as mãos pelo tecido, balancei a roupa de um lado para o outro e nada! Segurei meu cabelo com a mão, fazendo um rabo de cavalo, e agora sim! Era isso que faltava.

Meant To Be (Juke - JATP)Onde histórias criam vida. Descubra agora