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Pov: S/n Cooper

Quando aquela dose desce pela minha garganta, sinto-me queimar incêndio

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Quando aquela dose desce pela minha garganta, sinto-me queimar incêndio. Eu quero me queimar. Quero sentir algo sem dor, quero sentir. Só me deixe sentir. Drogas. Eu quero uma droga, não a de verdade. Eu quero um vício, porém... um vício mais específico. Felicidade. Eu quero sentir felicidade, mas não encontro em lugar nenhum.

Cansei de chorar, minha vida é só choro, sinto a vontade de expelir água pelos meus olhos a todo momento, mas o engulo. Tenho medo de algum dia me afogar. Já engolir coisas de mais.

Meu olhar fixava na parede. Eu e Josh estávamos na sala sentados no chão com a cabeça encostada no sofá. O drink inventado por nós já havia acabado, mas nada nos impedia de beber todas as bebidas que ele havia comprado, e assim estávamos fazendo em silêncio, lado a lado.

— Ó quê está pensando?– Sua voz soa em meus ouvidos. Suspiro.

— Nada.– Falo simples.

— Quando você vai me contar a verdade? Tipo... você nunca se abre. Somos amigos, não somos?– Tombo minha cabeça para o lado sem desencostar do sofá e vejo que Josh me encarava.

— Não há nada para falar.– Digo, e ele continua me encarando.

As luzes estavam apagadas com apenas alguns abajus acessos. Ele suspira e muda sua visão, aquilo queria dizer; achei que confiasse em mim. Respiro fundo e me pego pensando em algo para falar.

— Ontem anoite...– Ele me encara sem entender.

— Me peguei sentindo-me cansada... achei que só precisasse de uma boa noite de sono, mas é mais que isso.– Concluo. Seu olhar era intenso sobre mim, mas eu me sentia confortável de continuar lhe encarando.

— Cansaço físico ou emocional?– Ele questiona em sussurro. Fecho os olhos por segundos e depois o encaro novamente.

— Acho que os dois. Desde que eu descobrir tudo isso... foi como-se eu estivesse presa numa roda gigante. Em um instante eu estou no topo do mundo e depois estou no fundo do poço. De novo e de novo... O dia todo.– Murmuro.

Ele apoia sua mãos no chão fazendo seu corpo se movimentar para mais perto do meu. Ao sentar novamente ele tomba a cabeça para trás encostando no sofá e me olha. Nossos rostos ficam um pouco mais perto, mas não perto o bastante para me deixar envergonhada.

— A vida é assim, não é? Em um momento você está feliz e depois quer tirar sua própria vida.– Ele diz é sorrir fraco sem emoção. Respiro fundo.

— Sim, mas desde então, parece que tudo piorou. Está sendo difícil confiar nas pessoas. Sinceramente é até bem difícil gostar das pessoas.– Digo, ele permanece calado, mas depois leva sua mão até o meu copo, enche com whisky e me dá.

— Uma vez, no consultório, me disse que beber te faz esquecer seus problemas.– Sorrio e pego o copo levando até a minha boca.

— Pra mim também...– Ele diz, quando retiro o copo da boca lhe encaro com uma incógnita. Quando ele percebe, continua.

Maybe in another lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora