Meant To Be (Juke - JATP)

Capítulo 40 - Insegurança

𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚

Depois da briga com Luke, o estado de Molina só piorou. Ela sai do quarto apenas para ir ao banheiro e trabalho, sua cabeça lateja de dor, tenta esconder as olheiras com maquiagem e veste seu melhor sorriso forçado para lidar com as pessoas. Sua alimentação não é uma das mais saudáveis, sempre come um pouco do que Flynn prepara só para falar que comeu, quase nada. Passa o tempo inteiro trancada no quarto com Koa, que a ajuda bastante a não desistir de tudo. Ele está sendo um companheiro essencial para a garota nesse momento, tanto que uma semana depois da conversa, Luke entrou em contato com Flynn para pegar o cachorrinho e ela implorou para Patterson deixá-lo com a cacheada. O guitarrista nem sabia como negar, então, com o coração cheio de saudades da sua família, deixou bubba ficar mais um tempo com Julie.

Os longos dias se tornaram semanas. E não falo apenas de uma, mas várias. Flynn já não sabe mais o que fazer, sua preocupação só cresce. Até período de folga Molina pediu no trabalho. Parece que toda sua energia foi sugada, o olhar fundo e pesado passa essa ideia. Tem dias que nem fala. Música já é algo que não está mais presente na sua rotina. Vive reclusa no seu quarto com as cortinas fechadas e deitada com Koa nos seus braços. É isso mesmo, ele continua no apartamento da garota. Julie está destruída, nem tem mais lágrimas para chorar, e Marie só consegue pensar em uma pessoa que pode, talvez, resolver essa situação. Em segredo, mandou uma mensagem para Rose explicando o que havia acontecido e que precisa da sua ajuda. Não demorou muito para a mãe da cacheada aparecer na casa da filha.

- Tia Rose, eu já não sei mais o que fazer com a Ju - Flynn a abraçou e se permitiu chorar pela primeira vez desde que essa confusão começou. O poder do abraço de uma mãe...mesmo não sendo de sangue, mas de coração - eu me mantive forte por ela, mas está difícil. Só quero minha melhor amiga de volta.

- Respire, querida. Estamos aqui para trazer a Ju de volta, ok? - foi então que Marie notou Carlos e Ray atrás da matriarca da família - mas você devia ter me ligado antes. Ela é minha filha, não consigo aceitar que minha garotinha está sofrendo há tanto tempo e eu nem sabia.

- Meu bem, você não pode se culpar. A Julie nos enganou muito bem com as mensagens de texto - o mais velho deu um longo suspiro e Rose assentiu triste - Flynnie, fique com o Carlinhos, ele pode se assustar com o estado da irmã - sussurrou para o garoto não escutar e a fotógrafa o levou para a varandinha, mesmo ele implorando para ver Molina.

Rose foi até o quarto da filha, segurou a maçaneta e respirou fundo. Ray apoiou sua mão na da esposa e, por um breve momento, viu a mulher se desestabilizar. A puxou para um abraço e sentiu seus corpos menos tensos, sabem que têm um ao outro, não vão lidar sozinhos com uma Julie quebrada. Adentraram o quarto chamando a cacheada e não obtiveram resposta, mas sabem que está acordada, pois puxou o lençol para se esconder da fresta de luz que entrou por causa da porta entreaberta. O rabinho agitado de Koa por estar conhecendo novas pessoas chamou a atenção do casal, pelo menos ela não passou esses dias completamente sozinha em um ambiente escuro.

- Gostaria de estar conhecendo o seu filhote em outras circunstâncias - Rose falou baixinho com receio de ter começado com o pé errado.

- Ele não é mais meu, o Koa só está aqui porque a Flynn deve ter falado algo para o Luke - deu uma pausa ao falar o nome do guitarrista e puxou mais o lençol - nem sei porque ela está fazendo isso. Agora vão embora, não estou afim de conversar.

- Filhota, nós queremos entender melhor o que está acontecendo - Ray disse deitando ao lado da filha e a abraçando, fazendo um gesto para Rose fazer o mesmo do outro lado. Ela precisou disputar espaço com Koa, mas deu tudo certo. O corpo da garota estremeceu ao sentir os pais tentando acalmá-la da mesma forma que faziam quando era mais novinha - você deve amar bastante esse rapaz para estar desse jeito...porque tomou essa decisão? A Flynn disse que ninguém consegue entender.